quarta-feira, 4 de agosto de 2010

OS MEDOS DO MAR TENEBROSO


Atraída por uma falsa ilhota, a marujada vai meter-se na boca do lobo. Ou melhor, entre os tentáculos (descomunais e cruéis) do pérfido polvo...


Apesar da forma vagamente humana que lhe emprestou a lenda, o mostrengo só encontrou um adversário digno do terror que inspirava, na pessoa de um timoneiro de el-rei D. João II...

«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo ?»

Os marinheiros da Idade Média e dos séculos seguintes viveram obsecados pela aparição do monstro marinho que lhe destruísse os navios e devorasse as suas vidas. Serpentes de mar, ‘krakens’ e outros monstrengos, inspirados pelas sagas escandinavas e demais relatos fantasiosos de épocas dominadas pelo obscurantismo, eram tomados por verdadeiros. À tal ponto que os ilustradores desses tempos -os da marinha à vela- lhes deram formas e ajudaram a espalhar os medos do mar tenebroso…


Marinheiros intrépidos e guerreiros invencíveis, os Viquingues só temiam os 'krakens' descritos nas suas sagas...


A terrífica (e mítica) serpente de mar não hesitava atacar as naus em pleno oceano e devorar os seus ocupantes (gravura da Idade Média)...


De olho bem aberto, o monstro espera a presa que inocentemente se aproxima...

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