terça-feira, 18 de dezembro de 2012
AFINAL, ERREI ! (O QUE PARECIA, NÃO ERA...)
Afirmei neste espaço, aqui há uns tempos atrás, que quando era miúdo ainda cheguei a ver evoluir -naquele espaço lisboeta a que se chamou Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo- os famosos 'Clippers' (Boeings 314) da Pan American, que asseguravam as carreiras regulares de passageiros (e de correio) entre Nova Iorque e a Europa. Ora, eu estava errado ! Tratava-se de recordações com cerca de 60 anos e a minha memória atraiçoou-me. Bebi recentemente numa fonte fidedigna a informação de que esses gigantescos (para a época) hidroaviões deixaram de voar para Lisboa ainda antes do término da 2ª Guerra Mundial; e que, por consequência, eu, que nasci em Outubro de 1945, nunca os poderia ter avistado.
Mas que eu vi grandes hidros a evoluir (e/ou estacionados) naquele espaço, lá isso é que vi ! Tratava-se, no entanto, não dos históricos 'Clippers', mas de aparelhos britânicos Short do tipo 'Solent', que, nos anos 50, asseguravam carreiras aéreas entre a nossa capital e a ilha da Madeira. Essas máquinas eram, fisicamente, muito parecidas (sobretudo a nível de fuselagem e de asas) com as majestosas aeronaves ianques. Daí a confusão do garoto de dez anitos que eu era, quando os observei... Aqui ficam as minhas sinceras desculpas a todas aquelas pessoas que leram o tal 'post' 'mentiroso' e que se fiaram na minha memória.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
'SHASTA DAYLIGHT'
O comboio especial «Shasta Daylight» foi utilizado pela companhia de caminhos-de-ferro Southern Pacific (a famosa 'Espee') entre 1949 e finais dos anos 50. Era um comboio de luxo, que ligava Oakland (perto de San Francisco, Califórnia) a Portland, no estado do Oregon. Este comboio percorria uma distância de 1 147 km em 15 h 30, através de uma das regiões mais bonitas do Oeste americano. As suas carruagens panorâmicas ofereciam aos turistas (este comboio só estava operacional durante os meses de Verão) paisagens de uma beleza estonteante. Daí o seu sucesso; que começou a declinar quando o preço dos bilhetes de avião baixaram de maneira substancial. Resta a memória de uma linha quase mítica, percorrida por um comboio que proporcionava um serviço exemplar; nomeadamente no que respeitava o conforto e a qualidade das refeições servidas a bordo Carruagem-restaurante do «Shasta Daylight» Cartaz publicitário dos anos 50 do século XX
FRUGAL E APETECÍVEL !
Apetecível ! -Com mais produtos da horta (favas, cebolas, coentros e azeite) do que de origem animal (uns finos pedacitos de 'bacon'), este petisco é consistente e saboroso quanto baste. Com o qual fazer uma simples e óptima refeição, a condizer com estes tempos tristes, de chuva e de ventania. Que já anunciam o Inverno... Um conselho : dê uma ligeira fervura nas favas (sem casca), antes de as passar pela frigideira. Com um fiozinho de azeite extra vírgem
«FOR GREATER GLORY»
Estes documentos (cartaz + foto) parecem material promocional para mais um western. Mas não são. O filme ao qual fazem propaganda intitula-se «For Greater Glory» e não pertence à categoria de fitas acima mencionada. Ainda sem título em Portugal, esta película foi realizada por Dean Wright (em 2012) e evoca um episódio doloroso da História do México : a chamada Guerra Cristera. Que colocou, frente a frente, as autoridades federais desse país contra uma facção da igreja católica local. A acção decorre nos anos 20 do século passado e as principais personagens do filme foram protagonizadas por Andy Garcia, Eva Longoria, Eduardo Verástegui e Peter O'Toole. Trata-se de uma grande produção (com distribuição a cargo da 20th Century-Fox), que custou muitos milhões de dólares e que tem a duração de 143 minutos. Não sei quando será estreada em Portugal, mas, depois de ter visto o 'trailler' na Internet, confesso que aguardo este filme com grande expectativa. Embora já tenha lido críticas que o dão como pouco fiel à verdade dos factos...
PODEROSO USS «IOWA» !
Estas impressionantes fotografias mostram o momento preciso em que o agora desactivado couraçado USS «Iowa» faz fogo com os seus nove gigantescos canhões de 406 mm. O «Iowa» foi -a par dos seus gémeos «New Jersey», «Missouri» e «Wisconsin»- um dos mais mais poderosos navios de toda a História Naval. Quando foi construído, em inícios da década de 40 (do século passado, obviamente), este navio deslocava mais de 57 000 toneladas e estava equipado com uma panóplia de armas impressionante. Hoje, está desactivado; e, com o estatuto de navio-museu, pode ser visitado num dos cais do porto de Los Angeles. Para saber algo mais sobre este poderoso vaso de guerra do passado e sobre mais de 1 000 outros navios (grandes e pequenos, civis e militares), basta consultar ALERNAVIOS, o meu outro blogue
sábado, 6 de outubro de 2012
IMAGENS DO MEU PASSADO : A PONTE DO SEIXAL
Este postal ilustrado da década dos 50 (do passado século) mostra a desaparecida ponte ferroviária do Seixal, situada -junto ao Barreiro- no confluente dos rios Coina e Tejo. A parte móvel permitia a passagem dos navios de porte médio, que demandavam a seca de bacalhau da empresa Bensaúde e, mais tarde, o porto privativo da (também ela extinta) Siderurgia Nacional. A imagem é da autoria do artista camarro Augusto Cabrita, que através da RTP -onde trabalhou muitos anos- ganhou projecção nacional e até internacional. A ele se ficou a dever, por exemplo, a fotografia de «Belarmino», o excelente documentário de Fernando Lopes (1964), inspirado pela vida do pugilista Belarmino Fragoso
XIII
Já me chegou às mãos a versão francesa do álbum nº 20 de «XIII», a famosa banda desenhada criada por William Vance e por Jean Van Hamme. Mas que é, actualmente, realizada por I. Jigounov e por Y. Sente. Trata-se de «Le Jour du Mayflower», que tem a qualidade de sempre. Aguardo o próximo número desta excelente série, que será publicado já em Novembro do ano em curso
FENÍCIOS
Os Fenícios (cujo território se estendia pelas costas da actual Síria e do Líbano de hoje) foi um dos povos mediterrânicos da Antiguidade mais industriosos e mais evoluídos. Trabalhavam o bronze, a prata e o estanho, fabricavam objectos em vidro, negociavam vinhos e cereais. Para colocarem esses produtos em todas as regiões da bacia mediterrânica, este povo extraordinário (que inventou o seu próprio alfabeto e cunhou a sua própria moeda) desenvolveu uma sólida indústria de construção naval. Os seus navios percorreram o futuro 'Mare Nostrum' dos Romanos em todas as direcções e os seus comerciantes fundaram entrepostos (futuras cidades) em todas as costas do Mediterrâneo. E até para lá desse vasto espaço geogáfico, pois certos eruditos atribuiem aos Fenícios a origem de cidades como Cádiz, Huelva ou Lisboa. Diz-se, também, que navegaram para o sul do agora chamado estreito de Gibraltar e que atingiram as ilhas de Cabo Verde...
Moeda de 10 Euros usada em Malta. Esta ilha foi uma das bases estratégicas dos Fenícios; que dali expandiram a sua influência comercial
Mapa materializando as viagens dos Fenícios no mar Mediterrâneo, seu campo de acção privilegiado
GENTE DA AMAZÓNIA
Brasil : chefes indígenas da Amazónia. Perante a cobiça desmedida dos industriais e de outros grupos económicos (tanto nacionais como estrangeiros), que devastam o território desta região sul-americana, ímpar pela biodiversidade que encerra e verdadeiro e imprescindível pulmão do planeta, estes homens lutam. Lutam pela preservação do seu 'habitat' e pela dignidade que, naturalmente, é devida àqueles que, de memória de homem, sempre viveram nas selvas brasileiras...
...e lutam, também, para garantir aos seus filhos o direito de se deixarem assimilar (se assim o entenderem) pela civilização do homem branco ou de continuarem a viver em paz, nos seus territórios ancestrais, segundo a tradição herdada dos seus avós. Depois de séculos de perseguições e de esbulhos, a Humanidade deve justiça aos primeiros povos amazónicos
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
ARRÁBIDA
Os olhos meus dali dependurados
Perguntam ao mar, às plantas, aos penedos
Como, quando, por quem foram criados.
O livre passarinho, que voava,
Cantando para o céu deixando a tera,
Da terra para o céu me encaminhava.
(Frei Agostinho da Cruz, séculos XVI e XVII)
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
RIVOLI
Não ! Não é a fachada do Rivoli, mítica sala da Invicta cantada pelo nosso Rui Veloso. Esta situa-se (ou situou-se) algures nos 'states' e exibia (em 1932, ano em que muito provavelmente foi fotografada) cartazes publicitários do filme fantástico «A Múmia», realizado por Karl Freund e com o famoso actor Boris Karloff no papel principal
VOLTOU A PRAGA DOS INCÊNDIOS (DESABAFO)
Portugal já está novamente a arder ! -E a empobrecer... Está mais do que visto, é mais do que sabido, que os fogos florestais são o principal e mais perigoso inimigo da nação portuguesa. À qual faltam meios para combater um flagelo, pernicioso, que ataca simultaneamente em várias frentes, inviabilizando o trabalho abnegado dos bombeiros. Pelo que se vê, faltam-nos meios aéreos (sobretudo aviões de grande capacidade) para combater este malévolo inimigo que, todos os anos nos bate à porta e nos causa prejuízos avultados. E que aqui mata gente. Infelizmente, optou-se (enfim, optou o insigne ministro Portas) pela aquisição de submarinos, armas perfeitamente inúteis e que não nos servem absolutamente para nada. A não ser para nos enfraquecer economicamente ainda mais. E eu pergunto : porque não se vendem essas ruinosas máquinas e (com uma ínfima parte do seu preço) não se constitui uma formação de Canadairs, que minimize os danos causados pelo fogo ? -Isto em vez de termos que solicitar, sempre que necessário (mas tardiamente), o seu empréstimo a Espanha e à França. Parece-me que, neste país que é o nosso, os senhoritos da política sempre pecaram por não saberem avaliar situações e definir prioridades. Que cambada esta !...
LENINE RODRIGUES, UM ARTISTA BARREIRENSE
O artista barreirense Lenine Rodrigues (um antigo companheiro da escola primária da Verderena e ex-colega de trabalho 'chez' Morineau) admirando uma das suas próprias obras : a maqueta do famoso vapor (*) «Évora», que -durante muitas décadas- assegurou viagens entre a então chamada 'Vila Operária' e o Terreiro do Paço.
(*) Vapor era mesmo uma força de expressão das gentes do Barreiro. Porque o veloz «Évora» foi o primeiro navio a operar no estuário do Tejo com motores diesel. Este navio (construído na Alemanha em 1931) ainda existe; embora (infelizmente) bastante descaracterizado. Assegura, agora, viagens turísticas no rio Sado...
CA GANDAS TAMPAS !
Clamava Vasco Santana (em «A Canção de Lisboa», se não me engano) : «Chapéus há muitos, seu palerma !». OK, OK ! Mas, bonés como o deste companheiro de W. C. Filds, haverá assim tantos por aí ? -Eu cá duvido... E boinas XXXL, como a destes Caçadores Alpinos do exército francês. Já viram muitas ?
CURIOSIDADE SOBRE O 5 DE OUTUBRO DE 1910
Este antigo postal ilustrado é testemunha dos acontecimentos que -no dia 5 de Outubro de 1910- levaram à queda da dinastia dos Braganças. Nele se podem ver : as barricadas erguidas pelos populares nas ruas e praças de Lisboa, a manifestação dos republicanos diante da Câmara Municipal da capital, uma prisão de padres, acusados de simpatias monárquicas (e, talvez, de algo mais), os navios da Armada que apoiaram o movimento revolucionário e a partida para o exílio da família real. Este último episódio, ilustrado no canto superior direito desta colorida cartolina, mostra o embarque de D. Manuel II e da sua família nos barcos dos pescadores da Ericeira; que vão conduzir os desterrados ao navio «5 de Outubro», novo nome do famoso iate «Amélia». Navio no qual o rei D. Carlos I (assassinado pela Carbonária em 1908) se entregava a uma das suas actividades preferidas, a oceanografia
«BRINCADEIRAS DE URSO»
Repare-se nas garras afiadas destes ursos pardos da América do norte. Capazes de esfarrapar, literalmente, qualquer adversário que ouse afrontar esta espécie altamente agressiva e perigosa de animais selvagens...
A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS
«TEJO QUE LEVAS AS ÁGUAS»
Tejo que levas as águas
correndo de par em par
lava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
Lava-a de crimes espantos
de roubos, fome, terror,
lava a cidade de quantos
do ódio fingem amor
Leva nas águas as grades
de aço e silêncio forjadas
deixa soltar-se a verdade
das bocas amordaçadas
Lava bancos e empresas
dos comedores de dinheiro
que dos salários de tristeza
arrecadam lucro inteiro
Lava palácios vivendas
casebres bairros da lata
leva negócios e rendas
que a uns farta e a outros mata
Tejo que levas as águas
correndo de par em par
lava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
Lava avenidas de vícios
vielas de amores venais
lava albergues e hospícios
cadeias e hospitais
Afoga empenhos favores
vãs glórias, ocas palmas
leva o poder dos senhores
que compram corpos e almas
Leva nas águas as grades
de aço e silêncio forjadas
deixa soltar-se a verdade
das bocas amordaçadas
Das camas de amor comprado
desata abraços de lodo
rostos corpos destroçados
lava-os com sal e iodo
Tejo que levas as águas
correndo de par em par
lava a cidade de mágoas
leva as mágoas para o mar
(Este belo poema de MANUEL DA FONSECA foi musicado e cantado por Adriano Correia de Oliveira)
sábado, 16 de junho de 2012
OS FILMES DA MINHA VIDA (109)
«A RAINHA DO MAL»
FICHA TÉCNICA
Título original : «The Maverick Queen»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Joseph Kane
Ano de estreia : 1956
Guião : Kenneth Gamet e DeVallon Scott
Fotografia (c) : Jack A. Marta
Música : Victor Young
Montagem : Richard L. Van Enger
Produção : Herbert J. Yates
Distribuição : Republic Pictures
Duração : 92 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Barbara Stanwyck ………………………………… Kit Banion
Barry Sullivan ………………………………………… o pseudo Jeff Younger
Scott Brady ……………………………………..……. Sundance Kid
Mary Murphy ……………………………………..….. Lucy Lee
Wallace Ford ………………………………….…….. Jamie
Howard Petrie …………………………………..…… Butch Cassidy
Jim Davis ……………………………………….………. o verdadeiro Jeff Younger
Emile Meyer……………………………………….…… Malone
Walter Sande ………………………………………. o xerife Wilson
John Doucette …………………………….………… Loudmouth
SINOPSE
Arruinada durante a guerra civil, a virginiana Kit Banion instala-se no território do Wyoming, onde, por cupidez, se associa ao bando de malfeitores chefiados por Butch Cassidy e por Sundance Kid; que atentam contra a economia da região e contra as leis nacionais, roubando gado, pilhando bancos, assaltando comboios.
Mas Kit, que é cortejada pelo tenebroso Sundance, acaba por se apaixonar por um forasteiro, que se lhe apresenta sob a identidade de Jeff Younger, um ex-membro da extinta quadrilha dos irmãos James.
Graças ao apoio da crédula Kit, o pretenso Jeff Younger –que é, na realidade, um detective da agência Pinkerton- introduz-se na temida ‘wild bunch’, que ele deseja neutralizar.
Objectivo que ele acabará por atingir, à custa de muita violência (matando, nomeadamente, o seu rival Sundance) e de muito sofrimento, já que Kit, que ele muito aprecia, apesar do seu comprometimento com os bandoleiros, acaba por ser mortalmente abatida pelos seus antigos cúmplices.
A paz volta de novo à cidadezinha de Rock Spring e à sua região, agora libertadas da incomodativa e perigosa presença dos bandidos que assolavam o Wyoming.
O MEU COMENTÁRIO
Inspirado numa novela do celebérrimo Zane Grey, «A Rainha do Mal» é um dos inúmeros westerns levados à pantalha pelo realizador Joseph Kane. E é, porventura, um dos melhores da vasta filmografia deste realizador especializado no género. É verdade que esta película colorida (e em formato Naturama ) beneficiou muito com a participação de grandes actores (Stanwyck, Sullivan, Brady e outros), mas também com o concurso de bons profissionais no campo técnico, nomeadamente no que respeita a fotografia (belíssima, embora o Trucolor não tivesse a qualidade do Technicolor…), que tem a assinatura de Jack A. Marta. Nota alta merecem, igualmente, a música de fundo do grande compositor Victor Young (outro nome consagrado por Hollywood) e a bonita canção «The Maverick Queen» magnificamente interpretada por Joni James, cuja autoria é, naturalmente, de Young (música) e de Ned Washington (letra). Quanto à história contada, há que convir que é bastante convencional e que se ambienta no Wyoming de finais do século XIX, no seio da quadrilha de malfeitores denominada ‘a horda selvagem’ (‘the wild bunch’), chefiada por Butch Cassidy e por Sundance Kid. Quadrilha essa que o cinema já havia evocado antes da realização desta fita e também, várias vezes depois. Basta lembrarmo-nos, por exemplo, da excelente e oscarizada obra que George Roy Hill realizou em 1969 com Paul Newman e Robert Redford : «Butch Cassidy and the Sundance Kid». Enfim, gostei desta fita -que já há muito conhecia- da qual adquiri recentemente, em Espanha (onde a película se intitula «Los Indomables»), um DVD com imagens de boa qualidade. Ficamos à espera que um dos editores nacionais de material videográfico nos ofereça, brevemente, a versão legendada em língua portuguesa.
M.M.S. /////////
Cartaz francês /////////
Tal como em vários outros dos seus westerns de sucesso («Almas em Fúria», «Homens Violentos», «40 Cavaleiros», etc), Barbara Stanwyck encarna aqui a figura de uma mulher de carácter forte e inflexível ///////// Cartaz espanhol ///////// A heroína da fita numa pose de manifesta altivez ///////// Mais uma reprodução de um dos cartazes originais ///////// Cartaz itlaliano ///////// A Joseph 'Joe' Kane, o realizador desta fita, são atribuídos muitas centenas de filmes. Grande parte deles são westerns... ///////// Cartaz de provável origem australiana
O BRASÃO DE ARMAS DE LISBOA
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Pintura antiga ilustrando a chegada -ao estuário do Tejo- de uma nau com o corpo do mártir São Vicente. As figuras principais desta lenda (nau, mártir, corvos) serviram aos lisboninos para elaborarem o brasão de armas da sua cidade. E para escolherem o padroeiro da 'Princesa do Tejo'; que é São Vicente e não Santo António, como ainda muita gente pensa
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Estilização do brasão de armas da nossa bela capital. Mas o santo esfumou-se. Para onde terá passado ?
DJANGO ESTÁ A CHEGAR !!!
Apesar da sua estreia, na Europa, só estar programada para inícios do próximo ano, a verdade é que o filme «DJANGO UNCHAINED» já constitui um acontecimento de relevo no pequeno mundo da westernofilia; cujos membros continuam a atravessar um longo período de míngua, de vacas magras. O título desta fita (que lembra o de um banal 'western spaghetti') não é lá muito encorajador para os puristas, que só põem as mãos no lume por obras com o label 'made in USA'. Mas que descansem os dubitativos, porque esta película é mesmo de origem norte-americana, apesar do seu título e do facto do seu realizador -Quentin Tarantino- ter algumas gotas de sangue latino.
Segundo o pouco que ainda sabemos sobre este novo western, a história desenrola-se no sudoeste dos 'states' alguns anos antes de ter rebentado a guerra civil, provocada em parte, e como se sabe, pela política do presidente Abraão Lincoln relativa à emancipação dos escravos. Django (a figura central da fita) é um desses homens subjugados pela lei infâme, que é comprado por um caçador de recompensas, que o vai utilizar no seu arriscado, mas proveitoso 'negócio'. Em troca, Django vai exigir, no fim do contrato que o liga ao patrão branco, a sua colaboração para encontrar a sua mulher, que é cativa -em parte incerta- de um senhor de escravos sulista
Esta obra de Tarantino (que vai estrear no dia de Natal, nos Estados Unidos) tem como principais protagonistas Jamie Foxx, Christoph Waltz, Leonardo di Caprio (na foto acima) e outros nomes conhecidos; nomes que garantem ao filme -pelo menos a nível da qualidade interpretativa- a eficácia esperada
Será que a abundândia e variedade de cartazes promocionais deste filme -ainda por estrear- é um bom augúrio ? -Esperamos que sim, que seja um bom sinal...
Os dois principais protagonistas de «Django Unchained» cavalgando, lado a lado, e enquadrados numa belíssima paisagem nevada
Mais um cartaz do esperado «Django Unchained»
TINTOL PARA MILIONÁRIOS
Cada uma destas 'meninas' custa milhares de Euros. O Petrus (um Pomerol) é, pois e sem exagero, um vinho reservado aos milionários. É para endinheirados antigos ou para novos ricos, daqueles que têm prosperado à custa da crise... dos outros. Escusado será dizer, que pelas goelas abaixo do escriba de serviço jamais deslizou uma gota deste precioso néctar. Mas ele até gostaria de experimentar. Não heverá por aí um mecenas, um benfeitor, uma alma caridosa, que lhe queira pagar um copo ?
domingo, 27 de maio de 2012
PUBLICIDADE FALACIOSA
Este cartaz promocional do filme «O Comboio Apitou Três Vezes» (que eu presumo ter sido editado muitos anos depois da estreia, em 1952, deste famoso western de Fred Zinneman) é de origem italiana. É totalmente enganador, porque, como se pode ver, coloca o actor Lee Van Cleef no mesmo plano que as vedetas desta famosa fita, que são Gary Cooper e Grace Kelly. Lee Van Cleef tem em «High Noon» um papel secundaríssimo (para não dizer insignificante, o que até seria mais justo) e esta situação deverá ter a ver com uma reposição da película em causa, num tempo em que Cleef já havia conquistado (nem eu sei bem porquê !) o estatuto de 'star'. Em Itália, precisamente, graças aos 'western-spaghetti'. Que eu, confesso, detesto muito especialmente. Outra coisa que me choca são as silhuetas de John Wayne e de Jeffrey Hunter (que não têm nada, mas mesmo nada a ver com «O Comboio Apitou Três Vezes»), que aparecem no canto inferior direito do cartaz. A imagem em questão pertence à obra-prima de John Ford «A Desaparecida» («The Searchers»), realizada em 1956...
'ZEBRASOMA FLAVESCENS'
Muito apreciado pelos colecionadores de peixes exóticos (de água salgada), o 'Zebrasoma flavescens', ou cirurgião-amarelo, pertence à família dos Acanthuridae e é originário dos mares que envolvem as ilhas Hawai. Conhecido nos países de língua inglesa pelo nome de Yellow Tang, este peixe alimenta-se de algas e de minúsculas partículas em suspensão. O macho (que é, geralmente, de maior porte do que a fêmea) mede até 20 cm de comprimento e uns 2 cm de espessura. Curiosamente, o cirurgião-amarelo pode deslocar-se em marcha atrás e tem um ferrão na cauda, que não hesita utilizar em sua defesa. Outra curiosidade apresentada por este bonito peixe do oceano Pacífico é o facto da sua cor amarela, de um vivo intenso durante o dia, se desvanecer com a chegada da noite...
DUAS FITAS HÁ MUITO DESEJADAS
Esta semana que passou reservou-me duas agradáveis supresas, ao proporcionar-me a aquisição de dois DVD's com cópias de filmes que eu há muito tempo procurava. O primeiro desses filmes intitula-se «NORMANDIE-NIÉMEN» e conta-nos, com algum rigor, a odisseia de um grupo de aviadores franceses que, nos anos 40 do século passado sairam clandestinamente do seu país para irem combater -nos céus da União Soviética- a aviação militar hitleriana; contra as quais esses pilotos de caça alcançaram cerca de 200 brilhantes vitórias em combate aéreo. Lembro-me de ter visto esta película na TV francesa há mais de 30 anos (creio que no quadro de uma excelente emissão chamada 'Les Dossiers de l'Écran') e de ter procurado adquiri-la (sem sucesso) logo que surgiu a possibilidade, para os particulares, de coleccionar cópias (VHS) dos seus filmes preferidos. Com essa intenção (sempre gorada) cheguei até a dirigir-me ao museu consagrado à esquadrilha 'Normandie-Niémen' que funciona na pequena cidade normanda de Les Andelys... Estou, pois, muito contente de ter visto, de novo, esse clássico do filme de aviação, que a editora Gaumont (ligada à produtora do mesmo nome) nos oferece agora numa cópia perfeitamente restaurada
O segundo filme que agora me chegou às mãos (e que eu nunca vira, mas que procurava ardentemente por ser um admirador incondicional de Pietro Germi, o seu realizador) é «SEDUZIDA E ABANDONADA» («Sedotta e Abbandonata»), uma saborosa tragicomédia italiana, com acção centrada na Sicília de meados do século passado. Trata-se de uma história de costumes, cuja personagem central é a jovem Agnese (Stefania Sandrelli), 'desonrada' por Peppino (Aldo Puglisi), seu futuro cunhado. Que é, como mandava o código de honra local, intimado a interromper o seu noivado com a mana de Agnese e a desposar a donzela ofendida pelo patriarca Vincenzo Ascalone (Saro Urzi), o pai das duas moças. Adorei este filme, que se inscreve, pelo tom, na linha do inesquecível «Divórcio à Italiana» e de outras famosas fitas italianas da época
O segundo filme que agora me chegou às mãos (e que eu nunca vira, mas que procurava ardentemente por ser um admirador incondicional de Pietro Germi, o seu realizador) é «SEDUZIDA E ABANDONADA» («Sedotta e Abbandonata»), uma saborosa tragicomédia italiana, com acção centrada na Sicília de meados do século passado. Trata-se de uma história de costumes, cuja personagem central é a jovem Agnese (Stefania Sandrelli), 'desonrada' por Peppino (Aldo Puglisi), seu futuro cunhado. Que é, como mandava o código de honra local, intimado a interromper o seu noivado com a mana de Agnese e a desposar a donzela ofendida pelo patriarca Vincenzo Ascalone (Saro Urzi), o pai das duas moças. Adorei este filme, que se inscreve, pelo tom, na linha do inesquecível «Divórcio à Italiana» e de outras famosas fitas italianas da época
LEMBRANDO DIOGO GOMES, NAVEGADOR PORTUGUÊS DO SÉCULO XV
Este moço de câmara da casa do Infante D. Henrique distinguiu-se pelas suas navegações no oceano Atlântico (foi um dos co-descobridores do arquipélago de Cabo Verde) e ao longo das costas ocidentais da África, tendo explorado vários cursos de água, tais como os rios Geba, Gâmbia, Salum e territórios vizinhos. Marinheiro e soldado, participou (ao lado de Gil Eanes e de Lançarote de Freitas) na expedição militar à ilha de Tider, que ocorreu no ano de 1445. Ocupou altos cargos no aparelho de estado, sendo escrivão da carreagem real, almoxarife da vila de Sintra, responsável das Coutadas, Caças e Montarias e juiz das Sisas de Colares. Diogo Gomes também foi escudeiro de el-rei D. Afonso V, que muito o estimava e o armou cavaleiro. Parece ter falecido por volta de 1502. Diogo Gomes foi uma das figuras de proa do período inicial das Descobertas, mas é, hoje, praticamente desconhecido dos Portugueses; que, infelizmente, não cultivam o gosto pela História Pátria.
Esta estátua representando o navegador Diogo Gomes ergue-se num recanto da cidade da Praia (República de Cabo Verde), junto ao mar
Mapa ilustrando a rota de uma das viagens à costa de África de Diogo Gomes. Parece que, no decorrer desta expedição, o navegador comandou uma frota de três navios. O texto intitulado «De prima inuetione Guinee», encontrado em meados do século XIX, por J. A. Schmeller, na Biblioteca Nacional de Munique, e que está associado à figura de Diogo Gomes, é um dos testemunhos promordiais sobre as primeiras explorações portuguesas do litoral africano