Há muito tempo que eu desejava ver «Mil Vezes Boa Noite» («A Thousand Times Good Night»), filme realizado em 2013 por Erik Poppe. Que conta a pungente história de uma repórter de guerra obsecada pela sua profissão, cujo exercício ela favorece em prejuízo da vida familiar. É verdade que não fiquei indiferente a esse drama, apesar do dito ser recorrente nas nossas sociedades urbanas, onde as mulheres -finalmente emancipadas- são chamadas a desempenhar funções e ofícios que, ainda há poucas décadas atrás, eram apanágio do impropriamente chamado sexo forte. Mas, finalmente, no filme em causa o que mais me impressionou, o que mais me chocou, foi todo aquele ritual (testemunhado pela heroína da fita) feito à volta dos homens e das mulheres-bomba; que aceitam, em nome de uma causa e de uma crença (sejam elas quais forem, tenham elas a legitimidade que tiverem), fazer dom da sua própria existência, ceifando outras vidas... Impressionante ! «Mil Vezes Boa Noite» é, não tenho dúvidas quanto a isso, um filme imperdível. Excelentes interpretações do elenco, especialmente da actriz Juliette Binoche, que aqui encarna o papel da repórter fotográfica supracitada. Vi a versão francesa do filme («L'Épreuve»), por não ter encontrado a edição videográfica em Portugal. O que é pena...
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