O bairro de Botafogo, situado a sul da ‘Cidade Maravilhosa’, é conhecido -no mundo inteiro- graças ao turismo e, também, ao Botafogo de Futebol e Regatas, cujas origens remontam a 1904. O clube alvinegro é, efectivamente, uma das agremiações desportivas mais conhecidas do Brasil no domínio do futebol e pertence ao naipe de quatro equipas de elite que (com o Fluminense, o Flamengo e o Vasco da Gama) animam as tardes desportivas dos cariocas. Lembramos que o último clube citado entre parênteses foi fundado por membros da numerosa comunidade lusa do Rio e que o seu nome e emblema aludem, claramente, a um herói do período das Grandes Descobertas; que, por acaso, nunca esteve no Brasil.
O que é curioso é que o bairro de Botafogo também tem muito a ver com essa época da nossa História e que o clube local até poderia ter adoptado o emblema do seu rival de S. Januário. É que o nome do lugar (e, por via de consequência, o da conhecida associação carioca) ficou a dever-se ao alentejano (de Elvas) João Pereira de Sousa, que, pelos serviços prestados à pátria na luta contra os Franceses e contra os índios Tupi, seus aliados, recebeu da Coroa de Portugal aquelas terras ribeirinhas da baía de Guanabara. Terras que, desde então, ficaram a ser conhecidas por Botafogo, sobrenome do supracitado.
A alcunha de João Pereira de Sousa, o ‘Botafogo’, provém do facto dele ter desempenhado, com rigor, o cargo de artilheiro-mor a bordo do famoso galeão do século XVI «São João Baptista». Navio da nossa armada que devido ao seu arrasador poder de fogo -demonstrado aquando da conquista de Tunis, no dia 13 de Julho de 1535- passou, também ele, a usar esse surpreendente e temível epíteto.
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