domingo, 29 de agosto de 2010
OS FILMES DA MINHA VIDA (42)
«GERÓNIMO»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Geronimo»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Arnold Laven
Ano de estreia : 1962
Guião : Pat Fielder
Fotografia (cor) : Alex Phillips
Música : Hugo Friedhofer
Montagem : Marsh Hendry
Produção : Arnold Laven
Distribuição : United Artists
Duração : 101 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Chuck Connors ................... Gerónimo
Kamala Devi ..................... Teela
Ross Martin ..................... Mangus
Pat Conway ...................... Maynard
Adam West ....................... Delahay
Enid Jaynes ..................... Huera
Larry Dobkin .................... general Crook
Denver Pyle ..................... senador Conrad
Armando Silvestre ............... Natchez
John Anderson ................... Burns
Amanda Ames ..................... senhora Burns
Eduardo Noriega ................. coronel Morales
SINOPSE
Cansado da guerra que os brancos lhe movem há vários anos, Gerónimo aceita submeter-se à autoridade militar, em troca da garantia de uma vida digna para o seu povo. Mas as suas esperanças esvaiem-se, quando o seu clã chega à reserva de San Carlos. O famoso chefe de guerra dos Apaches Mescaleros verifica que fora abusado por falsas promessas, já que é evidente que os seus irmãos de raça vivem ali em condições degradantes, inaceitáveis.
Gerónimo acaba por convencer alguns dos seus companheiros a rebelar-se contra a gerência corrupta da reserva e contra a arrogância e a brutalidade da sua guarda, constituída por soldados de uma unidade de cavalaria.
O clã de Gerónimo, do qual faz parte Teela, a sua nova companheira, volta, assim, à sua antiga condição de perseguido. Mas, apesar da diferença numérica e de meios desfavorável aos Apaches, o caudilho pele-vermelha resiste e até consegue levar a melhor nos confrontos que o opõem aos militares dos Estados Unidos. Militares que não hesitam recorrer à colaboração do exército mexicano, nem à utilização de material de guerra pesado -tal como a artilharia de campanha- para tentar submeter o inimigo.
Gerónimo continua a resistir. Mas face a problemas de vária ordem -gravidez de Teela, penúria de abastecimentos essenciais, etc- o chefe Apache cede, mais uma vez, às promessas dos brancos. Promessas feitas, desta vez, por um senador vindo especialmente de Washington e habilitado a falar com o destemido guerrilheiro índio em nome do próprio presidente dos Estados Unidos da América.
O futuro instruirá Gerónimo sobre o valor real das novas promessas feitas pelos brancos...
O MEU COMENTÁRIO
Presumimos que, neste filme, o papel do mais notável estratego das guerras Apaches tenha sido confiado ao atlético Chuck Connors, pelo facto deste antigo campeão de basebol (descendente de imigrantes irlandeses, como o seu apelido claramente sugere) já ter encarnado a histórica personagem numa popular produção televisiva.
Este «Gerónimo» de Arnold Laven é uma série B simpática. Não passa, no entanto, disso, de uma banal fita de aventuras, que não se pode levar muito a sério no que respeita o seu conteúdo. Com efeito, o final do filme é mesmo um tanto enganador, já que deixa planar a ideia de que Gerónimo e os Apaches que ele chefiou foram, depois da rendição ilustrada pelas derradeiras imagens desta película, alvo de um tratamento justo e puderam passar a viver condignamente e em paz nos seus territórios ancestrais. Ora, do ponto de vista histórico, isso é puro logro, pois é sabido que as autoridades brancas fizeram, então e uma vez mais, aos Apaches promessas falaciosas, que nunca tiveram a mínima intenção de respeitar. Assim, depois dessa definitiva rendição às autoridades americanas, Gerónimo e o seu povo seriam deportados para uma reserva da longínqua Flórida, onde quase todos eles -incluindo o seu famoso líder- acabaram por morrer, minados pela doença, pela miséria e, sobretudo, pelas saudades da Apacheria perdida.
Gerónimo foi um dos resistentes pele-vermelhas que mais interessou a máquina de produção hollywoodesca. A sua personagem foi evocada em dezenas de westerns. Quase sempre como uma personagem negativa, como um ser sanguinário, como um animal feroz. Foi necessário esperar por meados da década de 50 (do século XX, naturalmente), para que as mentalidades evoluissem e para que, enfim, fosse feita justiça a este insigne cabo-de-guerra ameríndio, que venceu generais e chegou (com o seu escasso número de guerreiros) a mobilizar metade do exército dos Estados Unidos, antes de se render. E isso, numa altura em que o punhado de combatentes sob o seu mando morria literalmente de fome...
(M. M. S.)
O verdadeiro Gerónimo (no seu cativeiro da Flórida) posando para um fotógrafo
A figura do grande guerrilheiro Apache foi encarnada, neste filme de Arnold Laven, pelo atlético Chuck Connors, antigo campeão de basebol
Connors contracena nesta fita com a actriz israelita Kamala Devi, escolhida para interpretar o papel de Teela
Um cartaz francês do filme
Os Apaches eram invencíveis na guerra de emboscadas...
Cartaz promocional norte-americano
A cavalaria americana à mercê dos Apaches
Capa do DVD com cópia do filme
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