segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

TANTO TEMPO DECORRIDO, TANTO CAMINHO PERCORRIDO ! -MAS...


Tanto tempo decorrido, desde a época em que os nossos avós pré-históricos, nómadas por necessidade, deambulavam pelos montes, vales e planícies do nosso continente à procura da peça de caça, do peixe, do fruto, da baga, da raiz que lhes deviam assegurar o sustento quotidiano. Sustento que tinham de disputar a animais ferozes e esfaimados, para os quais o próprio homem, desprevenido e indefeso, fazia parte de um ocasional festim de carne e de sangue. Neste sugestivo desenho (de autor desconhecido) o homem já havia domesticado o ‘Canis lupus’ e já o colocara ao serviço da intendência familiar, obrigando-o a carregar parte da tralha que constituía toda a sua fortuna : as peles de animais que o vestiam e o abrigavam, as ferramentas rudimentares que ele utilizava no seu duro dia a dia, as parcas reservas de alimentos que podia conservar para os períodos de penúria e pouco mais. A invenção da agricultura ajudou a espécie humana a tornar-se menos dependente dos caprichos da natureza e a encetar a longa caminhada (todavia cheia de obstáculos) que a haveria de conduzir à civilização. À civilização do nosso tempo, que, pelos motivos que todos nós conhecemos e que têm a ver com a atitude farisaica de uma casta minoritária -mas dominante- ainda não conseguiu, desgraçadamente, garantir o pão e a paz a todos os descendentes dos homens e mulheres das origens; a todos os filhos daqueles que, só vestidos de peles de animais e de muita coragem, percorreram um dos trechos mais árduos do caminho…

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