sexta-feira, 30 de maio de 2014

CAPITÃES DO IMPÉRIO (SÉCULO XVI)

Nesta sua rica ilustração, o artista Carlos Alberto dos Santos (notável 'cartoonista' e autor de banda desenhada) presta homenagem a cinco famosos capitães da Índia. Que são, de cima para baixo e da esquerda para a direita : 1- DUARTE PACHECO, cognominado o «Aquiles Português». Ficou na memória a sua acção na defesa de Cochim (1504), quando resistiu a milhares de inimigos, apenas com 77 soldados portugueses e 1000 naires. Também conhecido como homem de ciência, Pacheco escreveu a obra «Esmeraldo de Situ Orbis», um tratado sobre cosmografia e marinharia. 2- LOURENÇO DE ALMEIDA, jovem e bravo guerreiro, que baqueou na batalha naval de Chaul, travada em 1508  contra uma esquadra inimiga (turco-egípcia) muito superior em número. Fora o iniciador das relações luso-cingalesas. 3- FRANCISCO DE ALMEIDA, pai do precedente e primeiro vice-rei da Índia. Administrador notável e capitão invicto. Vingou o seu filho único na renhida e decisiva batalha naval de Diu (1509). Quando já estava de regresso a Portugal, morreu a combater os Cafres do cabo da Boa Esperança (1510). 4- JOÃO DE CASTRO, administrador, guerreiro, cientista e cronista. Um autêntico modelo de justiça e de probidade. Foi outro dos grandes vultos do Oriente português, sendo ele o homem que empenhou as barbas para poder contrair um empréstimo, que lhe permitisse reconstruir a fortaleza de Diu, muito danificada pelo ataque turco de 1546; ataque que ele próprio ajudou a repelir, colocando-se à frente de um pequeno exército. Morreu pobre, apesar de ter sido vice-rei da Índia. 5- AFONSO DE ALBUQUERQUE, outro governador da Índia Portuguesa. Porventura o maior de todos os homens que serviram nessas paragens. Um génio administrativo, militar e diplomático. Alguém lhe chamou o «Leão do Oriente», tal era o temor que ele inspirava aos seus inimigos. Impôs o poder do rei de Portugal, desde Malaca (que tomou no ano de 1511) até Ormuz (que conquistou em 1514). Encorajou os casamentos mistos, entre portugueses e mulheres autóctones, de modo a compensar os seus diminutos recursos humanos e facilitar alianças. Morreu, doente e cansado, numa nau à vista de Goa, em 1515. /////// Durante muito tempo, a lusa gente teve vergonha do seu passado histórico, sem que eu compreendesse muito bem porquê. Isso foi um erro ! Sobretudo, face a nações endinheiradas que hoje nos querem humilhar; mas que nunca nos chegarão aos calcanhares, apesar de alguns episódios pouco reluzentes do nosso passado colectivo e que nós também devemos assumir sem complexos. Uma coisa é certa : nós, Portugueses, nunca exterminámos, sistematicamente, industrialmente, milhões e milhões de seres humanos, pelo facto de acharmos que essa gente pertencia a uma 'raça inferior'...

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