sexta-feira, 6 de junho de 2014

ASSIM VAI O MUNDO...

A vizinha Espanha prepara-se para enfrentar nova crise, depois do rei Juan Carlos ter anunciado publicamente a sua vontade de abdicar a favor do filho Felipe. Tal notícia teve o condão de acordar os inúmeros movimentos republicanos do país vizinho, que exigem um referendo sobre o futuro regime que deve vigorar no país. Essa má vontade de milhões de cidadãos espanhóis contra a monarquia tem, naturalmente, a sua génese na guerra civil (1936-1936), ganha por um general monárquico, que -depois de ter ele próprio 'reinado' com mão de ferro, ofereceu de mão beijada a coroa de Espanha a um príncipe da família dos Bourbons. Príncipe que até teve um papel vital na instauração da democracia no seu país (o que não é coisa de somenos importância), mas que caiu muito no conceito do seu povo, após os escândalos (alguns protagonizados por Sua Majestade, mas também pela sua descendência) que são do conhecimento de todos. Se juntarmos a isto o reacender dos nacionalismos catalão e basco, é inevitável imaginar o óbvio : que estamos perante uma situação das mais conflituosas. Enquanto vizinho, amigo e admirador de Espanha, faço votos, para bem dos povos peninsulares, mas não só, que essa grande nação saiba superar todos os seus problemas (também exacerbados pela crise financeira e económica) em paz ! Enquanto prosseguem os afrontamentos entre o exército da Ucrânia e os dissidentes das regiões orientais desse país, manifestamente pró-russos (o que não lhes dá o direito de fazerem o que querem), o senhor presidente Barak Obama desembarca na Polónia, para prometer ajuda ao governo de Kiev. Não ajuda diplomática, como genuinamente seria de esperar, mas ajuda militar. Prometeu também ele, ao país visitado, reforçar o contingente de aviões F-16 que apoia a sua força aérea. Para que a Polónia possa, certamente, 'resistir' a um ataque-surpresa perpetrado por Putin... Enfim, Obama prossegue (quem tal diria ?) a política dos seus predecessores do tempo da Guerra Fria. Política que consiste, no essencial, em apertar o cerco à Rússia; que, comunista ou não, continua a ser o inimigo de estimação dos E.U.A.. Este senhor choca-me com as suas palavras e actos. A mim, que, nas eleições que haveriam de levar à Casa Branca o primeiro afro-americano, 'torci' empenhadamente por ele, confiado em promessas que ele não soube ou não quis cumprir. Pois ficou por resolver (apesar dos seus dois mandatos) tudo aquilo que o mundo esperava dele : melhorar a vida dos norte-americanos, que vivem com mais dificuldades do que se pode imaginar; estimular o bom relacionamento entre o seu pais e os seus vizinhos; e, finalmente, resolver pela via pacífica (e não com o recurso à política dos porta-aviões), problemas que se podem sanar, no lugar próprio, pela discussão. Senhor Presidente, o que todos nós queremos realmente (cidadãos da Terra) é bem-estar e concórdia. Nada mais ! Recebida no palácio de Belém pelo presidente da República, a selecção nacional de futebol (de partida para as Américas) recebeu um insólito pedido do primeiro magistrado da nação : «Deem alegria aos Portugueses !». Insólito, digo eu, porque depois das políticas do (des)governo -consentidas pelo professor Cavaco- que têm atirado o nosso povo para a miséria extrema, não são duas (ou mesmo três) vitórias na fase final da Taça do Mundo que lhe vão devolver o bem-estar e a dignidade. O nosso país e o nosso povo foram sugados até à medula pela infernal máquina do Estado e não sairão da pobreza franciscana em que se encontram tão cedo. Nem com injecções diárias de bola.

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