Calcorreavam, outrora, as ruas e ruelas das vilas e aldeias de Portugal, amolando tesouras, facas e navalhas, concertando guarda-chuvas e executando outros pequenos trabalhos. Isto, num tempo em que os objectos ainda não se atiravam fora com a leviandade que é usual nos nossos dias. A sua chegada aos povoados era anunciada pelo silvo característico de uma flauta de Pã, cujas notas ainda ressoam nos meus ouvidos. Era o amola-tesouras, um trabalhador ambulante de anos passados, que a modernidade condenou ao desemprego e ao esquecimento. A recordação, no entanto, perdura. Até que as pessoas da minha geração desapareçam...
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