quinta-feira, 10 de março de 2016

ATÉ NUNCA MAIS

Este  homem deixou de ser, ontem, presidente da República Portuguesa. Cargo onde, apesar das honras de circunstância que agora lhe foram prestadas, não deixou saudades. Pelo menos à maioria dos cidadãos deste país, incluindo muitos daqueles que, em diferentes ocasiões, lhe deram os seus votos. Com uma carreira política de 40 anos (mais do que as de Salazar e Marcelo Caetano reunidas), ele sempre se colocou (é essa a minha opinião) do lado dos mais fortes e dos mais ricos contra a arraia-miúda. Classe à qual, curiosamente, ele pertencia. Também não será injusto dizer que, enquanto primeiro-ministro de vários governos, ele contribuiu grandemente para o desmantelamento da nossa indústria, da nossa agricultura, do nosso sector de pescas, dando assim uma vibrante machadada na economia nacional; que, por essa razão, se distanciou mais e mais da dos nossos vizinhos europeus. Muita gente desta terra, e até certa imprensa, tem pretendido que o 'Sr. Silva' (que se viu envolvido em casos pouco abonatórios da sua idoneidade, como, por exemplo, o das acções do BPN, o da esquisita troca da sua mansão algarvia, o da pensão atribuída aos pides e o da nega de igual benesse à viúva de um herói de Abril) foi o pior presidente do período democrático. E eu acredito firmemente que sim. Por isso, na hora da despedida, só lhe desejo que faça tudo para que nós, portugueses, o esqueçamos o mais rapidamente possível.

Para o seu lugar foi eleito um outro membro eminente do PSD, que também, ontem foi investido nas suas funções de primeiro magistrado da nação. Não foi o político que eu escolhi, já o disse aqui. Mas estou disposto a esperar pela sua acção, antes de julgá-lo. De qualquer modo, parece-me que Marcelo Rebelo de Sousa -pessoa extremamente popular- nunca poderá fazer pior do que o seu predecessor.

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