terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
«RAMROD» (1947), UM INÉDITO DE ANDRÉ DE TOTH
A Fnac acaba de editar um filme raríssimo de André de Toth (1900-2002), cineasta hollywoodiano, de origem húngara. Trata-se do western «Ramrod», que (vá lá saber-se porquê ?) nunca chegou a ser exibido comercialmente no nosso país. Esta fita (que já tinha uma cópia DVD em Espanha), tem como protagonistas principais os actores Veronika Lake, Joel McCrea e Preston Foster. O DVD agora lançado em França está incluído na colecção 'Les Introuvables', onde a Fnac tem reunido alguns títulos incomuns da cinematografia norte-americana de há décadas passadas. Só espero que esta cópia tenha melhor qualidade do que aquela que 'nuestros vecinos' editaram aqui há uns anitos atrás...
'ANNO HORRIBILIS' PARA OS CITRINOS
A situação de seca prolongada e as frequentes geadas matinais foram, este ano, particularmente nefastas para a cultura dos citrinos. Pelo menos na minha região. Tenho, no meu quintal, uma quinzena de árvores desta família, que sofreram desgastes terríveis devido à geada; já que a falta de água não as afectou, felizmente. A maior parte dos frutos de dois dos meus três limoeiros cairam prematuramente e os que se mantiveram nas árvores estão 'tocados' e são de tamanho insignificante, se comparados aos dos anos precedentes. Enfim, uma miséria...
As larangeiras aguentaram melhor as nordedelas (passe o termo) do frio e estão sãs. Mas são menos doces do que aquelas que colhi o ano passado e são, sobretudo, muito mais pequenas. Embora tenha apanhado um fruto que apresentava o peso excepcional de 596 gramas
Na realidade, só o meu precioso 'kumquat' resistiu galhardamente às agruras do Inverno e está uma beleza : bem folhado e carregado de frutos. Valha-me isso !
O «ÉVORA» NOS TEMPOS DA SUA GLÓRIA
O «Évora» foi o primeiro dos chamados barcos do Barreiro a utilizar motores diesel; uma energia limpa, se comparada ao carvão que alimentava as caldeiras dos vapores «Alentejo» e «Trás-os-Montes», da frota da C.P.. Nos anos 40 e 50 do século passado, este navio de origem alemã, era também o mais elegante e o mais rápido a executar a travessia entre a então designada 'Vila Operária' e o Terreiro do Paço. Embarquei nele muitas dezenas de vezes e desde a minha prima infância. Numa época em que o estuário do Tejo ainda se encontrava pejado de fragatas, de varinos e de outros típicos barcos à vela. Num tempo em que o grande espectáculo dos passageiros dos vapores e cacilheiros era proporcionado pela presença -no mar da Palha- dos porta-aviões da armada dos E.U.A. e da 'Royal Navy', que, amiúde, visitavam Lisboa, fundeando em frente da nossa bela capital
domingo, 26 de fevereiro de 2012
OS FILMES DA MINHA VIDA (94)
«INDESEJÁVEIS»
FICHA TÉCNICA
Título original : «The Outcasts of Poker Flat»
Origem : E . U. A.
Género : Western
Realização : Joseph M. Newman
Ano de estreia : 1952
Guião : Edmund H. North
Fotografia (p/b) : Joseph La Shelle
Música : Hugo Friedhofer
Montagem : William Reynolds
Produção : Julian Blanstein
Distribuição : 20th. Century-Fox
Duração : 81 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Anne Baxter………………………………………..………. Cal
Dale Robertson……………………………………………… John Oakhurst
Miriam Hopkins……………………………………….…. Duchess
Cameron Mitchell ……………………………………. Ryker
Craig Hill …………………………………………..……. Tom Dakin
Barbara Bates ………………………………………….. Piney
Billy Lynn ……………………………………….……….… Jack
Dick Rich ………………………………………….……….. o beberrão
John Ridgely……………………………….…………….. Bill Akeley
SINOPSE
Na sequência do assalto ao banco de Poker Flat (uma pequena localidade do Oeste americano) e da morte violenta de dois dos seus cidadãos, quatro sujeitos indesejávis são expulsos da localidade pela gente respeitável da terra. São eles John Oakhurst, jogador de cartas profissional, um beberrão notório, uma mulher que vive do negócio dos seus 'charmes' e Cal, que é a anónima receptadora dos cerca de 10 000 dólares violentamente extorquidos ao banco pelo seu marido Ryker.
Surpreendidos em plena montanha por uma violenta tempestade de neve, os quatro banidos refugiam-se numa cabana abandonada, onde se lhes vai juntar um casal de namorados em fuga. O nevão, que redobra de intensidade, e a inesperada debandada dos cavalos que os haviam levado até àquele ermo, condenam-os a uma morte certa. A não ser que alguém consiga atingir Poker Flat e ali implore o caritativo socorro da sua população. O jovem namorado propõe ir buscar ajuda e, para convencer os eventuais socorristas, leva uma parte do dinheiro do roubo e a promessa da devolução do resto da soma pilhada. Isto, por iniciativa da própria Cal, que está decidida, se sobreviver à aventura, a separar-se do brutal Ryker e a iniciar uma nova e regenerada vida.
Mas Ryker consegue localizar o esconderijo dos prófugos de Poker Flat e vale-se do facto de ser a única pessoa a dispor de uma arma de fogo para impor a sua lei àquela comunidade perdida nas Montanhas Rochosas. John Oakhurst, que, entretanto, começara a simpatizar com a brutalizada Cal, leva o afrontamento com o salteador até à luta física, conseguindo eliminar o facínora. É nesse preciso momento que os providenciais socorros chegam às imediações do refúgio; e que os sobreviventes da aventura podem retomar o curso das suas vidas... ou escolher o seu novo destino, uma nova existência. É por esta última oportunidade que vão optar os enamorados John e Cal...
O MEU COMENTÁRIO
Inspirado numa das inúmeras novelas de sabor western escritas pelo famoso Bert Harte, «Indesejáveis» foi rodado nos estúdios da Fox pelo cineasta Joseph M. Newman, um técnico polivalente da Hollywood do tempo. Tendo, com efeito, começado como estafeta, Newman também foi, sucessivamente, assistente de realização (de Lubitsh, se faz favor !), passando depois à produção e à execução de pequenos trabalhos de argumentista, até dirigir, em 1942, o seu primeiro filme : «Northwest Rangers». A sua carreira não foi muito longa, nem muito prolífica, visto a sua filmografia apresentar menos de 30 longas metragens. Mas foi, em contrapartida, uma carreira das mais ecléticas, já que Joseph M. Newman experimentou praticamente todos os grandes géneros : ficção-científica, policial, aventuras, western, etc.
Mais do que Dale Robertson, a vedeta deste filme foi Anne Baxter, que em «Indesejáveis», nos ofereceu o papel de Cal, uma mulher espezinhada pelo seu próprio marido, um brutamontes, que aqui tem as feições de Cameron Mitchell. Lembro que Anne Baxter iniciou a sua carreira cinematográfica com um outro western intitulado «O Tiro de 20 Mulas», que Richard Thorpe realizou em 1940; e que esta excelente actriz brilhou numa série de outras obras do género, de entre as quais destaco «A Cidade Abandonada» (Wellman, 1948), «Perdoa o meu Passado» (Maté, 1957) e «Cimarron» (Mann, 1960). Também não posso deixar de referir, que Anne Baxter trabalhou com alguns dos maiores realizadores que alguma vez passaram por Hollywood : Renoir, Welles, Wilder, Milestone, Preminger, Mankiewicz, Hawks, Hitchcock, De Mille, Dmytryk e muitos mais. O que atesta -de maneira segura- a sua classe profissional e o seu prestígio.
Um DVD com cópia desta simpática fita de Joseph M. Newman acaba de ser editada em França. Mas, infelizmente, sem dobragem, nem legendagem na nossa língua.
Faço notar ainda, a título de curiosidade e para terminar estas linhas sobre «Indesejáveis», que esta fita é o 'remake' de uma película muda, de 1919, realizada por John Ford. Fita inspirada pela mesma novela de Bert Harte e com Harry Carey e Gloria Hope nos principais papéis.
(M.M.S.)
Dale Robertson na capa da revista norte-americana «TV Guide». A foto do actor é alusiva à série televisiva de grande sucesso «Tales of Wells-Fargo»
Cartaz francês
A heroína desta fita de Joseph M. Newman é a bela e excelente actriz Anne Baxter (1923-1985). Esta foto é referente ao western paródico «A Ticket to Tomahawk», protagonizado pela artista em 1950
Este DVD, de edição francesa, pertence à minha colecção de westerns; que compreende cerca de 1 000 títulos
Único detentor de uma arma de fogo, Ryker (Cameron Mitchell) impõe a sua lei aos banidos de Poker Flat
Ryker, o salteador de bancos (Cameron Mitchell), ameaça o beberrão, perante o olhar inquieto e reprovador dos outros ocupantes do refúgio
Outro cartaz original
John Oakhurst (Dale Robertson) ajusta contas com Ryker (Cameron Mitchell) numa luta corpo a corpo, que se prolonga na neve
O pesadelo terminou. Os sobreviventes do inverno nas Rochosas vão abandonar essa região hostil e seguir o seu destino...
FALTA DE GARRA... E NÃO SÓ
Aqui há uns dias atrás, disse eu neste blogue (não sem alguma arrogância, confesso), que, em 2012, dificilmente os rivais do Benfica o poderiam impedir de se sagrar campeão nacional de futebol. Entretanto, e durante dois jogos consecutivos, os encarnados perderam (inesperadamente e lamentavelmente !) 5 pontos e deixaram a equipa nortenha do F. C. Porto instalar-se, com eles, na frente da tabela classificativa. A lição está aprendida : para vencer o mais prestigioso e apetecido galardão do futebol nacional, uma equipa necessita, constantemente, de consistência e de coerência. Para além de garra, de espírito combativo e de uma mentalidade ganhadora. Virtudes que, nestes últimos dias, faltaram ao 'Glorioso'. Mas, neste derradeiro terço da competição, muitas coisas (decisivas) poderão ainda acontecer. Eu é que não me atreverei, outra vez, a por as mãos no lume...
sábado, 25 de fevereiro de 2012
HOMENAGEM AO POETA JOSÉ MARIA DE HERÉDIA (1842-1905)
Um dia (há muitos anos...), deambulando pelo cemitério de Bonsecours -cidadezinha da Alta Normandia, próxima de Rouen- deparei-me, por acaso, com a campa deste poeta francês de origem cubana, autor da obra «Les Trophées»; livro que contém 118 inspirados sonetos. Esse encontro fortuito com o poeta morto, levou-me a tentar conhecer melhor a vida e a obra deste letrado, impulsionador do movimento parnassiano. Aqui deixo à curiosidade e à apreciação de quem visita o blogue 'Invitaminerva45' o mais conhecido soneto ('Les Conquérants') dessa famosa obra. José Maria de Herédia pertenceu à Academia Francesa (de letras) e, coisa singular, tem algumas afinidades comigo, com o escrevinhador destas linhas. Não a arte de versejar, naturalmente, mas o facto de ter falecido precisamente 40 anos antes de eu ter nascido e de ter ido a enterrar, precisamente, 47 anos antes de eu ter ido à escola pela primeira vez...
Retrato de José Maia de Herédia
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
ZECA AFONSO : 25 ANOS DE SAUDADE
José Afonso, o popular Zeca, faleceu há 25 anos... Mas, as suas canções, a sua generosidade, o seu espírito lutador continua presente na nossa memória e nos nossos corações. Até porque os vampiros -que ele denunciou numa das suas mais emblemáticas baladas- continuam a sugar o sangue deste povo que ele tanto amava. Até sempre amigo
QUEM SE LEMBRA DESTA FAMÍLIA ?
É uma família de circunstância, reunida para as necessidades da série televisiva «Chaparral» («High Chaparral»), produzida pelo canal norte-americana NBC durante as décadas de 60 e 70 do passado século. Teve 98 episódios de 50 minutos, nos quais era contada a história de uma família de colonos, que se instalou (por volta de 1870) num rancho do Arizona, em pleno território dos Apaches. Bem feita e entusiasmante, esta série western tinha como principais protagonistas (da esquerda para a direita) John Cannon (Leif Erickson), Billy Blue Cannon (Mark Slade), Victoria Cannon (Linda Cristal), Manuel 'Manolito' Montoya (Henry Darrow) e Buck Cannon (Cameron Mitchell). Infelizmente, os episódios desta série (divididos em 4 temporadas) ainda não foram editados sobre suporte DVD na Europa...
LONJURAS : SALTO ANGEL (VENEZUELA)
O Salto Angel (e não 'del Angel' como é, por vezes, chamado) é -com os seus 979 metros- a mais alta queda de água do planeta. Situa-se no curso do rio Kerep, em território do estado venezuelano de Bolívar
O seu nome tem a ver com o aviador norte-americano Jimmy Angel, que descobriu a queda de água em 1933, quando procurava jazidas de ouro nessa região próxima das fronteiras do Brasil e da Guiana (ex-britânica)
Mapa da Venezuela com localização da queda
Espectacular (admirada de qualquer ângulo), a queda Salto Angel é uma das grandes curiosidades geológicas da República Bolivariana e da América do sul; mas o isolamento da região não facilita o turismo
BELO CARTAZ, GRANDE FILME
Este belo cartaz publicitou, no seu tempo (1975), uma das grandes películas da filmografia de Martin Scorsese : «Taxi Driver». No qual brilharam Robert de Niro (no papel de um veterano da guerra do Vietnam, que se tornou taxista em Nova Iorque) e a jovem e talentosa Jodie Foster (que, nesta fita, é Iris, uma prostituta de menor idade). Jodie arrebatou o primeiro 'óscar' da sua carreira com o papel desempenhado nesta obra de Scorsese, que marcou, sem dúvida, o panorama cinematográfico do último quartel do século XX
HMCS «LABRADOR» E O PORQUÊ DO SEU NOME
O navio «Labrador», da armada canadiana, navegando entre as montanhas de gelo do oceano Árctico. Este patrulheiro, com capacidades quebra-gelo, foi um dos raros navios modernos que logrou atravessar a quase mítica passagem do Noroeste. Esteve no activo até 1987, ano em que foi vendido para a sucata e desmantelado. O seu nome refere-se a uma região da província da Terra Nova, o Labrador, assim chamada em honra de um dos seus descobridores : o navegador português João Fernandes Lavrador; que, na companhia de Pêro de Barcelos, descobriu essas plagas em 1498. No mesmo ano em que o grande Vasco da Gama atingiu as costas do Malabar, abrindo, assim, o caminho marítimo para a Índia
TURISMO EXÓTICO DE OUTROS TEMPOS
A série de 4 cartazes que aqui deixo à apreciação dos visitantes deste blogue, data dos anos 30, 40 e 50 do século XX. E mostra como a indústria do turismo -ainda balbuciante- promovia certos destinos exóticos junto de uma clientela forçosamente abastada
Esta 'pub' incitava os europeus (com recursos, repito) a viajar com a companhia Air France para o longínquo Oriente. O avião que a imagem ilustra é o trimotor Dewoitine D.338, que fez o seu voo inaugural em 1936. Podia transportar 22 passageiros. Esteve, alguns anos, em serviço na linha Paris-Saigão
Apresentada como o 'Paraíso dos Trópicos', Cuba foi, até por uma questão de proximidade do território norte-americano, o primeiro destino exótico do turismo ianque. Isto, depois da vitória dos seus exércitos na guerra contra Espanha; e até à derrota infligida (nos anos 50 do século passado) a Fulgencio Baptista pelos 'barbudos' castristas
Anos 40 do século XX : A Compagnie Générale Transatlantique (a reputada French Line, fundada pela família luso-descendente dos Péreire) colocava os seus luxuosos paquetes ao serviço dos turistas europeus desejosos de passar o Inverno ao sol dourado das Caraíbas
Este belíssimo cartaz foi editado pela transportadora aérea Varig. Que (nele) propunha os seus préstimos a quem desejasse viajar para a então mítica cidade do Rio de Janeiro. Parece-nos (devido à silhueta do Lockheed 'Constellation' visível no canto superior esquerdo do cartaz) que esta publicidade data de finais dos anos 50
Esta 'pub' incitava os europeus (com recursos, repito) a viajar com a companhia Air France para o longínquo Oriente. O avião que a imagem ilustra é o trimotor Dewoitine D.338, que fez o seu voo inaugural em 1936. Podia transportar 22 passageiros. Esteve, alguns anos, em serviço na linha Paris-Saigão
Apresentada como o 'Paraíso dos Trópicos', Cuba foi, até por uma questão de proximidade do território norte-americano, o primeiro destino exótico do turismo ianque. Isto, depois da vitória dos seus exércitos na guerra contra Espanha; e até à derrota infligida (nos anos 50 do século passado) a Fulgencio Baptista pelos 'barbudos' castristas
Anos 40 do século XX : A Compagnie Générale Transatlantique (a reputada French Line, fundada pela família luso-descendente dos Péreire) colocava os seus luxuosos paquetes ao serviço dos turistas europeus desejosos de passar o Inverno ao sol dourado das Caraíbas
Este belíssimo cartaz foi editado pela transportadora aérea Varig. Que (nele) propunha os seus préstimos a quem desejasse viajar para a então mítica cidade do Rio de Janeiro. Parece-nos (devido à silhueta do Lockheed 'Constellation' visível no canto superior esquerdo do cartaz) que esta publicidade data de finais dos anos 50
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
A CURIOSA ARTE DO 'TROMPE L'OEIL'
A passageira clandestina é pura ilusão transmitida por um artista perito na arte do 'trompe l'oeil'; artista que participou, com este seu explêndido trabalho, na luta contra o tráfico de seres humanos
Parece que o autocarro vermelho (com a marca dos serviços de ligação do aeroporto de Berna) descola. Mas não ! Trata-se de um único autocarro, cuja pintura foi retocada por um perito do 'trompe l'oeil'
Duas gerações de autocarros ? Sim, mas só em pintura...
E que dizer deste transporte de passageiros envolvido pelo mortífero abraço de uma gigantesca jibóia ? Que é, uma vez mais, um trabalho artístico destinado a promover as visitas a um zoo
O TUPOLEV Tu-95
Esta magnífica fotografia mostra um Tupolev Tu-95 preparando-se para aterrar. O Tu-95 era um enorme quadrimotor da aviação soviética, que, nos tempos da chamada Guerra Fria, cumpria missões de patrulha marítima. Estava poderosamente armado (inclusivamente com bombas nucleares) e em estado de alerta permanente, pronto a ripostar a qualquer ataque do famoso SAC, ponta de lança da aviação estratégica norte-americana
O Tupolev Tu-95 (apelidado 'Bear' no código da NATO) voou pela primeira vez em meados do mês de Novembro de 1952 e entrou em serviço operacional três anos mais tarde. A propulsão deste avião era assegurada por 4 turbomotores Kuznetsov (equipados com hélices contrarrotativas), que desenvolviam, unitariamente, 14 790 cv
Este avião era, deveras imponente, tanto pelas suas dimensões, como pelas suas 'performances'. O Tu-95 apresentava uma envergadura de 51,10 m, um comprimento de 48,50 m e uma altura de 11,78 m. A sua superfície alar media 310,50 m2. Era capaz de descolar, em plena carga, uma massa de 188 toneladas, podia atingir a velocidade máxima de 870 km/hora (Mach 0,70) e de atingir um tecto operacional de 13 500 m. O seu raio de acção era de 12 550 km. Além de um dissuador sistema defensivo (6 canhões de tiro rápido), o Tupolev Tu-95 podia transportar externamente 11 340 kg de carga de guerra. Existiram várias variantes deste aparelho, algumas das quais foram exportadas para a União Indiana. O aparelho está a ser retirado, progressivamente, da linha da frente da aviação russa; sabe-se que a dita contava, em 2006, ainda uns 60 aparelhos em estado operacional
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
OS FILMES DA MINHA VIDA (93)
«FUGITIVO DO AMOR»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Many Rivers to Cross»
Origem : E . U. A.
Género : Aventuras
Realização : Roy Rowland
Ano de estreia : 1955
Guião : Harry Brown e Guy Trosper
Fotografia (c) : John Seitz
Música : Cyril J. Mockridge
Montagem : Bem Lewis
Produção : Jack Cummings
Distribuição : Metro Goldwyn-Mayer
Duração : 94 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Robert Taylor ………………………………………..……… Bushrod Gentry
Eleanor Parker ……………………………………………… Mary Stuart Cherne
Victor McLaglen ……………………………………….….. Cadmus Cherne
Jeff Richards ……………………………………………….. Fremont
Russ Tamblyn …………………………………………..……. Shields
James Arness ………………………………………….……. Esau Hamilton
Alan Hale Jr. ……………………………………….………… Luke Redford
John Hudson ………………………………………….………. Hugh
Rhys Williams ……………………………….……………….. Lige Black
Josephine Hutchinson …………………………………. senhora Cherne
SINOPSE
Está-se no ano de 1798, nas terras bravias do Kentucky. Para escapar a uma mulher que lhe quer impor o casamento, Bushrod Gentry –um caçador de castores e solteirão empedernido- embrenha-se numa floresta da região. Ferido numa escaramuça com os pele-vermelhas, Bushrod é salvo ‘in extremis’ por Mary Stuart Cherne, uma irrequieta beldade, que o conduz à cabana de pioneiros onde vive com os seus pais e com os seus quatro irmãos.
Decidida, também ela, a desposá-lo, custe o que custar, Mary (beldade de origem escocesa) não hesita em urdir uma mentira, que põe em causa a sua própria honorabilidade, para conseguir atingir os seus fins. Forçado a aceitar o matrimónio, Bushrod Gentry escapa de imediato dos braços da enlevada moça para, uma vez mais, se refugiar nos bosques onde mora a liberdade.
Mas, Mary Stuart Cherne é uma pioneira, uma autêntica e destemida mulher da fronteira que não teme os perigos da floresta, mesmo quando eles se apresentam sob a forma de índios emplumados e ostentando nas faces tisnadas as terrificantes pinturas de guerra. Assim, arrostando mil perigos, Mary segue a pista do seu amado, até encontrá-lo e convencê-lo a afrontar as responsabilidades (e os prazeres) de uma existência vivida a dois.
O MEU COMENTÁRIO
Baseado numa novela de Steve Frazee, «Fugitivo do Amor» é uma divertida comédia (mas só isso) cuja acção se situa no Kentucky de fins do século XVIII, onde se colocam, frente a frente, um solitário homem da floresta , muito cioso da sua independência, e uma filha de pioneiros apostada em ‘caçá-lo’ e impor-lhe casamento.
Roy Rowland (um género de ‘faz-tudo’ da M.G.M., já que, para essa companhia, trabalhou como técnico de várias especialidades, como actor e como realizador) pôde dispor, aquando da rodagem desta película, de duas das maiores vedetas da firma : o galã Robert Taylor –então no auge da sua carreira- e Eleanor Parker, aquela ruiva incendiária que veríamos, um ano mais tarde (1956), ao lado de Clark Gable, no western «O Rei e Quatro Rainhas», dirigido por Raoul Walsh.
Refiro que, em «Fugitivo do Amor», o trabalho da bela Eleanor suplantou (e de longe) o de Robert Taylor, que, nesta fita, se revelou apenas sofrível e esteve muito aquém daquilo que, geralmente, o actor era capaz de fazer. Atente-se, igualmente, na presença em cartaz de Russ Tamblyn, o trepidante bailarino de muitas comédias musicais produzidas pela companhia M.G.M., do veterano Victor McLaglen e do atlético actor James Arness, que viria a fazer uma razoável carreira na televisão.
Como já acima deixei entender, «Fugitivo do Amor» é, apenas, um filme recreativo, já que faltou ao seu realizador a inspiração e a força para tirar partido da presença, no elenco, de um lote de comediantes capazes de dar mais e fazer melhor. Este filme já mereceu honras de gravação em DVD. Mas só no estrangeiro…
(M.M.S.)
Cartaz belga
Eleanor Parker e Robert Taylor numa cena de «Fugitivo do Amor»
Cartaz alemão
Na sua condição de mulher da fronteira, Mary Stuart Cherne sabe fazer tudo : cozinhar, servir-se de um rifle 'kentucky' (para caçar ou defender-se dos pele-vermelhas), utilizar um tear, etc... Só lhe falta o homem, que ela própria escolherá
Outro cartaz original da fita
Afrontamento -olhos nos olhos- entre uma mulher apaixonada (Eleanor Parker) e um homem (Robert Taylor) que não se quer deixar enlear nas teias do casamento
Cartaz francês
O casamento de Bushrod Gentry (Taylor) e de Mary Stuart (Eleanor Parker) é imposto pelo clã Cherne, uma irredutível família de pioneiros de origem escocesa
Cartaz espanhol
Bushrod e Mary Stuart esquecem momentaneamente a sua guerra pessoal para se defenderem dos pele-vermelhas
Capa de DVD comercializado nos países de língua inglesa
Mais um cartaz promocional de «Fugitivo do amor»