sexta-feira, 1 de novembro de 2013
A NEGLIGÊNCIA E A POBREZA MATAM NO NOSSO PAÍS
A notícia dos jornais que, hoje, mais me comoveu e indignou foi -sem dúvida alguma- a que fez referência à morte de um menino de 8 anos, filho de pais romenos a viver no Algarve. A criança regressou da escola com sinais reveladores (segundo a sua própria mãe, que é formada em farmácia) de estar a sofrer de apendicite aguda. Conduzida ao Hospital do Barlavento, o apressado diagnóstico aí feito foi de que ela estaria desidratada (!), de nada valendo as súplicas da mãe do menino, que informou o médico de serviço das suas suspeitas e que lhe solicitou um exame mais aprofundado. Mandado para casa, sem o recurso ao exame que o bom senso impunha, o menino foi conduzido, sempre pelos pais, ao Hospital de Portimão; onde também nada foi feito para detectar a causa do mal de que ele padecia. Em desespero de causa, os pais (actualmente desempregados, como tanta gente neste país) conduziram o seu menino a uma clínica particular, onde os exames feitos ao paciente revelaram que o diagnóstico maternal estava correctíssimo. Mas essa clínica recusou-se fazer a operação cirúrgica que urgentemente se impunha, porque os pais do menino não tinham os 2 000 euros para a custear. Chamado o INEM, a criança foi, então, conduzida de helicóptero para um estabelecimento hospitalar de Lisboa, onde veio a falecer. Pelo facto de, entretanto, o seu estado se ter agravado, por ser demasiado tarde... E eu pergunto-me : que raio de país é este que nos estão a querer impingir, onde se deixa morrer uma criança de 8 anos, por evidente negligência dos médicos e porque os pais não têm o dinheiro exigido para o socorrer na hora ? Será isto a antevisão do que nos espera, de um país que alguns querem dominado pela saúde privada, em que só os ricos se poderão salvar ? Será isto conforme à letra da Constituição da República Portuguesa, lei fundamental que consagra o direito de todos à saúde, que os senhoritos do desgoverno que temos querem virar do avesso ? Espero que os Portugueses estejam alerta, que pensem no que se passou com esta infeliz criança e que denunciem este tipo de situações, que teima em repetir-se no nosso país.
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