Herdeiro do imperador Carlos V e da belíssima infanta Isabel de Portugal, filha de D. Manuel I, Filipe II foi o monarca mais poderoso do seu tempo. Com a união dos reinos Ibéricos -alcançada em 1580- reinou sobre um dos mais vastos impérios jamais vistos, «onde o sol nunca se punha». Curiosamente e para sua desgraça, Filipe II nunca foi uma criatura saudável e desde a sua mais tenra idade padeceu de maleitas várias, que o incomodaram durante toda a sua vida; que durou 71 longos anos. Segundo os seus biógrafos, Filipe II (primeiro do nome em Portugal) teve uma morte atroz. Imobilizado numa cama, deitado de costas, 2 meses antes de entregar a alma ao criador, o rei de todas as Espanhas, presa de febres e de secura permanentes, encheu-se de chagas; que -segundo testemunhas- exalavam odores nauseabundos, agravados pelo facto de que o monarca satisfazia todas as suas necessidades fisiológicas num leito, cujos lençóis não podiam ser substituídos devido à imposta imobilidade. Extremamente religioso, o rei morreu às 5 horas da manhã do dia 13 de Setembro de 1598, rodeado de relíquias, constantemente aspergido de água benta e acompanhado por uma legião de padres; entre os quais se encontravam o prior do Escorial (mosteiro onde faleceu) e o arcebispo de Toledo. Não esqueceu que era rei de Portugal e, antes da sua morte, dera instruções para que o seu caixão fosse talhado em angelim, uma madeira do Brasil. Que neste caso, foi recuperada do casco de uma velha nau portuguesa denominada «Cinco Chagas». Trombo-embolismo pulmonar foi, segundo decorre dos últimos estudos, a causa da morte miserável do mais poderoso soberano do seu tempo.
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