sexta-feira, 18 de junho de 2010
UM CINEMA DIFERENTE
Estreado em 1956, «Calle Mayor» -com adaptação ao ecrã e realização de Juan Antonio Bardem- tornou-se, com o tempo, num dos grandes clássicos do cinema espanhol. O filme, que recebeu o Grande Prémio da Crítica Internacional no Festival de Cannes, tem na pessoa da actriz Betsy Blair uma excepcional intérprete de Isabel, a comovente heroína da fita. Que pena os editores nacionais de DVD's desconhecerem o bom cinema do passado e dos países que nos são próximos, para apenas se preocuparem com os êxitos recentes procedentes de além-atlântico, que exercem um intolerável monopólio cultural sobre países como o nosso. Que pena os programadores de filmes para a televisão só se lembrarem, também eles, de películas com menos de cinco anos e de mesma origem, menosprezando, totalmente, o bom cinema de há 4 ou 5 décadas atrás e de outras origens... Nós reconhecemos -como este blog claramente testemunha- a superior qualidade do cinema produzido nos (e pelos) Estados Unidos. Mas somos contra a overdose que nos é imposta por Hollywood e pela gente que, aqui, na nossa terra, deveria respeitar e difundir a arte cinematográfica europeia. E não só...
Outra obra-prima do cinema espanhol : «Bienvenido Mr. Marshall !», realizada em 1952 por Luis Garcia Berlanga. Trata-se aqui de uma deliciosa comédia sobre os preparativos feitos pela população de uma terreola da Espanha profunda para receber os norte-americanos do Plano Marshall, que, pensa aquela boa e ingénua gente, também deixará alguns milhões de dólares na sua aldeia. Os actores principais, infelizmente pouco ou nada conhecidos no nosso país, são José Isbert, Manolo Morán e Lolita Sevilla. A exemplo de «Calle Mayor», esta película também nunca foi editada em DVD em Portugal; e se alguma vez alguém se lembrou de programá-la na nossa TV, foi por puro engano...
Este filme é um musical famoso (fruto, se não estou em erro, de uma co-produção franco-espanhola), que apresenta um par de artistas com voz de ouro : Luis Mariano e Carmen Sevilla. Realizado em 1952 por Richard Pottier, não foi uma fita de qualidade histórica, mas foi, indubitavelmente, uma obra que ficou na memória das pessoas da minha idade como um bom exemplo de cinema positivo, que dispõe bem. Vi-o, pela última vez, num canal da TV francesa há mais de 30 anos...
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