Após a conquista de Toledo -em 25 de Maio de 1085- por Afonso VI, rei de Leão, um exército Almorávida atravessou o estreito e desembarcou no El Andaluz, com a firme intenção de dar luta às forças cristãs da Reconquista e de lhes travar o ímpeto. Esse exército era superiormente comandado por Yussuf ibn Tasufin, o poderoso senhor de Marrocos, que, por cá, juntou as suas forças às dos reis das taifas de Sevilha, Granada e Badajoz, para afrontar as hostes do supracitado monarca leonês e do seu aliado Sancho I de Aragão. O choque entre exércitos teve lugar em Sagrajas, nas proximidades de Badajoz, e contou com a participação de 60 000 combatentes, divididos em partes iguais pelas duas forças antagónicas. Depois de horas de combate encarniçado, os muçulmanos puderam cantar vitória, enquanto os partidários sobreviventes das hostes leo-aragonesas se retiravam. Segundo os historiadores, cerca de metade dos guerreiros cristãos terão morrido em combate ou ficado gravemente feridos e incapazes de acompanhar a debandada dos seus irmãos de armas. Desconhecem-se as baixas causadas aos 'árabes', que, no entanto, se presume terem sido, também elas, muito pesadas. O triunfo de Yussuf não conferiu, porém, aos muçulmanos, vantagens territoriais visíveis. Porque entretanto, o seu herdeiro morreu em Marrocos e, temendo uma crise dinástica, o rei almorávida regressou apressadamente, com todos os seus homens, ao norte de África. Ainda referentemente à batalha de Zalaca (ou de Sagrajas), é bom lembrar que um dos seus heróis foi o rei de Sevilha Al-Mu'tamid (1040-1095), que nasceu na agora nossa cidade alentejana de Beja e que é considerado um dos grandes poetas do mundo árabe medieval.
A aldeia de Sagrajas -situada a menos de 10 km de Badajoz, perto do lugar onde se travou a batalha- é de criação recente. Foi, com efeito, fundada durante o consulado e por capricho do ditador Francisco Franco. Os seus primeiros povoadores chegaram ali em 1956. Este povo tem, actualmente, uma população de 600 almas.
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