A primeira vez que eu ouvi falar do inovador Mercedes-Benz 300 SL 'Gullwing' foi no Liceu de Setúbal, aí por volta de 1956/1957, e pela boca de um colega da minha idade (11 ou 12 anitos, na altura), que os desenhava e coloria na perfeição, quase tão bem como o 'designer' que os concebeu. Contrariamente à minha pessoa (que sempre se mostrou indiferente à beleza e 'performance' desta e de outras bombas do mundo dos automóveis), aquele meu antigo colega de estudos sonhava vir a possuir um daqueles bólides; que, naqueles tempos, devia custar uma fortuna e era, obviamente, inacessível aos portugueses de classe média alta. À qual ele pertencia, mas não eu, que era filho de um operário e cujo sonho se quedava pela posse (futura) de uma Vespa ou de uma Lambretta. Prova que os meninos -os de ontem, como os de hoje- têm sonhos diferenciados e em função da condição social das respectivas famílias. Mas a verdade, é que a obsessão daquele meu companheiro de infância nunca mais me fez esquecer o carro dos seus sonhos. Perdemo-nos de vista há muitas décadas e eu -que até já esqueci o seu nome- nunca cheguei a saber se ele chegou a concretizar o seu sonho dourado. Pobre do rapaz ! -Se eu fosse deus até lhe tinha dado o 'pópó'.
Esta é uma versão mais moderna do primeiro 'asas de gaivota', que se fabricou na segunda metade da década de 50.
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