«Poderemos permanecer indiferentes perante o empobrecimento de camadas inteiras da população ? –Poderemos deixar que centenas de milhar de jovens, sem trabalho nem futuro, se encerrem no desespero ? –Poderemos permitir que o ódio, o racismo, o medo do outro cresçam cada vez mais ?
Numa altura em que a Terra se transforma numa aldeia, estamos condenados a novas partilhas. Partilhas do trabalho, mas também das riquezas. Precisamos, finalmente, de aprender a vivermos juntos com as nossas diferenças e a lutarmos com todas as nossas forças, individual e colectivamente, para que cada um possa viver dignamente»
*** Abade Pierre, fundador da Comunidade de Emaús ***
Para mim, o Abade Pierre é um dos maiores vultos do século XX. E, quando me falam de santos, confesso que é a imagem deste homem -despojado, solidário, inteligente, bom, mas capaz de levantar a voz e o punho contra as injustiças que flagelam o mundo- que, invariavelmente, me acode à memória. Vi-o três vezes na minha vida. E, quando me cruzei com ele (porque os nossos encontros resumiram-se a isso), fiquei paralizado pela emoção, perante a sua figura frágil (em aparência) e doce. Ao ponto de nem sequer ter sido capaz de o cumprimentar ou de esboçar um simples e amável sorriso. Limitei-me a olhá-lo… E a amá-lo em silêncio
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