sábado, 12 de outubro de 2013

AS FRAUDES QUE AJUDARAM A CHEGAR À CRISE

Por obra e graça da sua classe dirigente, que é de uma mediocridade aflitiva (tanto a nível profissional, como moral), o Portugal democrático -nascido da revolução de 25 de Abril de 1974- está a viver uma crise sem precedentes. E, muito, repito, por causa da incompetência e da ganância dos seus políticos, mas também por causa dos banqueiros e dos grandes empresários deste país, que estão mais preocupados em safar-se a eles próprios do que a resolver -com justiça e no interesse do nosso povo- uma situação que os portugueses (na sua esmagadora maioria) não criaram. Quem a gerou foram, afinal, aqueles que durante quatro décadas viveram acima das possibilidades de um país, que foi empobrecendo à medida que certos amigalhaços dos 'responsáveis' políticos se iam enchendo de dinheiro. O caso de certos empreiteiros  (que se tornaram milionários em pouco tempo) é, talvez, o mais paradigmático dessa prática que  envergonha e prejudica quase todos nós. Vem este introito a propósito da fraude (agora denunciada pela imprensa) do novo Hospital Pediátrico de Coimbra; que apesar de ter sido recentemente inaugurado já está a cair aos bocados. E está nesse lastimoso estado, porque fiscais, tais como João Costa da Silva, foram proibidos de supervisar as obras, depois de terem detectado e denunciado muitas anomalias nas técnicas de construção do edifício e verificado a falta de qualidade dos materiais utilizados na sua realização. É o supercitado quem também denuncia, agora, o encaixe abusivo por parte do empreiteiro de cerca de 27 milhões de euros. Soma adicionada aos custos iniciais (10 milhões), pelo 'facto' de a empresa construtora se ter deparado com a imprevista presença de águas subterrâneas no subsolo da referida unidade de saúde e de uma avultada indemnização (16,7 milhões) ter sido atribuída à Somague-Bascol (a executora da obra) por um tribunal arbitral (esse flagelo da justiça que temos, segundo o Dr. Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados) por condicionamento dos trabalhos. Esta soma colossal paga ao empreiteiro, em suplemento do valor acordado, pela Administração Regional de Saúde do Centro, vai agora e ao que parece ser investigada. Até porque o tal fiscal diz a quem o quer ouvir, que «nunca houve, não há, nem haverá águas subterrâneas no terreno em questão». E foi assim meus amigos, com muitos casos desta natureza, lesivos do superior interesse da nação, que se foram afundando as finanças deste país. E é por essa e por outras fraudulentas razões que o bom e (demasiado) pacífico povo português, anda agora a pagar uma factura incomportável. Anda agora a pagar as favas pela incúria, pela incapacidade e pela torpeza de várias gerações de políticos. Que tudo o que souberam e sabem fazer na vida é botar discursos arrogantes e enganar o eleitorado. Que em Portugal, é formado por uma massa de gente ingénua e submissa. Até quando ?

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