quinta-feira, 4 de agosto de 2011

COMPRAR EM ESPANHA


Exigir (ou pedir) aos Portugueses que comprem produtos nacionais já faz parte da 'grande' campanha de resgate da dívida portuguesa, esse enorme buraco cavado pela vaidade, pela irresponsabilidade e pela incompetência de certa classe política. Classe política (pertencente -não tenhamos medo de o afirmar- aos três partidos da área da governação) à qual, um eleitorado composto maioritariamente por gente irreflectida e resignada vem entregando -há trinta e tal anos- o poder de mão beijada. Sem que, até aqui, ela (a tal classe política) tenha mostrado a mínima disposição ou saber para resolver os problemas de fundo do nosso país, que está cada vez mais dependente, e dos nossos compatriotas, que estão cada vez mais pobres. Sem querer ser (ou parecer) ave de mau agouro, parece-me que, ao ritmo a que 'avançamos', perto estará o dia em que a casa portuguesa virá mesmo abaixo. E temo (confesso) todas as consequências geradas pelo desespero de milhões de pessoas que sobrevivem, na nossa terra, sem emprego ou com salários baixíssimos e pensões de reforma verdadeiramente escandalosas. Mas voltemos à vaca fria, para dizer que para comprar produtos nacionais (os de boa qualidade, porque os maus e os medíocres não interessam a ninguém) e relançar a economia lusa não bastam palavras bonitas dos senhores bem instalados nas confortáveis cadeiras do poder. É necessário relançar actividades criminosamente desprezadas, como a agricultura, as pescas, a indústria; é imperativo relançar (neste país de doutores sem futuro) um ensino técnico de qualidade, que alimente essas actividades e lhes ofereça sustentabilidade. E é urgente, também, aumentar substancialmente os salários e as pensões mais baixas (se necessário em prejuízo das remunerações escandalosas de gente que nada ou pouco faz), de modo a que o consumo dos bens que produzimos encontrem, dentro das nossas fronteiras, o seu mercado natural.

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A compra de carburante em Espanha é um dos principais atractivos para os visitantes (habituais ou ocasionais) de nacionalidade portuguesa. Causa : a carestia dos preços nacionais, dos mais elevados de toda a Europa


Certos produtos, tais como o marisco, também são muito procurados pelos Portugueses em Espanha. É que eles atingiram por cá preços verdadeiramente proibitivos. Curioso é saber que os espanhóis nos compram muito peixe e muito marisco e que conseguem vendê-los a preços muito inferiores aos nossos. Porque será ?

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Ontem estive em Espanha, país onde me desloco com alguma frequência, e lá enchi o depósito do carro (já que não acho um acto patriótico pagar a gasolina ao preço que ela nos é vendida em Portugal pela Galp e apaniguados), de lá trouxe mercearia e alguns artigos culturais (como livros e DVD's), coisas que no nosso país são vendidos por preços já inacessíveis à maioria dos Portugueses


Comprei cinco DVD -contendo cópias de sete filmes- pelo módico preço de 32 Euros, quando em Portugal tudo isso me custaria, pelo menos, o dobro ou o triplo do valor. Um deles é um western que George Sherman realizou em 1955 e que foi exibido entre nós com o título «A Última Batalha» («Chief Crazy Horse»). Esta cópia videográfica, de grande qualidade, continua a ser inédita na maioria dos outros países europeus, nomeadamente em Portugal


Outro dos DVD's que comprei no país vizinho contém cópias dos famosos filmes de Fritz Lang «O Tigre de Eschnapur» («Der Tiger von Eschnapur») e «O Túmulo Índio» («Das Indische Grabmal»). Este simples conjunto custou-me menos de 9 Euros...

Nota final : estou convencido (como muita gente) que para estimular as vendas em Portugal de muitos artigos é absolutamente necessário valorizar os preços pagos aos produtores e reduzir as margens beneficiárias (por vezes escandalosas e injustificadas) de intermediários e vendedores

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