quarta-feira, 29 de maio de 2013
«TU ME FENDS LE COEUR...»
////////// 'Les chefs-d'oeuvre n'ont pas d'âge', proclama o cartaz de «Marius», um filme francês realizado por Alexandre Korda e estreado em 1931. E é a pura das verdades. As obras-primas do cinema (mas não só) são intemporais ! Baseado na obra literária de Marcel Pagnol (que é também o autor do guião), esta fita (e «Fanny» e «César», das quais ela não se pode desassociar) ainda conserva -apesar dos seus mais de 80 anos- a frescura e o 'charme' dos seus primeiros tempos. Tenho a sorte de possuir gravações desta trilogia e ainda aqui há umas semanas atrás me regalei com o incomparável espectáculo oferecido por actores tão extraordinários quanto o foram Raimu (que Orson Welles não hesitou apontar como sendo «o maior actor de todos os tempos»), como Pierre Fresnay, como Orane Demazis, como Alida Rouffe, como Fernand Charpin, como Paul Dullac, como Robert Vattier e como todos outros comediantes que protagonizaram estes primorosos filmes sobre costumes marselheses das primeiras décadas do século XX. O cartaz e a fotografia anexados a este 'post' representam o famoso jogo de cartas entre César (patrão do 'Café du Port') e os seus três clientes e comparsas : mestre Panisse (negociante de velas e de outros artigos para navios), Escartefigue (capitão do 'ferriboate' que cruza o velho porto) e 'Monsieur' Brun (um funcionário lionês destacado em Marselha). A cena é indescritível, como intraduzível é o falatório dos quatro jogadores de cartas; mas é uma das mais famosas do cinema francês. De sempre ! «Marius» e as duas outras referidas películas só encontram pendente, no nosso cinema, nas fitas com os impagáveis António Silva, Vasco Santana e Beatriz Costa, que fizeram furor nos anos 30, 40 e 50 do passado século. O que diz tudo !
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