sábado, 30 de agosto de 2014

SOBRE VASCO DA GAMA E A SUA PRIMEIRA VIAGEM À ÍNDIA

Incidentes infelizes como o da 'nau de Meca' (que resultou no massacre de inofensivos peregrinos) marcaram Vasco da Gama com o ferrete, pouco honroso, de homem intransigente e cruel. Na realidade, o insigne navegador alentejano era, apenas, um homem do seu tempo. Que reagia perante situações como a referida, com a violência própria da época em que viveu. Porque aqueles anos de transição do século XV para a centúria seguinte, eram tempos manhosos, em que o inimigo (ou, por ignorância, considerado como tal) não podia esperar a clemência dos seus rivais. Contrariamente, pois, àquilo que possam dizer alguns dos seus detractores, Vasco da Gama foi um grande capitão e o protagonista valoroso de uma das mais extraordinárias epopeias da História universal. É uma personagem que, ainda hoje, goza de grande prestígio internacional, pois o seu nome continua a dizer alguma coisa a milhões de pessoas espalhadas pelo vasto mundo, que ele ajudou a descobrr. A propósito da primeira viagem à Índia desse grande navegador luso, quero aqui deixar algumas imagens, colhidas ao acaso das minhas navegações na Internet. A primeira delas representa um mapa materializando as rotas seguidas pelos seus navios. Que também estão representados nesta bonita ilustração, assim como um navio veneziano, daqueles que ligavam a Cidade dos Doges à costa turca, no tempo em que o essencial dos produtos oriundos do Oriente transitavam por terra; onde eram sujeitos a taxas e mais taxas aplicadas ao longo do perigoso caminho. O que, bem entendido, muito encarecia esses produtos, nomeadamente as especiarias. A imagens seguintes mostram, sucessivamente, a largada da esquadra de Vasco da Gama do Tejo, a sua visita a um soberano da costa oriental de África e a sua chegada a Calecut e encontro com o Samorim. No meu tempo de menino e de adolescente, estas 'coisas' ensinavam-se nas escolas. E até nas publicações destinadas ao lazer e à formação da juventude. Era uma época em que, apesar das circunstâncias desfavoráveis, ainda se tinha mais orgulho nos heróis nacionais do que na legião estrangeira de jogadores de futebol que pululam nos nossos estádios. E digo isto, naturalmente, sem sombra de chauvinismo ou de racismo em relação a esses desportistas vindos da estranja.

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