segunda-feira, 4 de julho de 2016
OBITUÁRIO
Faleceu em Nova Iorque no passado sábado, dia 2 de Julho, o escritor, conferencista, professor e activista político Elie Wiesel. Nasceu na Roménia em 1928, no seio de uma família de religião judaica e, tal como milhões de correligionários seus, foi alvo -durante os anos negros do nazismo- das mais vis perseguições. Esteve internado, sucessivamente, nos sinistros campos de concentração de Auschwitz e de Buchenwald, a cujas condições desumanas logrou sobreviver. Contrariamente à sua família (pai, mãe e irmã), que ali sucumbiram às sevícias dos torcionários de Hitler, que eram feitas de : vexames, torturas, trabalho forçado, fome, e frio. Tinha nacionalidade norte-americana e passou toda a sua vida a manter viva a memória do Holocausto e a pugnar pela defesa de grupos perseguidos e oprimidos. Em 1986 e por esse contributo, recebeu o Prémio Nobel da Paz. Deixou-nos um legado de 57 livros, de entre os quais destaco «Noite», que nos conta a sua experiência nos campos da morte.
Na mesma data de 2 de Julho, faleceu na sua residência de Los Angeles o realizador de cinema, argumentista e produtor Michael Cimino. Um cineasta norte-americano dos mais talentosos, mas que ainda assim, teve uma carreira irregular, semeada de imensos sucessos (como «O Caçador», filme de 1978 galardoado com vários Óscares, incluindo o de melhor realizador) ou de películas ruinosas e, lamentavelmente, desprezadas pelo público (como «As Portas do Céu», 1981). Segundo o jornal «The New York Times», Cimino (que tinha raizes italianas) estava, actualmente, a preparar a adaptação cinematográfica do livro «A Condição Humana» de André Malraux; produção que já tinha actores escolhidos, nas pessoas de Daniel Day-Lewis, Johnny Deep, Alain Delon e John Malkovich. Michael Cimino deixou-nos com 77 anos de idade.
Ainda nesse sábado negro de 2 de Julho, com 92 anos para completar este mês, faleceu (num hospital de Lisboa, de doença incurável) o actor, argumentista e humorista Camilo de Oliveira; um profissional de grande qualidade e com muita graça, que marcou toda uma época, sobretudo nos palcos de teatro de revista da capital (mas não só) e na televisão. Camilo de Oliveira nasceu (em 1924) num dos camarins do Teatro de Buarcos (Figueira da Foz), onde então se exibia a companhia itinerante de seus pais, também eles actores. Na sua longa carreira, surgem umas 60 peças de teatro (essencialmente revisteiro), uma dezena de séries para a TV (nas quais o principal protagonista usava sempre o seu nome) e 2 filmes : «O Ladrão de Quem se Fala», de 1969, e «Ao que Nós Chegámos», estreado em 1995.
Aqui fica a minha homenagem ao humanista Wiesel e aos dois artista supra-mencionados.
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