sábado, 22 de maio de 2010

À BEIRA DO ABISMO


A imprensa (toda ela) há muito que puxa o sinal de alarme. Que só não escuta quem não quer...


...A situação económica, social e civilizacional desta nação -com quase 9 séculos de existência- nunca atingiu níveis tão baixos...


...O povo sofre e murmura, apesar de o entreterem com cantigas, euromilhões, visitas papais e campeonatos do mundo de futebol, que (este ano é que é !) havemos de ganhar...


...Os políticos (e toda aquela gente que vive bem à custa de discursos) afrontam-se no Parlamento, ou fora dele, mas continuam a não propor soluções inteligentes, justas e humanas para se sair da crise...


...Crise que, mais uma vez, só os pobres pagarão; enquanto os bancos (todos eles) continuam a gerar lucros de 1 milhão de Euros por dia e aqueles que protegem os financeiros continuam a passear em automóveis de luxo e a ir almoçar, quotidianamente, ao restaurante do Hotel Tivoli, ao Gambrinus ou ao Tavares Rico...

...Eu cá, em matéria de prognósticos, estou como o outro : só os faço no fim do jogo. Mas que temo que a singular aventura dos Portugueses termine já neste século XXI -por causa dos aventureiros da política e da finança, que há trinta e tal anos andam a brincar connosco- lá isso é que temo.

Para reflexão, deixo aqui umas linhas do grande Eça de Queirós, que as escreveu em 1872 nas «Farpas» :

"Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abaixamento de carácteres, mesma decadência de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva, poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal".

Premonitório ?

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