sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

A INCÚRIA DEVE SER PUNIDA EXEMPLARMENTE

O mosteiro de Santa Clara-a-Velha é um monumento coimbrão do século XIII. Situado na margem esquerda do Mondego, foi para ali que a chamada Rainha Santa -veneranda esposa do nosso rei D. Dinis- se retirou, depois de ter enviuvado. A sua recuperação custou recentemente ao Estado (que somos todos nós) qualquer coisa como 16 milhões de euros. Ora, no passado dia 11 de Janeiro (há menos de uma semana), essa construção histórica de valor incalculável, património da cidade de Coimbra e da nação, foi brutalmente submersa pelas águas do rio. Isto, de maneira abusiva, na opinião das autoridades locais, nomeadamente autárquicas, que acusam a EDP de ter procedido -sem pré-aviso e sem precauções- a descargas da barragem da Aguieira. Que, se tivessem sido feitas de forma responsável e gradual, teriam evitado as cheias desastrosas, que causaram avultados danos em vários concelhos da região. Sobretudo no supracitado monumento e no seu  Centro Interpretativo, que é um espaço museológico (com 1 000 m2 de área) equipado com salas de exposições, auditório e outras valências. E agora ? -Quem vai pagar ? -Quem vai ser responsabilizado por este autêntico acto de vandalismo empresarial ? -Pois eu espero que seja a EDP e que a factura por estragos materiais e por prejuízos morais seja avultada. E, sobretudo, dissuasiva. Para que o espólio histórico nacional (mas não só, visto haver danos de outra natureza) e os dinheiros públicos sejam protegidos.

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