Situada na hoje chamada Rua da Convenção, em Evoramonte, esta modesta casa de aldeia pertenceu ao médico local (e, ao tempo, administrador do concelho) Joaquim António Dias Saramago. No dia 26 de Maio de 1834, foi aqui assinada (como o refere a placa aposta na sua frontaria) a Convenção de Evoramonte, entre representantes dos Liberais (apoiantes de D. Pedro IV) e dos Absolutistas; que chegaram a acordo para pôr fim à guerra civil que dividia e ensanguentava Portugal desde 1828. A letra da Convenção de Evoramonte, estipulava, entre outras coisas, a dissolução do exército de D. Miguel (chamado pelos seus adversários o 'Rei Caceteiro') e a expulsão deste do território nacional no prazo de 15 dias. D. Miguel acatou esta ordem -a troco de uma renda vitalícia de 60 contos anuais- e partiu para o exílio (Nápoles) no dia 1 de Junho de 1834, com alguns dos seus mais fiéis partidários. A chamada Lei do Banimento, que interditava a entrada em Portugal a D. Miguel e à sua descendência, só foi formalmente revogada em 1950 pelo ditador António de Oliveira Salazar. Sequela da guerra civil, foi o facto de ter sobrevivido -no Algarve- uma activa guerrilha miguelista, que durou até à captura e à morte do seu chefe, o Remexido; que foi executado publicamente, em Faro, no dia 2 de Agosto de 1838. Direi, para terminar, que o liberal D. Pedro (afectado por uma tuberculose em fase terminal) renunciou a todos os seus direitos ao trono de Portugal a favor da princesa Maria da Glória (sua filha, então com 15 anos de idade), que haveria de cingir a coroa com o nome de D. Maria II.
Os irmãos inimigos D. Pedro IV de Portugal (Pedro I, imperador do Brasil) e D. Miguel.
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