segunda-feira, 28 de outubro de 2013
NO PAÍS ONDE GUIAR (AUTOMÓVEIS) É CRIME
É sabido que a Arábia Saudita é uma das nações mais retrógradas do mundo. Nesse país do Próximo Oriente ainda vigoram leis feudais, que levam à execução em praça pública (por decapitação com sabre) os condenados à morte... Ontem, agentes da autoridade prenderam, nesse potentado petrolífero -aliado privilegiado dos E.U.A. naquela região do globo- 15 mulheres; que foram apanhadas (oh, crime horrível !) a conduzir automóveis. Será que a abundância de 'ouro negro' por debaixo dos areais da Arábia dará aos descendentes do rei Abdul Aziz o direito -em pleno século XXI- de maltratar as suas próprias mulheres ? É que, muitas vezes, em complemento das vexantes penas de prisão aplicadas por actos de rebeldia desta natureza, as mulheres sauditas ainda são submetidas a castigos, que compreendem chibatadas e outras torturas físicas e morais. Na Arábia Saudita, a política de sujeição feminil é tal, que conduz a situações caricatas. Estou a lembrar-me, por exemplo, da recente expulsão do país -pela Comissão para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício- de um certo Omar Borkan Al Gala (que eu penso ser cidadão dos Emirados Árabes Unidos), acusado dos 'crimes' seguintes : «ser demasiado bonito» e «ser irresistível para as mulheres». Isto é verdade ! Coisas destas não se inventam. A não ser que se tenha a mentalidade caturra (perdoai o eufemismo) de um saudita, forjada por anos e anos de ódio a tudo o que é estranho aos ancestrais, mas ultrapassados, costumes locais. É tempo para que o reino saudita -um dos países onde as mulheres são amortalhadas em vida com burcas e vestimentas similares- respeite os seres humanos que vivem à sombra da sua bandeira. Sobretudo os mais vulneráveis de entre eles; que são as mulheres, como já referi, mas também os 6 milhões e 400 mil emigrantes instalados no país e que ali executam as tarefas mais duras e insalubres (em troca de salários miseráveis) que os locais não aceitam fazer; mesmo a troco de muito dinheiro. E, neste caso, não se trata de punir 'infiéis', porque a esmagadora maioria dos estrangeiros que vivem na Arábia Saudita professa a religião muçulmana.
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