Estes quatro guerreiros Apaches foram retratados, no mês de Março de 1886, pelo fotógrafo norte-americano Camillus Sidney Fly, num lugar do norte do México chamado Cañon de los Embudos. Embora eu saiba de quem se trata, não acho útil nomeá-los, à excepção do último a contar da esquerda para a direita. Aquele que empunha a arma mais antiquada do grupo : uma espingarda Springfielf das tropas americanas de infantaria. Os seus familiares chamaram-lhe Goyathlay; mas os seus adversários mexicanos deram-lhe o nome que ficou na História, como o de um dos mais feros resistentes à colonização branca da América do norte. E também um dos mais capazes, graças aos seus dotes de estratego e de guerreiro temerário. –Sabe o nome deste homem, que morreu degredado na Flórida em 1909 ?
Aqui vai uma ajuda : para o capturar e ao seu punhado de guerreiros, o exército dos E.U.A. chegou a mobilizar 1/3 dos seus efectivos; derrotou as forças dos generais George Crook e Nelson Miles no decorrer de inúmeras escaramuças; rendeu-se a este último, quando já só podia contar com meia dúzia de combatentes, mal armados e esfaimados, e com a condição de que todos eles (e respectivas famílias) pudessem continuar a viver na terra que os viu nascer; perdeu definitivamente a fé nos homens brancos, depois destes terem traído as suas solenes promessas e de os terem banido para a Flórida, a milhares de quilómetros da sua pátria; a sua figura serviu de protagonista a muitos filmes ‘made in Hollywood’, que sujaram a sua reputação, apresentando-o, sistematicamente, como um selvagem com as mãos manchadas do sangue dos inocentes. –E agora, já se lembra do seu nome ? –Trata-se de Geronimo (ou Jerónimo), naturalmente !
(Como já disse, a maioria dos filmes hollywoodianos denegriram a imagem do histórico caudilho. Até que, em 1993, Walter Hill realizou uma película que repunha a veracidade dos factos e rendia, assim, uma justa homenagem ao último resistente da nação Apache. Nesse filme –que recomendo vivamente aos hipotéticos leitores deste blog- o papel de Geronimo é interpretado por um verdadeiro ameríndio : Wes Studi).
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