Este veículo de transporte colectivo é o famoso 'autocarro de Montgomery', conhecido por ter sido o palco de um incidente, que marcou a luta pela emancipação da comunidade negra dos Estados Unidos. Foi nele que, com efeito, a cidadã Rosa Parks (então grávida) decidiu -no dia 1º de Dezembro de 1955- recusar ceder o seu lugar a um branco. Apesar de muito instada pelo motorista, Rosa resistiu, frontal e firmemente, às intimidações e às leis racistas vigentes no estado de Alabama. Foi presa, julgada e condenada a uma pena de prisão de 14 dólares, que recusou pagar. Esse acto de resistência à intolerância racial, esteve na origem de um largo movimento, que começou com o boicote da população negra aos autocarros da companhia segregacionista, que durou 381 longos dias. A esse movimento de protesto contra as leis discriminatórias aderiu, entre outros, o pastor Martin Luther King, que, acusado de atentar contra as leis estatais, também chegou a ser preso. Aos jornalistas declarou : «Estou orgulhoso do meu crime. O crime de juntar o meu povo num protesto não-violento contra a injustiça». Mais de um ano passado, a calma regressou às ruas de Montgomery, com a supressão dos lugares reservados aos brancos nos transportes públicos. E Rosa Parks (1913-2005), uma modesta costureira, passou a ser considerada (a justo título) uma das heroínas da segregada comunidade afro-americana. O autocarro da discórdia, um G.M. 'modelo 'Old Look', propriedade da companhia National City Lines, está, hoje, exposto no Museu Henry Ford, de Dearborn, nos subúrbios de Detroit.
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