quarta-feira, 11 de abril de 2012
OS FILMES DA MINHA VIDA (103)
«O BARÃO DO ARIZONA»
FICHA TÉCNICA
Título original : «The Baron of Arizona»
Origem : E . U. A.
Género : Drama
Realização : Samuel Fuller
Ano de estreia : 1950
Guião : Samuel Fuller
Fotografia (p/b) : James Wong Jowe
Música : Paul Dunlap
Montagem : Arthur Hilton
Produção : Carl K. Hittleman
Distribuição : Lippert Pictures
Duração : 95 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Vincent Price .................. James Addison Reavis
Ellen Drew ..................... Sofia Peralta Reavis
Beulah Bondi ................... Loma Morales
Vladimir Sokoloff .............. Pepito Alvarez
Reed Hadley .................... John Griff
Robert Barrat .................. juíz Adams
Robin Short .................... Lansing
Barbara Woodell ................ Carry Lansing
Tina Rome ...................... Rita
Margia Dean .................... a marquesa
Edward Keane ................... Miller
Karen Kester ................... Sofia menina
SINOPSE
14 de Fevereiro de 1912. O governador do Arizona festeja, na companhia de alguns dos seus ilustres concidadãos, a entrada oficial daquele vasto território do Oeste nos Estados Unidos da América. Durante essa memorável reunião, um dos convidados toma a palavra e narra aos presentes uma insólita história : a de James Addison Reavis, um indivíduo que, anos atrás, havia forjado documentos falsos com o intuito de se apoderar daquele que se tornará no 48º estado da União.
Está-e agora no ano de 1872 em Phoenix. Reavis bate à porta do velho Alvarez e convence-o de que Sofia, a menina que ele recolhera por caridade, é, na realidade, uma descendente do barão de Peralta, fidalgo europeu ao qual o rei Fernando VI de Espanha concedera, outrora, a propriedade de todas as terras do actual Arizona.
E, enquanto a criança é entregue à ama Loma Morales, Reavis vai refugiar-se em Espanha, no mosteiro de Alcântara. Onde, às ocultas dos respectivos monges, ele vai forjar uma série de documentos susceptíveis de provar a outorga de um título de baronia aos antepassados da pequena Sofia, assim como a concessão daquelas cobiçadas do Oeste americano.
Na posse desses 'preciosos' papéis, James Addison Reavis regressa à América, onde, anos mais tarde, desposa Sofia, concede a si próprio o título de barão do Arizona e reivindica a plena posse desse vasto território.
Mas o falsário (que fora um antigo funcionário do cartório do registo de terras), vai defrontar-se com um outro perito na matéria; que, pouco a pouco, vai reunir provas da fraude e demonstrar a evidência da gigantesca vigarice perpetrada pelo pretenso barão.
James Addison Reavis, que, entretanto, se apaixonara realmente pela jovem mulher que ele iludira e da qual se servira para atingir os seus cúpidos fins, é julgado e condenado por um tribunal a uma longa pena de prisão, acabando por cumprir sete anos de cárcere...
O MEU COMENTÁRIO
«O Barão do Arizona» foi realizado logo a seguir ao singular western (e primeiro trabalho de Fuller enquanto director) «Matei Jesse James». E veio confirmar o gosto do cineasta (jornalista de formação e ex-combatente da 2ª Guerra Mundial) por anti-heróis e por histórias pouco comuns, a frisar o insólito.
«O Barão do Arizona» é um filme raríssimo, apenas conhecido de alguns cinéfilos, frequentadores assíduos de cinematecas. De onde esta singular obra só muito exceptionalmente sai, para animar uma ou outra noite de cineclubistas. Confesso que, no que me respeita, só vi esta película uma única vez, aquando da sua programação (em finais dos anos 60 ou início da década seguinte) por um dos três canais da televisão francesa do tempo. O que é pena, porque, no dizer dos peritos, o filme em questão tem qualidades (vivacidade de ritmo, por exemplo), apesar da inexperiência do seu autor.
Outros trunfos evidenciados pel' «O Barão do Arizona» são as admiráveis imagens (a preto e branco) de James Wong Howe e o trabalho interpretativo de Vincent Price (no papel do falsário James Addison Reavis), que é considerado extraordinário; igualando, ou superando até, algumas das suas famosas interpretações no cinema fantástico, género em que este actor particularmente brilhou.
Perante isto, aqui fica a ritual e indispensável pergunta : quando é que os senhores editores de DVD's terão o bom senso de nos oferecer esta fita, pela qual todos os cinéfilos ansiosamente esperam ?
(M.M.S.)
«O Barão do Arizona» foi produzido pela quase desconhecida produtora Lippert Pictures
Samuel Fuller com o seu inseparável charuto. Além de «O Barão do Arizona», este realizador rodou mais 3 filmes ambientados no Far-West : «40 Cavaleiros» (1957), «A Flecha Sagrada» (1956) e «Matei Jesse James» (1949). Cópias DVD destas duas últimas películas já foram editadas em Portugal pela Cine Digital. Esperemos que esta firma nos ofereça, um dia, edições das outras referidas fitas de Fuller...
Outro cartaz original de uma das menos conhecidas obras de Samuel Fuller
Vincent Price -o rei do filme fantástico- é aqui um muito credível James Addison Reavis, o homem que sonhou apoderar-se do território do Arizona
A bonita Ellen Drew no papel da falsa baronesa Sofia Peralta. Mulher usada e abusada em nome das ambições do seu marido
Filme raro, «O Barão do Arizona» já foi, no entanto, editado em DVD nos Estados Unidos
Situando a acção numa América pós-colonial, onde subsistem ainda resquícios da presença espanhola, Fuller ofereceu-nos um filme original. Isto, apesar dos defeitos normais de uma primeira (ou quase) obra
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