quinta-feira, 13 de agosto de 2015
CINE-SAUDOSISMO (24)
«FREI LUÍS DE SOUSA» é um dos monumentos do nosso cinema. Inspirada na imortal (e homónima) peça de Almeida Garrett, esta sumptuosa película foi realizada por António Lopes Ribeiro e teve estreia em 1950. Reconstitui, no ecrã, os amores trágicos de Dona Madalena de Vilhena (presumível viúva de D. João de Portugal, desaparecido na memorável jornada de Alcácer Kibir) e de D. Manuel de Sousa Coutinho. O essencial da acção decorre no seu paço de Almada, onde o casal vive feliz na companhia de sua filha D. Maria, uma encantadora e imaginativa adolescente. O drama estala quando, um belo dia, aparece no palácio um romeiro, que -após 20 anos de ausência e segundo o pressentimento alimentado, ao longo do tempo, por um velho e fiel servo- se revela ser D. João de Portugal; que lograra escapar à fatídica batalha e ao terrível cativeiro nas masmorras da moirama. Excelente reconstituição histórica, excelente guarda-roupa, e, sobretudo, excelente trabalho dos actores Raul de Carvalho, Maria Sampaio, Maria Dulce (então jovem estreante), João Villaret, Tomás de Macedo, Barreto Poeira, José Amaro e Maria Olguim. Produzido pela companhia Lisboa Filme, «FREI LUÍS DE SOUSA» tem fotografia a preto e branco e uma duração de 113 minutos. 113 agradáveis minutos ! Felizmente para os cinéfilos e para todos os outros nostálgicos, esta imprescindível fita de Lopes Ribeiro já tem videogramas editados (VHS e DVD). Esperemos que, num futuro próximo, se ofereça ao público interessado uma nova cópia restaurada sobre suporte 'Blu-ray'. Porque não ? -O filme merece e nós julgamos que também merecemos essas inovações técnicas, que permitem tirar maior proveito da sua visualização.
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