domingo, 10 de maio de 2015
OS FILHOS DO VENTO
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Na transição do século XIX para a centúria seguinte (e antes que o vapor se substituísse, definitivamente, ao sopro de Zéfir), os países europeus ainda dispunham de frotas de grandes veleiros; que iam buscar a regiões longínquas todos os produtos de que a Europa necessitava : petróleo do Texas, chá da China, guano do Chile, carnes e lãs da Nova Zelândia e da Austrália, madeiras do Canadá, etc. Essas longas viagens eram asseguradas por um tipo de veleiro -o 'clipper'- que se caracterizava, essencialmente, pela sua rapidez e aptitude a enfrentar os mais tempestuosos mares do mundo. Este navio, cuja imagem aqui se apresenta, é o «Paulista», um veleiro francês (uma galera de 3 mastros) pertencente à frota da Union des Chargeurs du Havre. Com outros navios da mesma companhia de navegação (o «France-et-Chili», o «Carioca», o «Commerce-de-Paris» e o «Pétropolis»), especializou-se no comércio do café com o Brasil. Pelo facto de serem visitantes assíduos da baía de Guanabara, o «Paulista» e os seus supracitados congéneres foram apelidados 'As Andorinhas do Rio'. Que, depois dos seus tempos de glória, acabaram por deixar lugar aos fumarentos vapores. A aguarela que ilustra este texto é da autoria do artista francês Marin-Marie.
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