///////// «Nenhum caminho de flores conduz à glória»
Jean de La Fontaine, poeta e fabulista francês (1621-1695)
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
NOS TEMPOS DA OUTRA SENHORA...
De vez em quando aparecem, na Internet, campanhas que têm -como objectivo fundamental- reabilitar a sinistra figura de António de Oliveira Salazar, o ditador de triste memória, que espezinhou Portugal durante várias décadas. Desta vez, circula por aí uma vinheta avulsa com a imagem e o texto aqui reproduzidos. E que eu quero comentar brevemente, porque tenho uma ideia precisa sobre o homem e o seu regime; que me foram impostos durante 19 longos anos da minha vida. Diz o texto em questão o seguinte : «No meu tempo não havia greves e toda a gente trabalhava...». Pura mentira ! Havia greves, que eram reprimidas com sangue e com muita pancadaria pela antecessora da PIDE, pela GNR e por outras forças militares ou militarizadas, afectas ao regime. Nos anos 50 e 60 do século XX, no Barreiro, onde eu então vivia, toda a gente ainda se lembrava das greves e manifestações populares ocorridas em 1943 e que terminaram com agressões torpes, com prisões de operários da CUF (empresa onde eu trabalharia muitos anos mais tarde) e com despedimentos colectivos. Mas outras greves e protestos ocorreram no país, sobretudo nas vilas e cidades industriais. Quanto ao trabalho para todos, posso dizer que tal afirmação é falaciosa. No Portugal do tempo havia muita fominha provocada pelo facto de não haver abundância de trabalho e de os poucos empregos disponíveis serem miseravelmente remunerados. Também no mundo rural foram organizadas greves de trabalhadoras, tendo sido, muitas delas, esmagadas de maneira brutal. Ocorreram, sobretudo, nos campos do Ribatejo e do Alentejo, onde o sangue correu mais do que uma vez. Diz ainda o panfleto em apreço que «...Havia educação, paz, respeito e ordem». Mentira ! A paz e a ordem eram impostas pelas baionetas e a educação dos Portugueses desse tempo é pura aldrabice. Aliás, como era possível tal estado de coisas num país com 60% de analfabetos ? A maioria dos Portugueses do tempo de Salazar era, isso sim, gente submissa e, regra geral, amedrontada. Porque todos sabiam que, pisando o risco traçado pelas leis fascistas, iriam sofrer as consequências impostas por um regime de terror. Que eu bem conheci e que, por essa razão, me cabe aqui denunciar. Veementemente !
E, já agora, quero também deixar aqui uma amostra (publicada aqui há uns meses atrás nas páginas de um conhecido semanário) demonstrativa daquilo que era o 'paraíso' salazarista. Se ampliar a imagem poderá ler um elucidativo texto sobre as escolas da ditadura nos anos 40.
Para finalizar, quero ainda aqui deixar uma foto de Salazar (à esquerda) com 'aquele abraço' dado ao único amigo que lhe restou, na Europa, depois do fim da 2ª Guerra Mundial e das subsequentes quedas de Hitler e de Mussoulini : Franco, o ditador vizinho; que foi o principal protagonista de uma sangrenta guerra civil, que fez (segundo alguns historiadores) perto de 1 milhão de mortos.
SPORTING TRUNFANTE
Assisti no domingo, pela televisão, ao jogo disputado, em Alvalade, entre o Sporting e o F. C. Porto. E, apesar de ser simpatizante (não-faccioso) do Benfica, não me custa nada afirmar que a equipa orientada por Jardim é a que melhor e mais bonito futebol está a produzir esta temporada. Confesso que me regalei durante todo um jogo que os leoninos só não ganharam devido à diabólica eficácia do guarda-redes do adversário; que foi um digno e heróico suplente de Helton. Espero que a jovem e habilidosa equipa de Alvalade continue assim : a produzir futebol de alta qualidade. Para glória da modalidade e benefício daqueles que neste país -independentemente do seu emblema favorito- ainda gostam (e são cada vez menos, embora não pareça) do espectáculo proporcionado pelo chamado desporto-rei. Viva o Sporting !
MENSAGEM DE FIM DO ANO PARA OS VENDEDORES DE BANHA DA COBRA
«Ó pacóvio, toma lá mais uma dose de produto e dá-me cá o teu voto».
Os costumeiros e desavergonhados vendedores de banha da cobra da política, depois de terem feito deste país aquilo que está à vista de todos (uma terra com centenas de milhar de desempregados, entre os quais já reina a fome e o desespero), prometem-nos agora o paraíso ! Lá para Maio ou Junho, aquando da partida da 'troika'... Ora, toda a gente sabe que isso é pura mentira; que por essa altura Portugal continuará endividado até aos olhos e que os 'nossos' credores não vão, de modo algum, aliviar a pressão sobre o nosso país e as suas legiões de zé-pagantes. Segundo as previsões de economistas independentes e honrados, é quase certo que o ano de 2014 será bem pior do que este que hoje finda. Que os cortes nos salários, pensões e reformas se vão acentuar e que a situação continuará a degradar-se, sempre com os mesmos (os mais pobres) a pagar a factura da incompetência e das negociatas (submarinos, swaps, venda a vil preço de património público, etc) que arruinaram e continuarão a arruinar o país e a impedi-lo, no futuro, de se desenvolver. E eu continuo na minha, dizendo que é urgente e salutar pressionar esses bufarinheiros da desgraça, esses vendilhões de ilusões, a abandonar rapidamente o poder. Para que Portugal não soçobre, irremediavelmente, num abismo de onde leve muitas décadas a emergir. Nessas circunstâncias, exijo -enquanto cidadão livre deste país- que este governo incompetente que temos, se cure definitivamente do 'síndroma do carro preto' (como diria um comentador do Eixo do Mal, notório simpatizante do PSD) e que desampare a loja. Fora !
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
FELIZ NATAL !!!
////////// Que o verdadeiro espírito de Natal -que é o da solidariedade e da partilha- vos ilumine a todos. Hoje e pela vida fora...
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
QUIMERA
Eu quis um violino no telhado
E uma arara exótica no banho.
Eu quis uma toalha de brocado
E um pavão real do meu tamanho.
Eu quis todos os cheiros do pecado
E toda a santidade que não tenho.
Eu quis uma pintura aos pés da cama
Infinita de azul e perspectiva.
Eu quis ouvir as Cármina Burana
Na hora da orgia prometida.
Eu quis uma opulência de sultana
E a miséria amarga da mendiga.
Eu quis um vinho feito de medronho
De veneno, de beijos, de suspiros.
Eu quis a morte de viver dum sonho
Eu quis a sorte de morrer dum tiro.
Eu quis chorar por ti
Durante o sono,
Eu quis ao acordar fugir contigo.
Mas tudo o que é excessivo é muito pouco.
Por isso fiquei só, com o meu corpo.
**Rosa Lobato de Faria, poetisa, prosadora e actriz portuguesa (1932 - 2010)**
TELEFILME SOBRE A TRAGÉDIA DO «LACONIA»
Há muito tempo que procurava a cópia videográfica de um telefilme, que, em língua inglesa, se intitula «The Sinking of the Laconia». Depois de ter perdido a esperança de a encontrar em Portugal ou em França (países onde parece nunca ter sido editada), deparei-me (na passada semana) com uma versão 'blu-ray' numa loja de Badajoz, aqui ao lado, na vizinha Espanha. Já visionei a cobiçada cópia e confesso que fiquei muito agradado com a fidelidade histórica que caracteriza esta longuíssima metragem (175 minutos); que evoca um dos maiores e mais pungentes dramas marítimos ocorridos durante a 2ª Guerra Mundial. Trata-se, naturalmente, da tragédia provocada pelo torpedeamento do paquete britânico «Laconia» ao largo das costas da África oriental, ocorrido no dia 12 de Setembro de 1942. Repito, a história está muito bem contada e combina habilmente ficção com a realidade. Esta obra (fruto de uma co-produção anglo-germânica) intitula-se em castelhano «Laconia - El Hundimiento». Recomendo vivamente o seu visionamento, sobretudo àquelas pessoas que se interessam pela História do último conflito generalizado e que não tenham complexos em relação à língua de Cervantes. Que até é de fácil compreensão.
CHUMBO UNÂNIME DO T. C.
O Tribunal Constitucional considerou, ontem, que o chamado 'regime de convergência das pensões', proposto pelo (des)governo CDS/PSD é ilegal. Isso, apesar das pressões que sobre ele têm sido exercidas, de ignóbil maneira, diga-se de passagem, por todos aqueles que -em Portugal e no estrangeiro- querem levar por diante o infame processo de empobrecimento do nosso povo. Mas o (des)governo já se prepara, como aliás ameaçara despudoradamente, para colocar em acção o seu plano B; que consiste em ir-nos aos bolsos de outra maneira, sobretudo através da imposição de mais e mais taxas fiscais. Injustas, naturalmente, porque essas novas medidas de austeridade incidem, muito especialmente, quase em regime de exclusividade, sobre aqueles que menos têm. Deixando de lado os velhos e os novos milionários deste país (que, curiosamente, nestes tempos de crise, nascem como cogumelos em dias de chuva) ao abrigo de desagradáveis surpresas. Quanto a mim, as frequentes e repetidas tentativas de violar a Constituição da República Portuguesa por parte do (des)governo que desgraçadamente temos é revelador do seu carácter pré-ditatorial. E constitui um teste à vigilância do nosso povo e à das suas instituições democráticas. A nós de perceber essa tenebrosa manobras e de fazer sistematicamente barreira à acção nefasta de um grupo de rapazolas que anda a brincar com o fogo. É estranho, mas, por vezes, tenho a desagradável impressão que essa gente gostaria de nos impor a miséria e as regras próprias de um regime que ruiu estrondosamente na Primavera de 1974. Num tempo em que, neste jardim à beira mar plantado, despontavam os cravos...
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
DESCENDO O RIO...
Saudosa imagem de um tempo em que os barcos rabelos desciam o rio Douro por entre margem bucólicas. Transportando barris de precioso vinho do Porto, das zonas de produção até às caves de Vila Nova de Gaia; onde esse néctar de excepção -glória de Portugal- envelhece e se valoriza...
O ROSTO DE LAWRENCE...
Faleceu ontem, num hospital de Londres, com 81 anos de idade, o actor irlandês Peter O'Toole; que foi o inesquecível rosto de Laurence da Arábia num famosíssimo filme realizado, em 1962, por David Lean. Da sua extensa filmografia, recordo ainda -sem consulta prévia de obras referenciais- «A Noite dos Generais», fita dirigida em 1966 por Anatole Litvak; que sem ser (penso eu) uma das suas melhores películas, me impressionou particularmente. Sobretudo pelo seu entrecho policial, que se desenrolava durante a 2ª Guerra Mundial, numa Varsóvia em chamas ocupada pelas tropas nazis. Aqui fica a minha modesta homenagem a este grande profissional formado na Real Academia de Arte Dramática, de Londres. Bye, bye Mister O'Toole !
quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
NADIR AFONSO DEIXOU-NOS
O arquitecto e pintor português Nadir Afonso deixou-nos ontem aos 93 anos de idade. Artista de craveira internacional, Nadir Afonso trabalhou e privou com artistas de renome, tais como Le Corbusier e Óscar Niemeyer ou como os pintores Vasarely e Fernand Léger. Nadir Afonso (que expôs nas mais afamadas galerias do mundo) deixou inúmeras obras em museus e colecções particulares. Que prestigiam o seu trabalho e vão perpetuar a sua memória. O seu falecimento constitui, obviamente, uma grande perda para as Artes deste país que é o nosso.
MANOEL DE OLIVEIRA : 105 ANOS DE VIDA CONSAGRADOS AO CINEMA
Completou ontem 105 anos de idade o cineasta português Manoel de Oliveira. E pensam que ele está preocupado com a morte, que infalivelmente o alcançará, como a todos nós ? Desenganem-se. O genial autor de «Aniki-Bobó» está, neste momento e apenas, concentrado na ideia de captar financiamento para a sua próxima película... Que lição de vida ! (fotografia do jornal «O Público»).
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
BRINCOS DE CEREJA
Dos brincos mais esquisitos
Não tenho a menor inveja :
Não há brincos mais bonitos
Que os meus brincos de cereja.
(Quadra popular)
sábado, 7 de dezembro de 2013
DECEMBER 7, 1941. REMEMBER !
Foi há 72 anos -em 7 de Dezembro de 1941- que os japoneses atacaram (de surpresa, sem prévia declaração de guerra) a base aeronaval norte-americana de Pearl Harbour, no Hawai. A mortandade aí ocasionada pelos nipónicos, exaltou os ânimos da população estadunidense e obrigou o governo de Washington a aliar-se às potências europeias, que já combatiam o eixo Berlim-Roma-Tóquio. Essa histórica decisão dos Estados Unidos da América deu à Segunda Guerra Mundial uma nova dimensão, arrastando, nomeadamente para a zona do Pacífico, forças militares de uma importância jamais vista naquelas bandas. A Europa também beneficiou, naturalmente, com a entrada em guerra do gigante americano; que, com o seu poderio industrial (principalmente), constituiu um ajuda decisiva para o reforço dos arsenais das nações (Reino Unido e URSS) que por cá resistiam, praticamente sozinhas, ao avanço dos exércitos hitlerianos. Acho que, no dia aqui assinalado, o império do Japão prestou, involuntariamente, um grande, um enorme serviço aos Aliados, despertando a fúria do titã adormecido. Porque esse acto insensato tornou claro (pela primeira vez deste que o conflito eclodira, em 1939) que alguma coisa iria mudar. E que o nazismo e os apaniguados de Hitler tinham os dias contados.
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
BENÇÃOS
Bem hajas, ó luz do Sol,
Dos órfãos gasalho e manto,
Imenso, eterno farol
Deste mar largo de pranto.
Bem hajas, água da fonte,
Que não desprezas ninguém;
Bem haja a urze do monte,
Que é lenha de quem não tem.
Bem hajam rios e relvas,
Paraíso dos pastores!
Bem hajam aves das selvas,
Música dos lavradores !
Bem haja o cheiro da flor,
Que alegra o lidar campestre;
E o regalo do pastor,
A negra amora silvestre !
Bem haja o repouso à sesta
Do lavrador e da enxada;
E a madressilva modesta,
Que espreita à beira da estrada !
Triste de quem der um ai
Sem achar eco em ninguém !
Felizes os que têm pai,
Mimosos os que têm mãe !
** Tomás Ribeiro, poeta português (1831-1901), in «D. Jaime» **
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
ADEUS MADIBA !...
Faleceu ontem à noite em Joanesburgo -com 95 anos de idade- Nelson Mandela. Que foi uma das figuras mais nobres e mais fascinantes da História Universal dos séculos XX e XXI. Artífice do desmantelamento do odioso regime de 'apartheid' (luta que ele pagou com 28 longos anos de cadeia), Mandela foi também o obreiro da transição sul-africana; que, sem a sua clarividência e a sua generosidade, teria resultado num trágico banho de sangue. Nelson Mandela foi, no seu tempo, um dos raros heróis globais. Obrigado por teres existido e por nos deixares um legado tão prenhe de humanidade. Que o teu exemplo nos inspire (a todos) até ao fim dos tempos.
quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
RECORDAÇÕES (9)
Quando eu era menino e frequentava a 3ª classe de instrução primária (grau escolar a que corresponde hoje, penso eu, o 3º ano do ensino básico) tomei conhecimento -no meu Livro de Leituras- de um texto que me deixou deveras impressionado. E que eu, ainda agora, sei quase de cor : «O Alcaide do Castelo de Faria». E isso, apesar de, entretanto, terem decorrido 60 longos anos ! O texto em questão (que eu só muitos anos mais tarde vim a saber ter sido inspirado num escrito do grande Alexandre Herculano) exaltava a figura e a atitude de um certo Nuno Gonçalves, alcaide de um castelo «que se ergueu no monte da Franqueira, a pouca distância da cidade de Barcelos», que terá vivido nos perturbados tempos de el-rei D. Fernando de Portugal; e que preferiu, num lance de fidelidade e de heroísmo, que «as lanças dos castelhanos» lhe atravessassem «o corpo com inúmeros golpes», do que incitar o filho a render-se ao inimigo. Esse texto, que ocupava -com um sugestivo desenho- apenas duas páginas do meu «Livro de Leitura da 3ª Classe», foi, sem dúvida, um daqueles que, desde muito jovem, despertaram o meu interesse pela História de Portugal e a minha natural propensão para amar (sem lamechices) este país que é o meu. Que, nesta segunda década do século XXI, tão maltratado é por alguns dos seus próprios filhos. Bastardos que o têm saqueado e desvirtuado, como se nós fôssemos uma qualquer nação, sem memória, sem honra, sem pergaminhos. Estamos num tempo em que os interesses colectivos deste povo são vendidos ao estrangeiro por indivíduos sem pátria, que se põem em bicos de pés para adquirirem, para eles próprios, estatuto e proventos, que não se coadunam, minimamente, com a generosidade de que este povo tem dado provas ao longo dos seus 9 séculos de existência. Gente que se esforça por eliminar da memória dos Portugueses as suas referências históricas e os seus motivos de legítimo orgulho nacional. Atente-se, por exemplo, no que essa gente está a fazer àqueles marcos importantes da nossa História -tais como o 1º de Dezembro e o 5 de Outubro- datas riscadas do calendário por obra e graça de quem gostaria (é por demais evidente) de apagar a própria identidade do país e de dissolvê-la numa amálgama de territórios controlados -política e economicamente- pela Alemanha de Angela Merkel. Não sou antieuropeu (até achei que a ideia e o espírito inicial da CE era uma boa coisa), mas não quero, de todo, o meu país submetido ao 'diktat' germânico. Até porque acho que num Portugal sem corrupção e sem incompetentes é possível viver livre e dignamente. Porque, ao contrário do que para aí se pretende, Portugal não é um país pobre. Pobre é a Suíça ! Só que esse país tem gente competente, trabalhadora e que, praticamente, não sabe o que é vender-se. Em relação às simbólicas datas da nossa História, agora desprezadas e lançadas às urtigas, espero que os governos vindouros as restabeleçam. Como é de sua obrigação !
SEM SURPRESAS : RONALDO É O MELHOR EM ESPANHA
Sem desejar alinhar no polémico confronto «quem é o melhor ?», quero assinalar aqui que o nosso compatriota do Funchal recebeu, esta semana, o troféu -atribuído pela «Marca»- ao melhor futebolista a actuar no campeonato espanhol. É verdade que o seu principal rival está momentaneamente fora de combate. Mas também é certo, que o Cristiano fez (está a fazer) uma das mais extraordinárias épocas da sua carreira de futebolista emérito. O exemplo do jogo Suécia-Portugal foi a demonstração final e perfeita do seu talento na 'arte' de jogar a bola. Portanto, se ele receber, no próximo ano, a cobiçada Bola de Ouro atribuída pela FIFA ao melhor jogador do mundo, ninguém deveria ficar surpreendido com isso. Nem mesmo o arrogantezito presidente da UEFA, um tal Michel Platini, que também adquiriu o (mau) hábito de lançar bocas. A exemplo do que fez (autorridicularizando-se) um seu colega austríaco do mundo dos futebóis...
«IMPUNIDADE»
Estou a ler um livro interessantíssimo sobre os casos de (grande) corrupção que abalaram Portugal nestes últimos 40 anos. Intitula.se «Impunidade» e é da autoria da jornalista espanhola Virginia López, que, nas suas bem documentadas páginas, reúne 15 casos que deveriam envergonhar toda a lusa gente e mobilizá-la para que -uma vez por todas- nos fosse dita a verdade sobre assuntos que dizem respeito a todo e qualquer cidadão. Toda a verdade, sobre assuntos e negociatas protagonizadas pelo poder político e, a maior parte das vezes, pelos figurões do poder económico, cuja acção nefasta tanto tem prejudicado o nosso país. Tanto do ponto de vista financeiro, como da sua imagem perante o mundo civilizado. Portugal, que é uma das nações da Europa ocidental mais marcadas pela corrupção, desceu mais um ponto (segundo os jornais desta semana) na escala assustadora dessa pouca vergonha. Virginia López refere o caso do BPN como um dos casos mais paradigmáticos e revela que, até Dezembro de 2012, só 12 das 300 testemunhas envolvidas nesse processo foram ouvidas pelos tribunais ! É bom lembrar que, no assalto do século (como já alguém lhe chamou), o estado já perdeu muitos milhares de milhões de euros; que o bom povinho português continua a pagar... Enfim, nas 300 páginas do livro em referência são escalpelizados os casos Camarate, do Fax de Macau, dos Hemófilos, do Saco Azul, da Universidade Moderna, da Casa Pia, Freeport, Apito Dourado, Portucale, Isaltino Morais, das Licenciaturas Relâmpago, dos Submarinos, Operação Furacão e Face Oculta, para além, naturalmente, do já citado ruinoso caso BPN. A leitura deste livro -que eu a todos recomendo vivamente- é elucidativa. E indispensável, para quem queira dar-se conta do pântano em que se encontra o nosso país; para onde foi atirado por figuras conhecidas, que deveriam estar -todas elas- atrás das grades. (A obra citada foi editada pel'A Esfera dos Livros e custa menos de 15 euros).
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
VIVA O 1º DE DEZEMBRO !
Apostado em apagar tudo o que cheire a patriotismo, o triste governo que temos decidiu eliminar do calendário de feriados o histórico dia 1º de Dezembro; data em que os Portugueses festejam a restauração do estado fundado em 1128 por D. Afonso Henriques. Indignados com tão espantosa ideia, os nossos compatriotas compareceram, ontem, em massa, na avenida da Liberdade (em Lisboa) para comemorar o evento e honrar os heróis de uma guerra pela independência, que durou 28 longos anos. Gostei ! E se não estive lá fisicamente, estive lá em espírito, com todas aquelas pessoas que não admitem que um bando de gente ignorante espezinhe os símbolos da Nação Portuguesa.