////////// O filme «Lobos do Mar» -uma produção da companhia M.G.M.- foi magistralmente realizado, em 1937, por Victor Fleming e é uma adaptação cinematográfica do romance «Captains Courageous», de Rudyard Kipling. Conta-nos a história emocionante de um miúdo rico e arrogante, que caíu ao mar (quando viajava no luxuoso iate da família) e daí é resgatado pela rude tripulação de um navio de pesca; um veleiro, onde ele vai travar conhecimento com Manuel, um português, que, pouco a pouco, lhe vai proporcionar uma verdadeira lição de vida, que transforma o menino mimado num jovem com princípios, abnegado e reconhecido. «Lobos do Mar» é um filme feito à maneira antiga, um fita que, sem complexos, transmitia valores morais e explorava emoções. Tenho saudades do cinema desse tempo, um cinema em glorioso preto e branco, que, geralmente, recorria ao trabalho de actores de grande classe, que o público do tempo idolatrava. É o caso desta fita de Fleming, na qual brilharam Spencer Tracy (no papel do madeirense Manuel), Lionel Barrymore, Melvyn Douglas, Mickey Rooney, John Carradine e o jovem Freddie Bartholomew, que na película em apreço deu corpo e voz à personagem central. As saudades que tenho do cinema deste tempo estão, obviamente, ligadas à minha juventude. Época em que as famílias faziam quase um ritual da ida semanal ao cinema do seu bairro. Hoje esse espírito está totalmente perdido. Por duas boas razões : a primeira está ligada ao facto do cinema já não ser aquilo que era; a segunda razão é... porque já não há cinemas. Chegou-se ao ponto desse espectáculo , outrora eminentemente popular, não ser exibido em províncias inteiras do nosso país, por falta de salas e de outras estruturas de exibição de filmes. O que eu acho (negativamente) extraordinário !!!
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