A Rússia propôs ao Ocidente (e muito especialmente aos Estados Unidos da América) uma aliança -que teria uma componente militar e que integraria igualmente a China e o Irão- para acabar rapidamente com os crimes do autodenominado Estado Islâmico e com a guerra na Síria. E cujo tratado também teria em consideração a retirada, a termo, da contestada figura de Bashar Al- Assad. Parece (ao que diz a imprensa de hoje) que a proposta de Putin foi liminarmente rejeitada... E, assim, o inaudito conflito sírio continuará a desenrolar-se, com o cortejo de horrores que se conhece e do qual a fuga de centenas de milhar de refugiados para a Europa é, para nós, a face mais visível. Mas não a mais atroz. No terreno, só o exército regular sírio e os Curdos fazem face às hordas fanatizadas de jihadistas e às suas pretensões de dominar o mundo; o Próximo Oriente para já e o resto para mais tarde. Eu não compreendo a atitude de Obama perante tal situação. O que é que ele pretende ? - O que querem o homem e o governo que são, em parte, responsáveis pela agravação de um conflito que ajudaram a gerar, fornecendo, aqui há uns anitos atrás, apoios militares (com o fornecimento de armas e de munições) a todos os adversários de Al-Assad, inclusivamente aos radicais do referido E.I. ? -Não percebo... Tanto mais que os Russos -que têm uma base naval na Síria- vão continuar a oferecer (como contrapartida) às forças armadas sírias um apoio militar importante e continuado. Também estou em crer que a má vontade dos americanos nada tem a ver com a falta de democracia que tenha reinado na Síria. Porque isso é incompatível com a atitude dos 'states' perante situações extremas, como, por exemplo, a da Arábia Saudita. O país das decapitações públicas, das gravíssimas descriminações sexistas, das prisões e execuções por delito de opinião, etc. Mas que, apesar disso e de muito mais, os EUA continuam a proteger e a apoiar sem o mínimo escrúpulo. -Como é ?
No domingo passado, os eleitores catalães decidiram dar uma maioria de assentos no parlamento regional ('Generalitat') aos partidos independentistas. Mas esses eleitores também foram mais numerosos a dizer não à separação com Espanha. Então em que ficamos ? -Haverá assim tanta legitimidade para os eufóricos festejos dos separatistas e justificação para o delírio de gritos de vitória e de bandeiras nacionalistas que agitaram Barcelona nestes últimos dias ? -Eu cá tenho muitas dúvidas ! E sem ser rajoyista (longe disso), confesso que até fiquei aliviado com o resultado indefinido de uma eleição que, oficialmente, não era referendária em matéria de desvinculação da região autonómica da Catalunha do resto do território nacional. E fiquei aliviado, porque a pretendida separação de alguns abre a porta a instabilidades perigosas e de semelhante natureza no reino vizinho; mas não só. Os divisionistas de toda a Europa só estão à espera de um sinal, de uma oportunidade (que poderia ter sido dada pela Catalunha), para iniciarem uma série de acções similares e esquartejar ainda mais o continente europeu. Com o lote de conflitos que daí adviriam e as desgraças que se adivinham. Não ! Eu não sou adepto de uma Espanha esfrangalhada, nem de uns Açores desligados da mãe-pátria, nem de uma Córsega ou de uma Bretanha separadas do resto da França, nem de uma Itália nortenha que rompa com o resto da península da bota. Porque acho que os problemas que possam subsistir entre governos centrais e poderes regionais se podem resolver através da discussão democrática e civilizada. E não assim, com atitudes extremistas e prejudiciais aos interesses dos povos. Que têm tudo a perder no jogo das aventuras de cariz nacionalista. É a minha opinião...
A campanha eleitoral (para as legislativas) aproxima-se do fim. Segundo a imprensa e as suas sondagens diárias, a vitória da coligação PAF é quase certa. Mas a verdade, porém, só se conhecerá no domingo, dia 4 de Outubro, ao fecho das urnas. Tenho assistido a tanta coisa bizarra no decorrer destas últimas semanas, que não ficaria admirado se tivesse havido manipulação dos números e a escolha dos Portugueses viesse contrariar as ditas consultas de jornais e institutos de previsão. Mas a coisa mais extraordinária que eu vi no género e até hoje, foi a do frente a frente entre o ainda primeiro-ministro e o seu adversário do PS. Que, muito 'democraticamente', foi transmitido, em simultâneo, pelos três mais importantes canais de sinal aberto da nossa TV (RTP1, SIC e TVI), enquanto os debates com ou entre os outros candidatos foram relegados para canais de televisão pagos e, por causa disso, seguidos por uma minoria de futuros eleitores. Uma nojeira, batota suja, que só por si daria azo -num país normal- à invalidação dos futuros resultados. E o que é ainda mais fantástico, a meu ver, é que a maior parte dos nossos jornalistas e comentadores políticos até achou esta discriminação normal... Ou pelo menos, calou o bico. Bolas, estamos bem servidos !!!
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