quinta-feira, 16 de setembro de 2010
OS FILMES DA MINHA VIDA (46)
«MOHAWK»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Mohawk»
Género : Aventuras
Realização : Kurt Neumann
Ano de estreia : 1956
Guião : Maurice Geraghty e Milton Krims
Fotografia (c) : Karl Struss
Música : Edward L. Alperson Jr.
Montagem : anónimo da Lexington Trading Co. Inc.
Produção : Edward L. Alperson Jr.
Distribuição : 20th. Century-Fox
Duração no cinema : 90 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Scott Brady ................................. Jonathan Adams
Rita Gam .................................... Onida
Neville Brand ............................... Rokhawah
Lori Nelson ................................. Cynthia Stanhope
Allyson Hayes ............................... Greta
John Hoyt ................................... Butler
Vera Vague .................................. Agatha
Rhys Williams ............................... Clem Jones
Ted de Corsia ............................... Kowanen
Mae Clarke .................................. Minikah
John Hudson ................................. capitão Langley
Tommy Cook .................................. Keoga
James Lilburn ............................... o sargento
SINOPSE
Cynthia Stanhope e sua tia Agatha (duas burguesas de Boston) chegam a Forte Douglas, um posto militar do vale do Mohawk, com a firme intenção de convencerem Jonathan Adams -um prometedor artista plástico- a apressar a data do casamento que este deverá contrair com a primeira. Mas o pintor ausentara-se da fortaleza com Greta, um dos seus modelos ocasionais, e o reencontro com a sua prometida reveste-se de alguma frieza.
Ao mesmo tempo, o ambicioso Butler tenta semear a desordem entre as tribos Iroquesas e os brancos do vale, intrigando junto de uns e de outros. Tais intrigas têm o condão de excitar os jovens guerreiros e de levá-los a tentar apoderar-se de um carregamento de armas e munições destinadas aos militares do forte. Durante a breve escaramuça que opõe índios e brancos, Adams logra capturar a jovem Onida, que é a própria filha de Kowanen, caudilho dos Iroqueses. Rendido aos encantos da bonita pele-vermelha, o pintor subtrai-a às buscas dos soldados e leva-a sã e salva à sua aldeia. Lugar onde ele decide permanecer uns tempos, para poder retratar os notáveis da tribo e ilustrar algumas cenas da vida quotidiana dos Iroqueses.
Mas Butler consegue levar por diante os seus criminosos intentos e, depois do assassínio de Keoga, irmão de Onida, os Iroqueses desenterram o machado de guerra e lançam-se numa luta sem quartel contra os colonos do vale do Mohawk. Capturado pelos índios, Jonathan consegue escapar à sua ferocidade graças à ajuda da bela Onida; e lança-se numa corrida contra o tempo para poder salvar a paz e a dignidade das duas comunidades em conflito. Tendo, finalmente, desmascarado a traição de Butler -que acaba por morrer às mãos dos Iroqueses, que ele havia sublevado- o pintor Adams consegue também convencer Kowanen de que a conquista da concórdia é algo mais importante do que os louros colhidos nas batalhas.
Imperando, de novo, a tranquilidade no vale do Mohawk, Jonathan Adams e Onida podem confessar o seu amor às algo despeitadas Cynthia e Greta e contribuir, com a sua união, para que a paz entre brancos e índios reine e perdure.
O MEU COMENTÁRIO
Os títulos original e português deste filme têm a ver com o espaço geográfico onde decorre -em finais do século XVIII ou início da centúria seguinte- a sua acção : o histórico e fértil vale do rio Mohawk. Ali mesmo onde John Ford situou a trama da sua primeira película colorida, a inesquecível obra intitulada «Ouvem-se Tambores ao Longe». Fita à qual Kurt Neuman e a produção desta série B roubaram descaradamente sequências inteiras para as incluirem em «Mohawk». Como, por exemplo, a famosa perseguição movida pelos pele-vermelhas ao herói branco, como o incêndio das fazendas dos colonos ou como o espectacular ataque ao forte.
Este filme (de orçamento modesto) vê-se, ainda hoje, com algum prazer, até porque o seu entrecho revela uma certa originalidade, ao oferecer protagonismo a um artista, a um pintor, em vez de recorrer à figura tradicional do herói, que, logicamente, deveria ser aqui um garboso militar, um intrépido batedor ou um laborioso pioneiro. Presumimos que o guionista (ou o autor que inspirou o argumento desta fita) tivesse querido, nestas circunstâncias, render homenagem aos primeiros ilustradores do Oeste selvagem, tais como Catlin, Bodmer, Audubon e outros mais.
Scott Brady (actor falecido em 1985) interpreta aqui -com uma certa classe, note-se- o papel de Jonathan Adams, um pinga-amor e um artista plástico perdido nas plagas do 'wilderness', facto que contrasta com todas as outras figuras que ele protagonizou nos demais filmes de aventuras nos quais ele teve o ensejo de participar; e que foram muitos, tanto no cinema como na televisão.
Habituados que estamos aos incríveis e inadmissíveis erros e anacronismos próprios deste género de filmes (a que alguns especialistas chamam pré-westerns), saudamos aqui a inteligência da produção de «Mohawk», que pôs os Iroqueses a viver nas habitações tradicionais dos ameríndios da região dos Grandes Lagos e não nos tipis característicos das nações nómadas da Grande Pradaria. Como aconteceu, por exemplo, em «Forte Niagara» (de Felix Feist, 1952), uma fita (com Lex Barker) que nos conta uma história situada sensivelmente na mesma época e na mesma região.
Não existe DVD com cópia desta película em Portugal. Em contrapartida, o filme já foi editado nesse suporte videográfico no Brasil («Mohawk-A Lenda do Iroquês») e oferece uma tripla vantagem para os coleccionadores : 1ª - está dobrado em língua portuguesa e também oferece legendas no nosso idioma; 2ª - foi editado em zona 0 (zero), o que quer dizer que o respectivo DVD pode ser lido em qualquer parte do mundo; 3ª - é actualmente vendido em vários sites da Internet a preços extremamente baixos, que, geralmente, não ultrapassam os 10 euros.
M.M.S.
Em finais do século XVIII, a região dos Grandes Lagos era uma zona de fricção entre os colonos brancos e os belicosos guerreiros autóctones...
Cartaz francês
...mas nem todos os ameríndios davam provas de má vontade em relação aos invasores. Onida, por exemplo, mostrava predisposição para se entender com os brancos. Ou, pelo menos, com um deles...
Cartaz imprimido em Espanha, publicitando a fita de Kurt Neumann
Foi difícil para o pintor branco ganhar a confiança do chefe Iroquês Kowanen e do seu povo...
Outro dos cartazes utilizados nos E.U.A. para a promoção da película
...mas o amor sincero de Jonathan (Scott Brady) por Onida (Rita Gam) ajudou a vencer as desconfianças e a estabelecer uma paz duradoira entre os rostos pálidos e os pele-vermelhas. Era o 'happy end' desejado por milhões de espectatores que, nos anos 50 do passado século, acorriam, todos os fins de semana, às salas de cinema para descompressar (ainda não havia 'stress' nessa época), esquecendo os problemas do dia a dia. As fitas movimentadas e ingénuas como esta sempre ajudavam...
Capa do DVD editado en França
Sem comentários:
Enviar um comentário