sábado, 6 de agosto de 2011

OS FILMES DA MINHA VIDA (61)


«DA TERRA NASCEM OS HOMENS»

FICHA TÉCNICA
Título original : «The Big Country»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : William Wyler
Ano de estreia : 1958
Guião : James R. Weeb, Sy Bartlett e Robert Wilder
Fotografia (c) : Franz F. Planer
Música : Jerome Moross
Montagem : Jessamyn West e Robert Wyler
Produção : William Wyler e Gregory Peck
Distribuição : United Artists
Duração : 164 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Gregory Peck ………………………………………. James McKay
Jean Simmons …………………………………….. Julia Maragon
Carroll Baker ……………………………………….. Patrícia Terrill
Charlton Heston ………………………………….. Steve Leech
Burl Ives ……………………………………………….. Rufus Hannassey
Charles Bickford …………………………………. major Henry Terrill
Alfonso Bedoya ……………………………………. Ramón
Chuck Connors ……………………………………… Buck Hannassey
Chuck Hayward ……………………………………. Rafe
Beff Brady ……………………………………………. Dude

SINOPSE
Está-se no Texas, por volta de 1870. Duas famílias de ganadeiros –os Terrill e os Hannassey- digladiam-se pela posse de Big Muddy, um rancho semiabandonado, mas que é o mais rico em recursos hídricos de toda a região de San Rafael.
É nesse contexto de violência que por ali aparece James McKay, um insólito capitão de navios originário de Baltimore, que, na imensidão do ‘Estado da Estrela Solitária’ se orienta com o auxílio de uma bússola –como o faria em pleno oceano, a bordo de um clipper- e que assume perante a explosiva situação uma singular atitude de não-violência. Posição que vai ser interpretada por uns como a revelação da cobardia dos janotas do Leste e, por outros, como uma espécie de refinada provocação.
Sem realmente o desejar, chega o momento em que o oficial de marinha (que ali chegara na condição de noivo da herdeira da família Terrill) se torna o elemento motor da rivalidade entre facções e vai, involuntariamente, precipitar o desfecho da tragédia que fervilha.
Os acontecimentos que se encadeiam têm, porém, a virtude de clarificar posições e, finalmente, de permitir a James McKay de descobrir o verdadeiro amor na pessoa da frágil, doce e aristocrática Julia Maradon, a legítima proprietária de Big Mudy, o pomo da discórdia (que se transforma em guerra aberta) dos rancheiros de San Rafael.

O MEU COMENTÁRIO
O filme «Da Terra Nascem os Homens» (inspirado na novela «The Big Country», da autoria de Donald Hamilton) é, para mim, um dos mais notáveis westerns realizados no fim da prolífica década de 50.
Paralelamente ao desenrolar da intriga, tecida à volta da desmedida ambição de dois irredutíveis chefes de clã, a atenção do espectador é retida pelas extraordinárias imagens (de uma monótona grandiosidade) da paisagem texana. Isso entrou, aliás, nos planos do realizador, que para atingir os seus objectivos se valeu da ajuda preciosa de Franz F. Planer, o seu conceituado director de fotografia, e das possibilidades oferecidas por essas técnicas fabulosas que são o Technirama e o Technicolor.
Quanto ao cartel de actores, William Wyler pôde dispor (para a realização desta película) de quem quis; quer dizer, da colaboração de alguns dos melhores profissionais da Hollywood dessa época, fazendo trabalhar ao lado das estrelas consagradas que já eram Gregory Peck, Charlton Heston e Jean Simmon, alguns secundários de grande classe, tais como Burl Yves (já galardoado com um Óscar e que, com a sua participação nesta fita, arrecadaria outro), como Charles Bickford (um dos actores preferidos de Cecil B. DeMille) ou, ainda, como Chuck Connors (o atiradorde elite da série televisiva «O Homem da Carabina»). Isto, sem esquecer, naturalmente, a loira Carroll Baker. Que aqui (como em alguns outros papéis que protagonizou) encarna a figura de uma jovem simultaneamente ingénua e preversa. (Lembram-se dela em «A Voz do Desejo», de Elia Kazan ?).
Filme controverso, «Da Terra Nascem os Homens» fez correr, quando estreou, rios de tinta. Das suas qualidades e defeitos escreveu-se tudo e (como sói dizer-se) mais alguma coisa. Críticos houve que colocaram este filme de William Wyler nos píncaros da lua, classificando-o de superwestern e adjectivando-o em consequência. Outros, provavelmente tão competentes em matéria de cinema como os primeiros, detestaram o trabalho feito e chamaram-lhe todos os nomes feios que é possível chamar a um filme : caricatural, ridículo, pretensioso, extravagante, aborrecido, etc, etc.
Na minha opinião de cinéfilo básico, o filme (sem ser o «western dos westerns», o «Bem-Hur do cinema de cowboys», como também lhe chegaram a chamar) é, simplesmente e apenas, um bom (muito bom, digo mesmo) espectáculo, que propõe uma reflexão sobre a verdadeira coragem; que consiste –para o herói da história contada- em manter-se fiel aos seus princípios morais, sejam quais forem as circunstâncias e independentemente das pressões e insultos sofridos.

(M.M.S.)


Cartaz espanhol


Charles Bickford encarnando a figura do major Henry Terrill, inimigo irreconciliável da família Hannassey


Cartaz italiano


O oscarizado actor (e cantor de 'country') Burl Yves, interpreta aqui o papel do irascível chefe de clã Rufus Hannassey


Cartaz de promoção do filme de Wyler na Bélgica, onde é identificado pelo título «Les Grands Espaces». Esta fita também se chamou assim em França


O major Henry (Bickford), a sua filha Patricia (Carroll Baker), o namorado desta, James McKay (Peck) e o capataz Steve Leech (Heston) conversando na confortável mansão dos Terrill


Cartaz japonês



Julia Maragon (Jean Simmons) e James McKay (Gregory Peck) discutem sobre a eventual venda do rancho Big Muddy a Jim


Cartaz argentino


James McKay vai afrontar em duelo o primogénito dos Hannassey...


Outro cartaz norte-americano

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