segunda-feira, 2 de maio de 2011

OS FILMES DA MINHA VIDA (49)



«RAÍZES DE OURO»

FICHA TÉCNICA
Título original : «The Hanging Tree»
Origem : E. U. A.
Género : Western/Drama
Realização : Delmer Daves
Ano de estreia : 1959
Guião : Wendell Mayes e Halstead Welles
Fotografia (c) : Ted McCord
Música : Max Steiner
Montagem : Owen Marks
Produção : Martin Jurow, e Richard Shepherd
Distribuição : Warner Bros.
Duração : 106 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Gary Cooper ………………………………………….. Dr. Joseph Frail
Maria Schell ……………………………………….. Elisabeth Mahler
Karl Malden …………………………………………...Frenchy
Bem Piazza …………………………………………….. Rune
George C. Scott …………………………………. George Grubb
Karl Swenson ……………………………………….. Tom Flaunce
Virginia Gregg ……………………………………… Edna Faunce
John Dierkes ……………………………………….. Society Red
King Donovan …………………………………………. Wonder
Slim Talbot ……………………………………………. o cocheiro da diligência

SINOPSE
Decorre o ano de 1873. O doutor Frail, que arrasta com ele o peso de um secreto e pavoroso passado, instala-se numa modesta localidade do território de Montana, onde se atarefa uma comunidade de garimpeiros dominada pela febre do ouro.
Pouco tempo depois da sua chegada a Skull Creek (assim se chama a povoação), o médico vai socorrer e dar guarida ao jovem Rune e à bela Elisabeth Mahler. O primeiro fora ferido a tiro, quando tentava apropriar-se de algumas pepitas de metal precioso numa mina alheia; a segunda –traumatizada pela morte do pai, aquando do ataque à diligência em que viajavam e gravemente queimada por uma prolongada exposição aos raios solares- sofre de cegueira transitória.
Curada por Frail, a paciente acaba por enamorar-se do clínico. Este, tomando os sentimentos da moça por banal reconhecimento, afasta-a com uma certa frieza, obrigando-a a associar-se, na exploração de um terreno aurífero, ao jovem Rune e a Frenchy, um canalha que cobiça abertamente os dotes físicos de Elisabeth.
A brusca descoberta de um rico filão, a paixão, o jogo das rivalidades e o abuso do álcool vão determinar a explosão da violência, que acaba por avassalar Skull Creek; mas também por decidir de um dramático frente a frente entre o céptico doutor Frail e a amorosa Elisabeth Mahler…

O MEU COMENTÁRIO

Este filme foi sugerido a Delmer Daves, o seu realizador, pela leitura de uma novela da autoria da célebre escritora Dorothy M. Johnson e é, certamente, uma das mais belas películas dirigidas pelo conceituado cineasta. Refira-se a propósito da supracitada literata, inspiradora do filme, que a sua obra romanesca foi recompensada, em 1976, com o ‘Saddleman Award’, um prestigioso prémio atribuído pela Associação dos Escritores do Oeste Americano, uma instituição que funciona no seio da Universidade do Texas.
Plasticamente perfeito, o filme «Raízes de Ouro» impressiona desde aquelas primeiras imagens que nos desvendam o lugar onde se desenrolará a acção : um verdejante vale coberto de abetos e sulcado por uma torrente de águas claras e burbulhantes. Cromo que transmite ao espectador uma maravilhosa e doce sensação de paz. O desassossego chega instantes mais tarde, quando surge diante dos olhos inquietos do Dr. Frail a árvore de cujos ramos ressequidos pende, lugubremente, a corda da justiça e da morte. Como para nos lembrar, afinal, que a presença humana e a noção de tranquilidade são incompatíveis neste vale de lágrimas, desde o bíblico dia em que o Criador resolveu oferecer uma companheira ao pai Adão e que, ambos, conceberam Caim.
E o nosso mal-estar de espectadores acentua-se, progressivamente, à medida que soam os acordes e se ouvem e entendem as primeiras estrofes de «The Hanging Tree» (‘a árvore da forca’), a pungente canção da autoria de Mack David e de Jerry Livington, que Marty Robblins interpreta magistralmente.
«Raízes de Ouro» (que terá um ‘happy end’, apesar dos momentos de angústia que, por vezes, deixam pressagiar a irreversabilidade do drama) é, no meu entender, um excelente filme. Obra de um excelente realizador durante muito tempo subestimado, que provou com esta esta película (e não só com ela) ser capaz de transmitir emoções fortes, graças à construção inteligente de uma história povoada por personagens autênticas, profundamente humanas.
De referir, igualmente, é o bom trabalho executado pelo elenco artístico (Gary Cooper desempenha, nesta fita, um dos melhores papéis de toda a sua carreira), com menção muito especial para dois actores secundários excepcionalmente dotados : Karl Malden, que aqui protagoniza a figura do velhaco Frenchy, e George C. Scott, no papel do alucinado pregador Grubb.

(M.M.S.)


Cartaz francês com o título de exibição do filme no 'hexágono' : «La Colline des Potences»


O Dr. Frail é um médico duro, mas conhecedor e abnegado. Virtudes que não o impedem de se entregar ao prazer de jogar póquer...


Cartaz belga. O título dado ao filme na Bélgica francófona foi o mesmo atribuído em França. O que nem sempre acontece...


A actriz Maria Schell fotografada muitos anos depois da sua participação nesta belíssima fita de Delmer Daves


Cartaz espanhol


Karl Malden encarna a personagem abominável de Frenchy, um dos maus da fita...


Cartaz de origem italiana

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