Acredito que os Franceses, na sua generalidade, conheçam melhor do que nós a distinta figura de Aristides de Sousa Mendes, o tal cônsul de Portugal em Bordéus que -durante a 2ª Guerra Mundial- salvou muitos milhares de refugiados judeus de irem parar aos infames campos de concentração nazis. Onde milhões dos seus correligionários seriam exterminados (até ao fim do conflito, em 1945), em circunstâncias e condições indignas da espécie humana. Em França, sobretudo na região Sudoeste, há ruas e escolas com o nome desse nosso compatriota, que sacrificou a sua carreira diplomática e o bem-estar da sua própria família para socorrer pessoas em grande risco. Pessoas que ele não conhecia e com as quais nem sequer partilhava convicções religiosas. Por cá, pouco ou nada se tem feito para dar a conhecer a dimensão do feito de Sousa Mendes; cujo nome a maioria da população portuguesa simplesmente ignora. Há anos que eu ouço falar da recuperação da casa familiar deste autêntico herói português do século XX; que deveria ser restaurada -com o apoio do Estado- e transformada em museu. Mas, até hoje e segundo creio, essa vivenda -sita em Cabanas de Viriato- continua no mesmo estado de abandono em que se encontrava quando, há 40 anos, caiu o salazarismo. Em França foi editado, aqui há anos, um álbum que conta às crianças desse país (sob forma de banda desenhada), o singular destino de Aristides de Sousa Mendes. Para que a sua memória perdure. O seu autor é o conhecido José Ruy, uma figura marcante dos 'quadradinhos' nacionais.
Esta é a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato (concelho de Carregal do Sal), que foi, outrora a moradia familiar de Aristides de Sousa Mendes. Apesar das inúmeras promessas oficiais (mas não só) para lhe devolver a dignidade que já teve e passar a servir de lugar de memória, ainda não foi recuperada...
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