A peónia cresce de maneira espontânea, mas parcimoniosa, em certas zonas da Península Ibérica. De preferência em terras altas (entre 100 e 1800 metros) e sombrias. Esta planta -conhecida primitivamente, nos meios científicos, pelo nome de 'Paeonea lusitanica' (Miller) e, mais tardia e perduravelmente, por 'Paeonea broteroi' (Bissier e Reuter), em honra do nosso ilustre botânico Avelar Brotero- é uma espécie rara e protegida, que se pode ainda observar (em plena floração, entre Março e Junho) nas serras d'Aire e dos Candeeiros, na serra da Arrábida, nas de São Mamede, de Grândola, etc. Os seus nomes mais comuns em Portugal, são Peónia, Rosa Albardeira, Rosa de Albardeiro, Rosa Cuca, Erva Casta, Rosa de Lobo, Rosa de São Jorge e Erva de Santa Rosa. Tem, desde tempos imemoriais, a reputação de curar doenças renais, estomacais, do sistema intestinal e, ainda, a virtude de aliviar dores menstruais e ligadas a partos difíceis. O seu nome de peónia provém, aliás de Péon, o médico dos deuses, referido nas principais obras de Homero (a «Ilíada» e «A Odisseia»), mas também por outros escritores da Antiguidade Clássica, como Plínio, o Velho. No cristianismo, esta planta e a sua flor (de tons rosa-avermelhados) estão ligados ao culto de São Jorge. Que, por sinal, até é o santo patrono dos exércitos de Portugal. Um conselho : quando, no sítio certo e na época própria, toparem com uma Rosa Albardeira, não a colham. Porque a sua vida é efémera e porque o seu transplante raramente resulta. Para finalizar este 'post' sobre tão emblemática flor ibérica (e muito portuguesa), aqui vos deixo uma bonita canção que lhe é dedicada e que tem a assinatura de João Monge (letra) e de João Gil (música). A interpretação do tema cabe ao grupo Baile Popular. Ora carregue aqui :
http://palcoprincipal.com/bandasMain/adiafa/video/l7uknSk2o_Q
(As imagens que acompanham esta canção são do filme «O Carteiro de Pablo Neruda» («Il Postino»), realizado, em 1994, por Michael Radford).
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