Aqui há uns meses atrás, o primeiro-ministro deste país (que ainda é o nosso) aventou a hipótese de baixar o salário mínimo nacional ! Que, como todos sabem, é miserável e indigno de remunerar qualquer trabalho produtivo. Agora, quase em vésperas de eleições, vem o mesmo senhor desdizer-se e informar a nação da sua disponibilidade para discutir o assunto com os chamados parceiros sociais. Acho que há, em tudo isto, uma incrível falta de pudor; que, muito francamente, roça as fronteiras da indecência. Espero é que os Portugueses não se deixem abusar (mais uma vez) pelas palavras de uma pessoa que é notoriamente conhecida por dar o dito pelo não dito. Por fazer promessas, que são traídas no momento que mais convém às suas jogadas políticas; que não coincidem, está bem de ver, com os interesses do nosso povo. De qualquer modo, os valores da eventual subida do salário mínimo são insignificantes, já que se situariam à volta dos 510 euros. O que, ainda assim e com os descontos legais, deixaria o salário real de muitos milhares de trabalhadores aquém da barra simbólica dos 500 euros. O que, em fim de contas, se saldaria por um aumento de um pouco mais de 1 euro diário ! Saiba o senhor primeiro-ministro, uma vez por todas, que os Portugueses que trabalham e produzem não precisam de esmolas. Do que eles realmente carecem é de justiça. E de ordenados compatíveis com o suor que deixam nas fábricas e nos campos deste país. Sem isso, nada feito e o arraial de (justas) reivindicações continuará. Presumo eu...
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