sexta-feira, 28 de outubro de 2011
MOSCAS
Como diz o outro, eu ainda sou do tempo em que se uma mosca nos caía no prato da sopa a retirávamos cuidadosamente do dito e prosseguíamos, com imperial placidez, a nossa refeição. É que, quando eu era menino, a comida era algo que se poupava, porque era um bem escasso e precioso. Mas a verdade é que -passadas tantas décadas- ainda continuo a detestar esse insecto doméstico, que, encarniçadamente, me empenho em exterminar por todos os meios ao meu alcance e em todas as circunstâncias. Sim, que me perdoe o bondoso do São Francisco de Assis ('irmão' de toda a bicharada), odeio essa praga que nos incomoda diariamente e nos obriga a usar meios, de natureza química, envenenadores da atmosfera. Ou então a usar instrumentos arcaicos que causam menos danos ao ar ambiente, mas que nos obrigam a correr atrás das intrusas, por vezes sem grandes resultados... Não uso vinho azedo para as capturar, porque toda a gente sabe que «não é com vinagre que se apanham moscas» e que para triunfar na luta contra esses insectos dípteros é necessário ser-se de outra estirpe do que a das «moscas mortas», que é, como quem diz, pessoa dissimulada, sonsa; ou «andar às moscas», termo que na nossa língua tem a ver com gente que leva vida ociosa; ou «papar moscas», que significa -em bom português- estar boquiaberto, sem fazer nada. Tampouco é aconselhável estar «com a mosca», porque esse estado de grande irritação é prejudicial a uma boa caça às detestáveis criaturas que inspiraram este 'post'
Estas moscas verdes são as que eu mais detesto (vá lá saber-se porquê ?) e aquelas que persigo com mais ferocidade
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