sábado, 31 de agosto de 2013
A ARMA DO DESESPERO
No último ano da 2ª Guerra Mundial, quando a vitória já sorria às forças da coligação anti-nazi, os apaniguados de Adolf Hitler começaram a despejar dos seus arsenais toda uma panóplia de armas de tecnologia inovadora, que, pensavam eles, iria fazer pender o prato da balança a seu favor. Esses engenhos bélicos revolucionários, a que muita gente chamou as 'armas do desespero', chegaram, todavia e para bem da Humanidade, tarde de mais aos teatros de operações. Tarde de mais para se oporem à pujança dos exércitos da União Soviética e dos seus aliados ocidentais -norte-americanos e britânicos- que, depois do desembarque vitorioso na Normandia em Junho de 1944, convergiam todos, imparavelmente, na mesma direcção : Berlim, a orgulhosa capital do 3º Reich. A capital daquele império que deveria durar mil anos... Uma dessas armas foi o avião Heinkel He-162. Um aparelho cujo primeiro protótipo foi concebido, desenhado e construído em apenas 90 dias. A sua construção fora especialmente estudada para que o novo avião pudesse ser realizado (com materiais não-estratégicos) por uma mão-de-obra semi-qualificada, recrutada, geralmente, entre os prisioneiros de guerra. Alcunhado 'Salamander', o Heinkel He-162 também não requeria pilotos veteranos (cada vez mais raros nas fileiras da 'Luftwaffe'), pilotos muito experimentados. Assim, os seus primeiros utilizadores, foram jovens -recrutados na Juventude Hitleriana- com formação nos planadores, que receberam uma instrução básica, antes de passar directamente à pilotagem de um dos primeiros jactos operacionais da História da Aviação. Naturalmente os acidentes foram numerosos. Ao ponto que o He-162 foi, ao que eu julgo saber, o primeiro avião a receber um assento ejectável. Este avião de caça teve, obviamente, uma vida operacional curta e pouco eficaz. Embora tenham sido fabricados 275 exemplares (e de se ter iniciado a construção de 800 outros aviões, que depois da derrota da Alemanha, foram apreendidos pelos Aliados nas suas linhas de montagem, em diferentes fases de acabamento) esta arma não modificou o curso da História. O inovador Heinkel He-162 estava equipado com um turboreactor Jumo 004 (concebido e realizado pela firma Junkers), que o avião em questão carregava sobre a fuselagem. As fotos mostram um desses aparelhos -com as sinistras insígnias da aviação hitleriana- e um motor Jumo 004 a ser examinado (no pós-guerra) por dois técnicos britânicos do Departamento Científico do Instituto de Aeronáutica.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
NEM AL CAPONE ROUBOU TANTO...
/////////
Disse aqui há uns tempos João Semedo -médico, deputado e líder do Bloco de Esquerda- que «o BPN foi um banco que se construiu para distribuir dinheiro aos amigos e para transformar rapidamente esses amigos em gente muito, muito rica». Ninguém ignora os nomes de quem roubou o capital desse banco privado (cujo passivo anda a ser pago por todos os Portugueses, mercê da sua nacionalização), mas parece que até agora nenhum dos gatunos de colarinho branco identificados foi incomodado e intimado a devolver aquilo que surripiou. Para se ter uma ideia da dimensão desse roubo colossal, um jornal fez as continhas e publicou, aqui há uns meses atrás, nas suas páginas, o seguinte : «O desfalque do BPN (Banco Português de Negócios) foi a maior burla de sempre ocorrida em Portugal. Calcula-se que -com os 10 biliões de euros volatilizados- se poderiam ter comprado :
48 Airbus A380 ou 16 plantéis de futebol idênticos aos do Real Madrid ou 7 linhas de TGV entre Lisboa e Gaia ou 5 pontes sobre o Tejo ou distribuir 971 euros a cada português». Edificante ! Nem Al Capone, o famoso chefe mafioso de Chicago roubou tanto...
«SANTA MARIA MANUELA»
Este navio antigo, em boa hora adquirido e restaurado na sua forma original por uma conhecida firma comercial da região de Aveiro, é um dos mais belos veleiros hasteando a bandeira verde rubra da República Portuguesa. Tal como o conhecido «Creoula», seu gémeo, o navio em apreço foi construído no final dos anos 30 do século XX -antes do flagelo da 2ª Guerra Mundial se abater sobre a Humanidade- nos estaleiros da CUF da Rocha de Conde de Óbidos, em Lisboa. E, durante muitos anos, com as suas corajosas tripulações, pescou bacalhau nas águas frígidas da Terra Nova e da Gronelândia. Mesmo quando, ao perigo representado pelas tempestades e pelos icebergs do Atlântico norte, se veio juntar a mortal presença dos agressivos submarinos germânicos. Que nem sempre respeitaram a neutralidade dos navios lusos e que afundaram alguns deles. O «Santa Maria Manuela» é uma das mais de 1 200 embarcações descritas no blogue ALERNAVIOS, que está aberto, na Internet, à curiosidade de todos aqueles que se interessam pelas coisas do mar.
ARROZ DE PATO
Quando as carnes são de boa qualidade (a do pato e o chouriço) e o arroz se mantém suculento, este prato tradicional português pode ser deleitoso. E é tão fácil de preparar, apesar do desfiar da carne do marreco levar o seu tempo... Quando a ocasião se apresenta, como um muito apetitoso (servido só às quintas-feiras ao almoço) na cafetaria de uma grande superfície de Portalegre. Que pede meças ao arroz de pato dos melhores restaurantes.
PUBLICIDADE DE OUTROS TEMPOS
Que a sua função fosse promover um filme, vender um cruzeiro, propor a compra de um vinho ou ajudar a divulgar uma linha aérea (como aqueles que aqui apresentamos), a verdade é que o cartaz antigo tinha um 'charme' autêntico. O que não espanta, quando se sabe que era executado -em muitos casos- por um artista com nome consagrado no mundo das artes. Hoje, a 'pub' deixou as paredes das cidades para se instalar nos ecrãs da TV...
«LIVRE NÃO SOU...»
Livre não sou, que nem a própria vida
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.
Livre não sou, mas quero a liberdade.
Trago-a dentro e mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua !
* Miguel Torga, poeta português (1907-1995),
in «Cântico do Homem» *
UM ELÉCTRICO DO PORTO
Anos 40 do século passado. Um eléctrico (o 19) sobe penosamente a rua dos Clérigos, na cidade do Porto. Olhamos para a fotografia e temos a nítida impressão de ouvir a chiadeira das rodas nos carris e o tilintar das campainhas; sinal sonoro que convidava os incautos a afastar-se à passagem deste antepassado do moderno metro da Cidade Invicta. (Clicar sobre a imagem para a ampliar).
HONRAR OS BOMBEIROS
A morte horrorosa de mais dois jovens bombeiros portugueses na luta contra os incêndios florestais (que persistem), veio confirmar, uma vez mais, quem são os verdadeiros heróis desta nação. Infelizmente, os sacrificados corpos das vítimas desta incessante guerra contra o fogo não terão honras de discursos veementes(*), de desfiles triunfais, nem lugar em qualquer monumental panteão. Mas talvez isso não importe... Talvez o mais importante seja que o seu exemplo de coragem e de abnegação fique, para sempre, registado na memória de um povo agradecido e que se inclina perante tamanho desprendimento. Que levou estes jovens a fazer dom da sua própria vida, em proveito do bem-estar comum. É assim que eu penso. ///// (*) Até Sua Insignificância, o Presidente da República só 'sentiu' a necessidade de lhes prestar pública homenagem (aos bombeiros), depois de muito criticado nas redes sociais por gente indignada com tamanho 'esquecimento'.
FEIRA MEDIEVAL DE CASTELO DE VIDE
Começou ontem -e vai prolongar-se até ao dia 1º de Setembro- a Feira Medieval de Castelo de Vide. Se se interessa pelo período histórico da Idade Média e se deseja assistir a recriações da época, com desfiles, encenações, torneios, etc e tal, ponha os pés a caminho dessa notável e bonita vila do Alto Alentejo e dirija-se à praça D. Pedro V, onde terão lugar as principais manifestações deste evento. Verá que vai gostar. Entretanto, aqui fica a informação e o convite.
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
VENTOS DE GUERRA...
Ventos de guerra (ainda mais quentes do que aqueles que já causaram milhares de mortos na Síria) sopram, de novo, sobre o Mediterrâneo oriental. Onde, ao que dizem os meios de comunicação social, os Estados Unidos e alguns dos seus seguidores da NATO se preparam para dar cabo do que resta do antigo país dos Omíadas. As potências ocidentais vão, assim, castigar ainda mais uma terra devastada e um povo dizimado por uma guerra atroz, na qual eu não consigo distinguir lá muito bem quem são os bons e quem são os maus. Nem tenho certezas (ninguém as tem, aliás) sobre qual das partes em conflito terá usado gazes de combate (sarin e mostarda) para aniquilar inocentes habitantes de uma das cidades em disputa pelo governo de Bachar Al-Assad e pela guerrilha. Uma guerrilha de contornos indefinidos, na qual se cruzam verdadeiros resistentes ao regime ditatorial de Damasco e uma turba de fanáticos islamistas; que, por tradição, também são inimigos encarniçados daqueles que agora se preparam para lhes garantir a vitória e entregar-lhes o poder de mão beijada. Como já fizeram na Líbia... Mas, a verdade é que, para o governo dos Estados Unidos, qualquer pretexto serve para agradar aos 'lobies' armamentistas; que, enquanto a nação americana empobrece e perde prestígio internacional, vão enchendo os bolsos com o fornecimento de material bélico ao poderoso exército ianque. É curioso que o presidente Obama (que traiu todas as esperanças que nele depositaram milhões de democratas americanos e do mundo inteiro) tome como pretexto para agir o uso de gazes neste conflito. Quando foi o seu país quem forneceu ao Iraque de Saddam Hussein (aqui há uns anos atrás), os fluídos mortais (e proibidos) que dizimaram milhares de persas e de curdos (militares e civis), aquando da guerra entre o Iraque e o Irão. Por outro lado, acho que é, caso o ataque contra a Síria se concretize (agressão que, diga-se de passagem, não terá o aval da O.N.U.), uma curiosa maneira para os 'states' de comemorar o 68º aniversário do bombardeamento atómico de Hiroxima e de Nagasáqui, cidades japonesas onde pereceram centenas de milhar de pessoas. Notícias recentes -publicadas nos jornais e televisões do mundo inteiro- dizem-nos que, nos E.U.A., se estão a suicidar, diariamente, 22 antigos combatentes dos conflitos do Afeganistão e do Iraque. Atoleiros onde as tropas norte-americanas ainda estão atascadas. É tempo para que as famílias americanas digam ao seu governo para acabar com a sangria e para que não faça da guerra uma maneira de estar no mundo e de ficar na História. Porque isso é péssimo, porque isso é indigno da mais poderosa nação do planeta ! A nação que todos nós queremos admirar pelas melhores razões. Mais uma coisa, a tal 'linha vermelha' que os Estados Unidos não querem que os seus adversários transponham, sob pena de sofreram represálias, faz-me lembrar outras dessas 'linhas' : o pretenso ataque contra navios norte-americanos no golfo de Tonquim (em 1964), que serviu de pretexto ao desencadeamento da guerra contra o Vietnam do Norte. Mais tarde, soube-se que esse ataque nunca existiu, que foi uma pura invenção dos serviços secretos, para dar um pretexto ao presidente Johnson de intervir num conflito que os E.U.A, acabaram por perder. Toda a gente se lembra, ainda, de outra 'linha vermelha', a referente ao caso das armas de destruição maciça de Saddam. Armas que nunca existiram (conforme confessaram mais tarde os próprios interessados, como o general Colin Powell), mas que serviram de desculpa para Bush intervir no Iraque e arruinar completamente esse país do Golfo. Esperemos que os gazes da Síria não tenham sido utilizados pelos potenciais aliados árabes dos E.U.A., para acelerar o desencadeamento de mais uma intervenção norte-americana. Intervenção que ninguém sabe que consequências terá na instável e complexa política do Próximo-Oriente.
domingo, 25 de agosto de 2013
O NOVO SPORTING E O PRÓXIMO EMBATE COM O BENFICA
Após uma época em que tudo lhe correu mal, o Sporting Clube de Portugal estreou-se na nossa 1ª Liga a todo o vapor e a dar nas vistas. A dar nas vistas pelos melhores motivos. Estou deveras impressionado com o festival de golos (9 !) com o qual os futebolistas desta prestigiosa agremiação lisboeta prendaram os seus adeptos e os amantes do futebol em geral. É verdade que as duas equipas que já defrontou não foram, por razões que é desnecessário explicar, os adversários mais difíceis de um clube, o Sporting, que, quer se queira ou não, joga para alcançar o lugar mais alto da tabela classificativa e pelo título de campeão nacional. Mas, ainda assim... De qualquer modo, a prova dos nove será tirada na próxima jornada, quando o Sporting afrontar o seu eterno rival e vizinho da segunda circular. Aí sim, veremos realmente o que vale esta equipa de jovens atletas, que já demonstrou (aconteça o que acontecer) que tem garra e ambições. Espero que o próximo embate Sporting-Benfica seja um jogo limpo, sem 'casos' e que ganhe o melhor. A meu ver os 'leões' partem favoritos : jogam em casa -diante uma massa associativa reconquistada- e beneficiam do 'élan' e do entusiasmo auferido aquando das suas primeiras exibições. Por outro lado, vão jogar contra uma equipa ainda muito diminuída por um fim de época (2012-2013) catastrófico e por um começo de campeonato que não augura nada de bom. Uma equipa que está minada por problemas internos, que tardam em resolver-se. E isso, sem que o povo benfiquista saiba porquê. Enquanto simpatizante do clube da Luz, gostaria que 'o Glorioso' fizesse um brilharete em Alvalade; mas a prudência aconselha-me a esperar. Para ver... De qualquer maneira, e sem que isso afecte as minhas simpatias pelos 'encarnados', desejo muitas felicidades ao S.C.P., que merece melhor sorte do que aquela que teve na passada época.
sábado, 24 de agosto de 2013
RECORDAÇÕES (4)
Durante 15 anos, este cruzamento de ruas fez parte da minha vida. A artéria mais movimentada (na fotografia) é a rua Scribe e a que aqui tem menos trânsito automóvel é a rua Auber. Ambas situadas no coração do 9º bairro de Paris, a escassas dezenas de metros do famoso teatro de ópera (Salle Garnier) e das grandes e prestigiadas superfícies comerciais (Galleries Lafayette, Printemps, etc) do 'boulevard' Haussmann. Era (e é) uma zona de intensa actividade comercial e, por essa razão, muito cosmopolita. Trabalhei num banco, cuja entrada se pode ver nesta fotografia, no canto inferior direito. Na rua Scribe (ali onde a movimentação de veículos é mais densa) estava instalada a representação do Turismo de Portugal... Lembro-me que, num raio de 300 metros do meu local de trabalho, havia à volta de 100 restaurantes, servindo cozinha do todos os países da Terra; o que para mim, que sou guloso e amigo de fazer experiências gastronómicas, era o paraíso. Também havia por lá 3 ou 4 restaurantes lusos. Lembro-me, com particular saudade, do «Marquis de Pombal», na rua do 4 de Novembro, onde se podiam saborear bons pratos da cozinha portuguesa e uns excelentes vinhos nacionais. As minhas preferências (mái-las dos meus colegas de trabalho, o Rui P. e o Jorge M.) iam, então, para um «Quinta do Cotto», uma pomada da região do Douro, de beber e chorar por mais. No que respeita as comezainas, eu e os supracitados vivemos ali aventuras memoráveis. Recordo-me, uma vez (numa tarde de descanso, o que era raríssimo), de termos ido a um restaurante da rede «Bistrot Romain», que nesse dia servia, à descrição, 'carpaccio' de salmão fumado e saladas. E de só termos arrancado de lá, a horas tardias e por causa de um comboio que dois de nós tínhamos imperativamente que apanhar (por volta das 16 horas) na gare Saint Lazare, ali mesmo em frente. Isto, perante o visível desespero dos empregados de mesa, que bufavam e que, intimamente, deviam pedir a Deus e ao diabo para que os brutamontes que lhes saíram na rifa, nesse dia, desandassem o mais rapidamente possível. Devido à centralidade do nosso banco, vinha ali muita gente anónima (obviamente), mas também pessoal famoso. Estou a lembrar-me de pessoas que por lá vi, como Agustina Bessa Luís, o marechal Costa Gomes, Fialho Gouveia, Nuno da Câmara Pereira, Júlio Pomar, João Havelange, Patrice Dupont (dançarino estrela da Ópera de Paris e cliente assíduo do nosso posto de câmbio), Miguel Trovoada (que seria presidente da República de São Tomé e Príncipe), os membros do grupo Madredeus, Paulo Rocha (o realizador do filme «Verdes Anos»), Carlos Lopes (o maratonista, que era nosso colega), uma princesa da Casa de Bragança, etc, etc. A centralidade do banco que me empregava tinha outra vantagem, acentuada pela proximidade de estações do metro e do RER : vantagem que me permitia chegar -em apenas 5 minutos- ao topo da avenida dos Campos Elíseos, junto ao Arco do Triunfo, e a outros sítios interessantes da 'Cidade-Luz, como, por exemplo, 'aux Halles', junto ao Centro Pompidou, ao Museu do Louvre ou à praça da Concórdia. Facto que me permitia explorar -durante a minha hora do almoço- lugares que eu considerava bastante interessantes. E que o eram, na realidade. Enfim, tempos que já lá vão, com momentos bem passados, mas também com instantes mais penosos; porque trabalhar não é (pelo menos para mim nunca foi) tarefa fácil ou divertida. Mas, quanto a isso, tenho a certeza de ter cumprido o meu dever -durante quase quatro décadas- da melhor maneira que pude e soube. Sem defraudar ninguém. (Clicar na fotografia para a ampliar).
FESTIVAL DO ARROZ
Terra do interior e, como tal, algo esquecida por aqueles que deveriam ter planeado, harmoniosamente, o desenvolvimento económico (mas não só) do nosso país, Mação e o seu concelho têm apostado -nestes últimos anos- na gastronomia regional como motor do seu incremento. Assim, do Festival do Presunto, dos Enchidos e dos Maranhos até ao Festival da Lampreia, passando pelo Festival do Azeite (nas Mouriscas), esta vila e concelho do distrito de Santarém vai promovendo os seus produtos (que são de excelente qualidade) e atraindo a si inúmeros visitantes da região e de fora dela. Desta vez, Mação está a promover o Festival do Arroz, que recebeu o aval de 10 restaurantes locais; restaurantes que -até dia 8 de Setembro próximo- vão incluir nas respectivas ementas pratos cozinhados à base deste cereal. As receitas vão dos banais (mas muito saborosos) arroz de bacalhau, arroz de pato e arroz doce a pratos mais elaborados e/ou menos conhecidos do que os referidos. Acho que este género de iniciativas é meritório e que, portanto, merece o apoio (sobretudo participativo) de todos aqueles que, de uma maneira ou de outra, desejam ver a nossa região do Médio Tejo sair do torpor a que foi injustamente condenada. Já agora, aqui deixo a lista dos restaurantes comprometidos com este evento. E que são : «O Godinho», de Mação, «O Cantinho», de Mação, o «Avenida», de Mação, a «Casa Cardoso», de Envendos, o «Dona Flor», de Penhascoso, « O Picareto», da Ortiga, o «Solar do Moinho», de Cardigos, «O Balado», de Mação, o «Casa Velha», de Mação e «O Pescador», de Mação. A escolha é sua. Não falte !
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
AS MINHAS LEITURAS : «ESCRAVOS E TRAFICANTES NO IMPÉRIO PORTUGUÊS»
Estou, actualmente, a ler um livro deveras interessante com o título acima referido. É da autoria do historiador Arlindo Manuel Caldeira e foi editado, há poucos dias, pela Esfera dos Livros. Esta obra é fruto de uma pesquisa exaustiva do seu autor sobre o comércio negreiro português no Atlântico, durante os séculos XV a XIX. E traz-nos informação nunca antes divulgada sobre a participação lusa no «infame comércio». Depois de terem exercido, durante quase dois séculos, o monopólio do tráfico transatlântico de escravos, os Portugueses tiveram que fazer face à feroz concorrência das nações do norte da Europa -Inglaterra, França, Países Baixos, Dinamarca- que, todas elas (e mais algumas) colheram benefícios do negócio de seres humanos. Mas, ainda assim, os Portugueses conseguiram sobrepor-se à concorrência internacional, já que -como refere o autor de «Escravos e Traficantes no Império Português»- perto de 6 dos 13 milhões de escravos transferidos de África para as Américas foram transportados em navios arvorando a bandeira de Portugal e/ou a do Brasil colonial. É verdade que isso é uma nódoa na nossa História, da qual ninguém pode regozijar-se. Nem nós Portugueses, nem os outros povos que também tiraram proveito dessa ignóbil actividade. Não se fique com a falsa ideia, porém, que foram os nossos compatriotas de antanho que 'inventaram' esse abjecto comércio. Na verdade, a escravatura é velha como o Mundo e, em África, ela foi um dos negócios mais lucrativos dos Árabes; que antes das navegações lusas dos séculos XV e XVI já haviam penetrado profundamente no chamado Continente Negro. Por outro lado, no tempo do tráfico desenvolvido pelos Portugueses, os escravos eram capturados em tribos do interior de África pelos sobas do litoral, que depois faziam negócios chorudos, vendendo-os aos traficantes lusos e, mais tarde, aos esclavagistas de outras nacionalidades. As responsabilidades de europeus e africanos foram, portante, partilhadas. O que não é para o cidadão português bem formado dos dias de hoje um alívio, um consolo. Naturalmente. O interessante será mesmo ler este livro bastante instrutivo sobre um passado obscuro e nunca antes revelado ao grande público. Recomendo-o vivamente.
OBRIGADO ANA RITA
Chamava-se Ana Rita Abreu Pereira, tinha 24 anos de vida e era membro da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcabideche. Morreu ontem, na flor da idade, num sítio ignoto da serra do Caramulo, a lutar -corajosamente, abnegadamente- contra um dos muitos incêndios que devastam o nosso país. Quero prestar aqui a minha sincera homenagem à Ana Rita e a todos aqueles e a todas aquelas que envergam a farda dos Soldados da Paz (com letra grande) e que arriscam a vida para tentar salvar os seus semelhantes e para proteger os bens conquistados durante toda uma vida de trabalho e de sacrifícios. Sim, porque a 'riqueza' das nossas populações rurais não cai do céu, como acontece aos profissionais da política e aos caçadores de tachos. São pessoas como a Ana Rita e como os seus dedicados companheiros que eu considero os verdadeiros heróis de Portugal. País que, no entanto, só parece dar valor aos futebolistas e às vedetas das telenovelas. É tempo de abrir os olhos e de reconhecer quanto devemos aos bombeiros e aos outros profissionais que, todos os dias, se sacrificam em prol do bem-estar geral. Só assim seremos justos !
GIBRALTAR, POMO DE DISCÓRDIA
Britânicos e espanhóis andam, mais uma vez, às turras por causa da soberania de Gibraltar. Cujos habitantes (incluindo os mais de 7 000 espanhóis que lá residem) manifestaram, através de referendo e por várias vezes, o seu desejo de continuarem a viver à sombra do 'Union Jack'. Se me perguntassem a mim o que penso sobre o assunto, diria que -à luz da História- aquele pedaço de território é solo espanhol. Como é solo português (pelas mesmíssimas razões) a cidade de Olivença e seu termo e como são marroquinos os enclaves de Ceuta e Melilla. Mas se pusermos em questão, assuntos de soberania gerados há séculos atrás, então teremos muito que nos agitar e muita lambada que trocar com os nossos vizinhos. E isso é o que menos queremos.
PINTURAS DE GUERRA
Não ! Não é um adepto de 'la Roja' com o rosto e o corpo enfeitados com as cores do país vizinho, no dia de um grande jogo da selecção espanhola de futebol. O homem que aqui figura chamava-se (faleceu em 1990) Heinrich von Kleinbach e , sendo actor profissional, adoptou o nome de guerra de Henry Brandon. Nesta impressionante fotografia (que é possível ampliar com um clique do rato) vemo-lo encarnando a figura de Scar, o temível chefe Comanche, do filme «A Desaparecida». Obra-prima de mestre John Ford, esta película foi realizada em 1956 e teve produção dos estúdios Warner Bros.. Nunca a viu ? Saiba, então, que perdeu um dos mais extraordinários filmes da História do Cinema. Mas, mesmo assim, não se sinta frustrado, porque existem no mercado excelentes cópias desta fita em suporte DVD e 'Blu-ray' com legendagem na nossa língua. Com um pouco de habilidade, e se isso o tenta, até poderá ver 'o western dos westerns' em versão dobrada, comprando a respectiva cópia no Brasil; país onde esta fita se intitula «Rastros de Ódio».
FESTAS DO PEREIRO (MAÇÃO)
É já nos dias 23, 24 e 25 deste mês de Agosto que se realizam as tradicionais Festas do Pereiro, no concelho de Mação. Que se distinguem das demais pelas suas ruas lindamente decoradas e pela realização de um misto de eventos religiosos e profanos. Como, por exemplo, a procissão em honra da padroeira desta aldeia da Beira Baixa e música popular a cargo (no domingo, 25) de Quim Barreiros. O Pereiro é a pouco mais de meia hora (de automóvel) da minha terra e eu gostava de lá ir. O problema é que tenho visitas nesses dias e não é certo que elas queiram ir dar uma olhadela à festarola. Aqui fica, no entanto, o desafio aos meus patrícios alentejanos dos concelhos de Gavião, Nisa e Crato para que marquem presença (e se divirtam) naquela simpática terra do outro lado do Tejo.
«SOMOS SEMPRE UM POUCO MENOS DO QUE PENSÁVAMOS...»
DESENHO
Traça a reta e a curva,
a quebrada e a sinuosa
Tudo é preciso.
De tudo viverás.
Cuida com exatidão da perpendicular
e das paralelas perfeitas.
Com apurado rigor.
Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo,
traçarás perspectivas, projetarás estruturas.
Número, ritmo, distância, dimensão.
Tens os teus olhos, o teu pulso, a tua memória.
Construirás os labirintos impermanentes
que sucessivamente habitarás.
Todos os dias estarás refazendo o teu desenho.
Não te fatigues logo. Tens trabalho para toda a vida.
E nem para o teu sepulcro terás a medida certa.
Somos sempre um pouco menos do que pensávamos.
Raramente, um pouco mais.
Traça a reta e a curva,
a quebrada e a sinuosa
Tudo é preciso.
De tudo viverás.
Cuida com exatidão da perpendicular
e das paralelas perfeitas.
Com apurado rigor.
Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo,
traçarás perspectivas, projetarás estruturas.
Número, ritmo, distância, dimensão.
Tens os teus olhos, o teu pulso, a tua memória.
Construirás os labirintos impermanentes
que sucessivamente habitarás.
Todos os dias estarás refazendo o teu desenho.
Não te fatigues logo. Tens trabalho para toda a vida.
E nem para o teu sepulcro terás a medida certa.
Somos sempre um pouco menos do que pensávamos.
Raramente, um pouco mais.
É QUANTO BASTA
Salmão fumado e 'carpaccio' de vieiras num leito de frescas folhas de alface e de endívias. É quanto basta para fazer feliz o mais exigente dos 'gourmets'. Sobretudo nestes tempos de calor intenso e persistente. Tempere com um molho emulsionado adequado ou, simplesmente, com um fio de óleo, com umas gotas de limão e com uma mistura de pimentas do moinho. Acompanhe com um portuguesíssimo vinho branco meio seco e quase, quase gelado. Bom apetite !
COMO DIZ O OUTRO : 'TOUT VA BIEN MADAME LA MARQUISE'
////////// Dizem-nos os homens da política, cujos partidos têm a maioria no palácio de São Bento, que 'isto' vai melhor, porque a nossa economia já está a crescer e o número de desempregados diminui. E embandeiram em arco, quando nós sabemos que não há razões para tanto. Pergunto : se a situação dos Portugueses está a melhorar, como é que se entende que jornais desta semana noticiem -em primeira página- precisamente o contrário ? Numa rápida vista de olhos pela capa do «I», sabemos que «a dívida aumenta pelo quinto semestre consecutivo e supera os 130 %». Facto confirmado pelo «Económico», que noticia : «bastaram seis meses para a dívida pública ultrapassar em 12,5 mil milhões de euros, a meta que o Governo e a Troika têm para o conjunto do ano. O endividamento das administrações públicas continua a ser um problema sem controlo à vista». No que ao emprego diz respeito, ou melhor à falta dele, afirma o «Diário de Notícias» : «Terras do Douro e do Alentejo com desemprego perto de 30 %. São números mais graves do que a média em Espanha (...) que regista uma taxa de 26 %». Então, em que ficamos ? Quem é que mente ? Eu cá já fiz o meu juízo sobre o assunto... E tenho a impressão de que este jogo das mentiras (dos políticos instalados) tem a ver com a proximidade das eleições autárquicas.
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
COISAS DA BD
Adoro banda desenhada para adultos (que não tem de ser, forçosamente, erótica) e vou lendo o que posso. Sobretudo álbuns da escola franco-belga, conhecida e reconhecida pela sua alta qualidade. Gráfica, mas também no que respeita os temas escolhidos e os textos propostos. Por acaso até já li alguns dos números publicados nesta colecção F. A. F. L.. Que versa sobre a temática da aviação militar e situa a acção das respectivas histórias durante a 2ª Guerra Mundial. Confesso, todavia, que nunca li o álbum, cuja capa aqui se reproduz. E, considerando, a qualidade dos autores da série -Wallace e Stéphan Agosto- não acredito que exista qualquer 'gaffe' cometida na ilustração apresentada. Fico, no entanto, intrigado pelo facto da dita capa reproduzir um combate aéreo entre um caça francês (mas da aviação afecta ao governo colaboracionista de Vichy) e um bombardeiro alemão da 'Luftwaffe'. É que, pela lógica, estas duas aeronaves nunca deveriam afrontar-se, pelo facto de serem aliadas. Bom, qualquer dia terei que comprar o álbum em questão para poder desvendar este mistério que me intriga.... Nota : as bandas vermelhas e amarelas pintadas neste Dewoitine D520 francês identificavam os aviões fiéis ao estado fantoche presidido pelo marechal Philippe Pétain e pela sua corja de seguidores; que preferiram, entre 1940 e 1944, a colaboração com Hitler à resistência preconizada, entre outros, pelo general Charles de Gaulle. (Clicar na imagem para a ampliar).
O MELRO
«...
E o melro entretanto,
Honesto como um santo,
Mal vinha no oriente
A madrugada clara,
Já ele andava jovial, inquieto,
Comendo alegremente, honradamente,
Todos os parasitas da seara,
Desde a formiga ao mais pequeno insecto.
E apesar disto, o rude proletário,
O bom trabalhador,
Nunca exigiu aumento de salário...»
' O Melro', de Abílio Guerra Junqueiro
in «A Velhice do Padre Eterno»
E o melro entretanto,
Honesto como um santo,
Mal vinha no oriente
A madrugada clara,
Já ele andava jovial, inquieto,
Comendo alegremente, honradamente,
Todos os parasitas da seara,
Desde a formiga ao mais pequeno insecto.
E apesar disto, o rude proletário,
O bom trabalhador,
Nunca exigiu aumento de salário...»
' O Melro', de Abílio Guerra Junqueiro
in «A Velhice do Padre Eterno»
quarta-feira, 21 de agosto de 2013
EVOCANDO «FITZCARRALDO»
«Fitzcarraldo» é o filme de Werner Herzog que eu prefiro. Tenho-o, naturalmente, na minha colecção de DVD's, como aliás outras obras deste reputado cineasta alemão. Que aqui trabalhou com Klaus Kinski e com Claudia Cardinal, numa epopeia cinematográfica, que foi, ao mesmo tempo, uma grande aventura humana. O guião (também de Herzog) conta-nos a história de um homem que sonha construir um teatro de ópera em plena selva amazónica; onde ele possa, um dia, ouvir cantar as obras de Verdi por Enrico Caruso, o seu ídolo. Mas, para tanto, é necessário vencer os mil obstáculos que a Natureza e os homens interpõem entre o devaneio do melómano e a realidade... Enfim todo um programa, que eu vos convido a descobrir numa fita extraordinária e extravagante. Á medida do seu autor, dos seus actores e do quadro natural onde se desenrola a sua acção. A minha cópia DVD veio de França. Não sei se em Portugal os editores videográficos já tiveram a boa ideia de gravar esta película e de propor a sua venda aos cinéfilos lusos. Se ainda não o fizeram, despachem-se !
BEBER, BEBER
Os calores extremos que temos suportado este Verão obrigam-nos a beber muita água. Eu cá despacho diariamente entre 2 e 3 litros do indispensável líquido. Mas, de vez em quando, não desdenho beber um sumo natural de frutos bem fresquinho; para quebrar a monotonia da insípida água e para desfrutar de um momento de puro prazer.
ASSIM ERA FERNÃO DE MAGALHÃES
/////////// «Sabia, como nenhum de nós, suportar a fome, e o Mundo não tinha quem o igualasse na compreensão das cartas marítimas e de navegação. E a verdade de tudo isto é publicamente atestada pelo facto de ninguém possuir então o engenho e arrojo necessários à circum-navegação do Globo, que ele quase levou a termo».
Antonio Pigafetta
Antonio Pigafetta
TRATAR BEM UM BOM AMIGO
Aqui na Europa (rica, apesar da crise e se comparada com outras regiões do vasto mundo) esta imagem pode parecer ridícula, risível. Mas não é, se tivermos a inteligência de a olhar com olhos de ver e de meditar sobre o que observamos. O burro é em certos países do chamado Continente Negro um animal precioso, que ajuda a família -que tem a sorte de possuir um- em muitas tarefas da vida quotidiana. Por exemplo na agricultura, no transporte de mercadorias e de pessoas, etc, etc. Acham, pois, os africanos (que dão o seu devido valor a muitas coisas que nós por cá desprezamos) que quando ele, o burro, está debilitado é normal ajudá-lo a recompor-se fisicamente. É simplesmente o que faz aqui o seu dono, que não vê onde está o mal em transportar o bicho que lhe prestou, com toda a certeza, ao longo da vida, serviços inestimáveis.
A CHEGADA DOS 'CANADAIRS'... DOS OUTROS
Chegam hoje a Portugal dois 'Canadairs' em proveniência de Espanha e, se entretanto a situação não se alterar, mais outros dois virão de França na próxima segunda feira. Esses aviões especializados na luta contra os incêndios voam para o nosso país para ajudar a extinguir as gigantescas labaredas que devoram o património florestal desta sacrificada terra à beira mar plantada. E onde também já várias casas foram destruídas pelo fogo e, pior ainda, onde -nestas últimas semanas- já morreram pessoas (sobretudo bombeiros) em consequência do flagelo. Já aqui o disse várias vezes que Portugal é o único país da Europa ocidental e mediterrânica que não possui uma formação de aparelhos desse tipo e que, assim, devido a essa falha, continua dependente da ajuda externa. O que não deixa de ser espantoso, quando se sabe que os maiores inimigos do nosso país têm sido precisamente os incêndios; que por aqui nos atormentam, de maneira cíclica, todos os Verões. É verdade que existem alguns meios aéreos de luta contra o fogo, mas os ditos (talvez à excepção dos Kamov) são quase risíveis. Eu proponho uma coisa para arranjar a 'massa' necessária à aquisição dos 'Canadairs' que tanta falta nos fazem : que se vendam os milhares de automóveis de luxo postos ao serviço do (des)governo e de diferentes outros serviços do Estado e que se invistam as somas assim angariadas para o efeito. Nem que isso dê só para comprar dois ou três aviões em segunda mão. E que os senhores ministros, secretários de estado, directores disto e daquilo e 'tutti quanti' vão para o trabalho nos seus próprios carros. Que é o que faz a maioria esmagadora dos Portugueses que trabalham e produzem. Assim talvez consigamos resolver (nem que seja em parte) o problema grave dos incêndios que empobrecem o nosso património florestal e não só. E note-se que já nem peço que se venda um dos ruinosos e desnecessários submarinos do Portas, cujo valor de mercado dava para equipar Portugal com várias esquadrilhas completas de 'Canadairs' novos. Nota final : segundo os jornais, este ano já arderam -em Portugal- bens no valor de 62 milhões de euros !
29º FESTIVAL DO CRATO
Agora sim ! Temos o Festival do Crato de volta, com um programa de qualidade. O que, diga-se de passagem, já não é novidade num evento que, ano após ano, prima em trazer ao Alto Alentejo os melhores artistas. Não se esqueçam : apareçam ! Aqui fica o cartaz com o programa dos 4 dias de festa.
MUNDO CÃO
Enquanto o nosso país arde (ontem houve 245 incêndios em Portugal), os cadáveres continuam a amontoar-se no Egipto e na Síria, a fome continua a grassar em África, os Palestinianos continuam a sofrer com a ocupação judaica da sua pátria e o desemprego continua a estender-se por essa Europa fora, um matutino lisboeta dá, hoje, honras de primeira página aos cãezinhos da família Obama. Que são tão queridos, não é verdade ? É certo que estamos no Verão e que esta época do ano se quer mais descontraída. Mas que não se exagere, francamente ! Acho que se esse jornal queria escrever sobre animais, seria mais ajustado evocar o caso dos bichanos e dos cães que, por esta altura, são abandonados -sem dó nem piedade- por donos apressados em chegar às praias algarvias. Onde não se admitem cães e outros que tais. O que 'justifica', naturalmente, a canalhice periódica dos animais descartáveis. Enfim, isto é o que eu penso. Eu, que devo ter uma mentalidade retrógrada e que, diga-se de passagem, me estou marimbado para o cão-de-água presidencial e para o companheiro de quatro patas que agora o acompanha pelos corredores e salões da Casa Branca (incluindo o oval, ao que parece), sem que se arrisquem a levar um tiro disparado pelos agentes da CIA; que, ao que que se diz, pululam na venerável residência, para proteger Obama do terrorismo internacional. Essa expressão onde cabe tudo e mais alguma coisa. Mesmo aqueles ex-agentes domésticos, que acharam por bem denunciar a gigantesca rede de espionagem electrónica montada pelos E.U.A. para vigiar toda a gente. Inclusivamente os seus amigos.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
VIGARICE A PENSAR NAS ELEIÇÕES
Os homenzinhos do (des)governo que temos andam radiantes com as falsas notícias de que a economia do país já está a crescer e que os números do desemprego estão a baixar. E certos jornais (que não honram a imprensa deste país) fazem manchetes para reforçar tamanha vigarice. Sim, vigarice ! Porque toda a gente sabe que, em matéria de emprego, quem não tem trabalho, continuará por muito mais tempo ainda a ver navios e que o pretenso crescimento não permitirá amanhã a quem tem fome (nem depois de amanhã) atirar-se a um bom bife com batatas fritas. A todos esses senhoritos da política politiqueira , tenho vontade de dedicar esta quadra de António Aleixo :
Esta mascarada enorme
Com que o mundo nos aldraba,
Dura enquanto o povo dorme;
Quando ele acordar, acaba !
Esta mascarada enorme
Com que o mundo nos aldraba,
Dura enquanto o povo dorme;
Quando ele acordar, acaba !
POR OCASIÃO DOS FESTEJOS EM HONRA DA SENHORA DA AGONIA
Traje tradicional das mulheres do Minho. Imagem que aqui deixo em homenagem ao nobre povo de Viana do Castelo, que está a festejar, mais uma vez, a Senhora da Agonia. Evento grandioso, que atrai gente do país inteiro e de toda a Europa.