terça-feira, 2 de dezembro de 2014

EMPINAR PARA PASSAR E NÃO APANHAR REGUADAS

Quem se lembra ainda dos métodos de ensino que eram utilizados -nos anos 40 e 50 do século XX- na instrução dos meninos e meninas das escolas primárias ? Se calhar, muita gente... Desconheço se eles eram mais adequados do que aqueles que hoje são programados pelo nosso Ministério da Educação. Mas que eram eficazes, lá isso é que eram ! Uma das suas características (encorajadas por reguadas e outros mimos) era a do 'empinanço', que consistia em decorar textos e toda outra matéria, que convinha saber na ponta da língua para se não sofrer represálias. E a verdade é que a malta (na sua maioria) lá ia aprendendo... Dessa época e desse método de aprendizagem ainda guardo memórias. Como, por exemplo, versos como os de «A Balada da Neve», do poeta Augusto Gil («Batem leve, levemente, como quem chama por mim...»), como a ordem dos planetas do nosso sistema solar, de Mercúrio até ao despromovido Plutão, como a sequência dos reis da dinastia de Avis ou como as estações (todas elas) dos chamados ramais de Cáceres e do Setil. Empinava-se isto, como tantas outras coisas. Que hoje podem parecer futilidades, mas que talvez não tenham sido. Porque, como não se cansavam de dizer os nossos respeitados (e temidos) mestres, «o saber não ocupa lugar».

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