Todo o drama da seca, que atormenta ciclicamente os sertões do Brasil, é contado em «Asa Branca», coroa de glória de Luiz Gonzaga, o insigne e saudoso
sanfoneiro nordestino. Também conhecido pela alcunha de 'O Rei do Baião', este popular artista -um dos mais queridos de sempre do povo brasileiro- faleceu em 1989, com 77 de idade. Dele ficou uma imensa saudade e o valioso espólio musical de um trovador genuíno e insubstituível. Aqui fica, pois, a minha homenagem a Gonzagão e a sugestão, aos leitores deste blogue, para que ouçam a sua voz e os acordes inconfundíveis da sua sanfona. Nota : a canção «Asa Branca» (cuja letra também aqui vos deixo) foi escrita e composta, em 1947, por Luiz Gonzaga e por Humberto Teixeira. Caetano Veloso, Maria Bethânia, Elis Regina, Gilberto Gil e muitos outros artistas brasileiros de renome cantaram e gravaram «Asa Branca».
ASA BRANCA
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chores não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Quando o verde dos seus olhos
Se espalha na plantação
Eu te asseguro
Não Chores não, viu?
Que eu voltarei, viu meu coração.
Ouvir aqui :
https://www.youtube.com/watch?v=A5r2_wGk1dI
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