sexta-feira, 1 de maio de 2015

PÁGINAS DA NOSSA HISTÓRIA, QUE É BOM RECORDAR

Esta majestática figura que vemos na imagem é a de D. Leonor Teles de Meneses, que foi -nos seus verdes anos- uma das mais belas mulheres do Reino de Portugal. Por ela, el-rei D. Fernando (o derradeiro soberano da 1ª dinastia), um monarca fraco e influenciável, desfez o seu casamento com D. Leonor de Aragão e afrontou a ira das populações dos concelhos; que reagiram furiosa e abertamente ao saberem das intenções do «Formoso» em desposar aquela que eles consideravam uma ambiciosa e pérfida aventureira. Mas, o enlace foi avante e D. Leonor -já senhora destes reinos- começou a sua obra de destabilização da nação portuguesa. Sedutora, incitou o seu real esposo a afogar no sangue as revoltas populares e levou-o, por duas vezes, a declarar guerras a Castela (para defender interesses de um príncipe estrangeiro, o duque de Lancaster), que nos valeram outras tantas invasões do território, com o seu cortejo de desgraças. A par disso e já na fase final do seu catastrófico reinado, D. Leonor Teles viu-se envolvida nas teias da intriga que levou ao assassínio de D. Maria Teles, a sua própria irmã, e no escândalo da sua ligação sentimental com o conde de Andeiro, um fidalgo galego com influência na corte portuguesa. Depois da morte do Andeiro, apunhalado, no paço de Lisboa, por D. João, mestre da Ordem de Avis, D. Leonor (que assegurava a regência do Reino depois da morte de D. Fernando I, ocorrida em 1383) refugiou-se em Alenquer e depois em Santarém; de onde enviou um pedido de socorro a seu genro, o rei de Castela, que invadiu Portugal. Esse perturbado período da nossa História (referido como o do Interregno) terminou, como estais lembrados, depois da decisiva batalha de Aljubarrota, com a vitória dos exércitos do condestável D. Nuno Álvares Pereira e com a fundação da dinastia de Avis. Da qual foi primeiro rei D. João I, filho bastardo de D. Pedro I e de D. Teresa Lourenço, uma dama da corte. Quanto à cúpida e aleivosa D. Leonor Teles, essa terminou os seus dias fechada num convento de Tordesilhas, onde veio a falecer no ano da graça de 1386. (Clique na imagem com o rato para a ampliar).

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