sábado, 25 de junho de 2011
OS FILMES DA MINHA VIDA (54)
«HONDO»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Hondo»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : John Farrow
Ano de estreia : 1953
Guião : James E. Grant
Fotografia © : Robert Burks e Archie Stout
Música : Emil Newman e Hugo Friedhofer
Montagem : Ralph Dawson
Produção : Robert Fellows/Wayne-Fellows
Distribuição : Warner Bros.
Duração : 83 minutos
FICHA ARTÍSTICA
John Wayne …………………………………….. Hondo Lane
Geraldine Page ………………………………… Angie Lowe
Ward Bond ………………………………………. ‘Buffalo’
Michael Pate ……………………………………. Victorio
James Arness …………………………………. Lennie
Leo Gordon ………………………………………. Ed Lowe
Paul Fix …………………………………………….. major Sherry
Rodolfo Acosta ……………………………….. Silva
Tom Irish …………………………………………. Tenente McKay
Lee Aaker …………………………………………. Johnny Lowe
SINOPSE
Hondo Lane, batedor e estafeta ocasional do exército dos Estados Unidos, passa pelo rancho da família Lowe, implantado numa região recuada do Arizona, cuja posse exclusiva é reivindicada pelos Apaches do temível caudilho Victorio.
Prevendo a iminência de um raide dos pele-vermelhas, Hondo propõe à proprietária do lugar (que ignora o paradeiro do marido) e a Johnny, o seu filho de 6 anos, escoltá-los até Fort Seddon, onde ficariam em segurança. Diante da recusa obstinada de Angie Lowe, que diz não temer agressões dos Apaches, por manter com eles, desde sempre, boas relações de vizinhança, Hondo prossegue o seu caminho até ao posto militar, com a intenção de comunicar ao major Sherry informações sobre a rebelião dos autóctones. Chegado ao forte, Hondo é provocado por um desconhecido, que, mais tarde, ele terá que balear em estado de legítima defesa. A morte do provocador, que não era outro senão o marido de Angie, e o terno sentimento que esta lhe havia inspirado, incitam Hondo a voltar ao rancho dos Lowe, numa última tentativa de proteger os sobreviventes da família. Isto, numa altura em que os ataques dos Apaches haviam redobrado de violência, devido à influência nefasta de Silva, um guerreiro arrogante e sanguinário.
Depois de um combate decisivo com a cavalaria dos Estados Unidos e com a morte dos seus aguerridos chefes tribais, os Apaches dispersam-se e uma paz relativa volta ao Arizona. Mas, a morte de Ed Lowe (cujas circunstâncias Hondo confessou a Angie) e a promessa de uma nova onda de violência, convencem a viúva e o pequeno Johnny a acompanhar o ex-batedor até à Califórnia, terra onde reina a paz e onde Hondo Lane possui um formoso rancho.
O MEU COMENTÁRIO
O guião deste filme, da lavra de James Edward Grant, inspirou-se num romance do celebrado Louis L’Amour, grande nome da literatura western e autor de inúmeras obras que conheceram a glória da adaptação cinematográfica e/ou televisiva. A popularidade deste escritor foi (e ainda é) tão grande nos Estados Unidos, que o próprio presidente Ronald Reagan (antigo cowboy das pantalhas) o condecorou, em 1984, com a Medalha da Liberdade, uma das distinções norte-americanas mais cobiçadas.
Inicialmente, a produção quis atribuir o papel de Hondo Lane, o herói da fita, a Glenn Ford, mas este actor de origem canadiana recusou o papel pelo facto de não se entender muito bem como realizador John Farrow, com o qual ele havia trabalhado anteriormente, aquando da rodagem de «Plunder of the Sun», uma fita de aventuras filmada no México.
Foi por essa razão que John Wayne (com interesses na produção do filme e que se mostrara fascinado com o argumento de «Hondo») acabou por se impor como intérprete da personagem principal deste western, que foi (refiro-o a título de curiosidade) um dos poucos filmes que os estúdios de Hollywood produziram em 3-D, um novo sistema de cinema em relevo. Lembro que esta técnica teve vida efémera e constituiu uma das armas à qual a indústria cinematográfica californiana recorreu na sua guerra sem quartel contra a concorrência da televisão. Guerra que o cinema só ganharia com a combinação do cinemascópio e do technicolor.
Ainda a propósito da relação especial que John Wayne manteve com esta fita, lembro que a dita marcou o ‘Duke’ a tal ponto, que, vinte anos mais tarde, num outro dos seus filmes do género («O Trunfo é Perder», produzido pelo seu filho Michael), o grande John se ilustrou no papel de um certo Lane, enquanto Raquel Welsh, co-vedeta da película em causa, encarnava a figura de uma finória dama chamada Lowe; apelidos das inesquecíveis personagens de «Hondo».
Faço ainda notar, para finalizar, que «Hondo» permitiu a essa senhora actriz que se chamou Geraldine Page (que até então se consagrara exclusivamente ao teatro) de se impor no difícil mundo da 7ª Arte. É verdade que a sua interpretação do papel de Angie Lowe foi, simultaneamente, sóbria, comovente e convincente.
(M.M.S.)
Eis aqui um dos cartazes que promoveram este filme de John Farrow em França
Batedor da cavalaria dos Estados Unidos, Hondo Lane anda sempre acompanhado por um cão feroz e desconfiado
Cartaz espanhol, da autoria do reputado artista catalão Soligó
Hondo Lane (John Wayne) e Angie Lowe (Genevieve Page) amam-se (timidamente) desde o seu primeiro encontro
Cartaz italiano de «Hondo»
De pé, da esquerda para a direita : Silva (Rodolfo Acosta) e Victorio (Michael Pate).
Sentado : Hondo (John Wayne). Capturado pelos Apaches, o batedor só fica a dever a vida ao facto de passar pelo suposto marido de Angie Lowe
Cartaz editado na Alemanha, aquando da estreia do filme nesse país. Curiosidade : os cinéfilos alemães são, muito provavelmente, aqueles que, na Europa, mais apreciam o género western...
O prestígio desta fita foi tão grande em França e nos países francófonos, que várias revistas procederam à sua novelização. Uma delas foi «Cinémonde»...
...outra foi «Mon Film»
Capa da cópia DVD editada no Brasil. Para quando uma edição no nosso país ?
Cartaz estadunidense colocando em valor a técnica 3D
Estatueta de John Wayne, representando o actor numa pose de «Hondo»
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