CANÇÃO PATULEIA
Ó Alentejo dos pobres,
Reino da desolação,
Não sirvas quem te despreza,
É tua a tua nação.
Não vás a terras alheias
Lançar sementes de morte.
É na terra do teu pão
Que se joga a tua sorte.
Terra sangrenta de Serpa,
Terra morena de Moura,
Vilas de angústia em botão,
Doce raiva em Baleizão.
Ó margem esquerda do Verão
Mais quente de Portugal,
Margem esquerda deste amor
Feito de fome e de sal.
A foice dos teus ceifeiros
Trago no peito gravada,
Ó minha terra morena
Como bandeira sonhada.
Terra sangrenta de Serpa,
Terra morena de Moura,
Vilas de angústia em botão,
Doce raiva em Baleizão.
* Urbano Tavares Rodrigues, in «Margem Sul» *
Sem comentários:
Enviar um comentário