terça-feira, 23 de março de 2010

A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS


PERNOITAS EM MIM

Pernoitas em mim
E se por acaso te toco a memória... amas
Ou finges morrer

Pressinto o aroma luminoso dos fogos
Escuto o rumor da terra molhada
A fala queimada das estrelas

É noite ainda
O corpo ausente instala-se vagarosamente
Envelheço com a nómada solidão das aves

Já não possuo a brancura oculta das palavras
E nenhum lume irrompe para beberes

Al Berto (in «Rumor dos Fogos»)

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