Faleceu ontem no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, Urbano Tavares Rodrigues. Tinha 89 anos de idade e foi um dos grandes nomes da literatura portuguesa da segunda metade do século XX. Foi também um dos intelectuais que mais se destacou na luta contra a tirania salazarista. Ousadia que lhe valeu várias estadias nas sinistras cadeias da ditadura e anos de exílio em França, país onde foi professor universitário. Autor multidisciplinar, Urbano escreveu contos, novelas e romances, poesia, ensaios e dezenas de artigos na imprensa. Natural da capital, estava, no entanto, muito ligado ao Alentejo, a uma família de latifundiários. Isso não o impediu de se relacionar e de se solidarizar com o povo dessa região, com o qual ele sempre disse ter aprendido muita coisa. Desse conhecimento adveio a sua escolha política, que o levou -desde muito cedo- a optar pela filiação no Partido Comunista Português. Aqui fica a nossa sentida homenagem a este singular homem de cultura, uma figura de qualidade, cuja morte deixou Portugal mais pobre.
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