sexta-feira, 26 de agosto de 2011
SABORES MADEIRENSES
Ao aperitivo : a poncha, mistura de aguardente de cana, de mel e de sumo de limão (ou de laranja, ou de maracujá)...
Como entrada : umas lapas na frigideira, preparadas segundo a deliciosa receita local...
Como prato de resistência : uma espetada típica, assada em pau de loureiro ou num espeto mais convencional. É sempre deliciosa quando a carne é bem seleccionada
Para a sobremesa (se houver barriga para tanto) : uma fatia de bolo de mel rico; que é feito com nozes, amêndoas, cravo, canela, laranja e vinho da Madeira. E que deve ser acompanhado com um cálice de generoso néctar da ilha
(Para acompanhar as lapas e a espetada pode-se optar por um vinho de mesa continental. Isto, porque os seus congéneres madeirenses são, devido à sua raridade, muito mais caros)
OS FILMES DA MINHA VIDA (67)
«O GRANDE COMBATE»
FICHA TÉCNICA
Título original : «Cheyenne Autumn»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : John Ford
Ano de estreia : 1964
Guião : James R. Webb
Fotografia (c) : William H. Clothier
Música : Alex North
Montagem : Otho Lovering
Produção : Bernard Smith
Distribuição : Warner Bros.
Duração : 170 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Richard Widmark …………………………………………….. capitão Thomas Archer
Carroll Baker …………………………………………………….. Deborah Wright
Karl Malden ……………………………………………………….. capitão Wessels
Sal Mineo ……………………………………………………………. Red Shirt
Dolores del Río ………………………………………………….. Spanish Woman
Ricardo Montalban ……………………………………………. Little Wolf
Gilbert Roland ……………………………………………………. Dull Knife
James Stewart ………………………………………………….. Wyatt Earp
Arthur Kennedy …………………………………………….….. Doc Hollyday
Patrick Wayne ………………………………………………….. alferes Scott
John Carradine …………………………………………………. Major Jeff Blair
Edward G. Robinson ………………………………………….. secretário de estado Schurz
SINOPSE
Território do Oklahoma, em 1878. Concentrados numa reserva semidesértica, situada a mais de 2 000 km de distância do seu rincão natal, os 286 sobreviventes da tribo Cheyenne do chefe Tall Tree esperam, apreensivos, pela visita de uma comissão de parlamentares, que deverá inteirar-se das suas precárias condições de existência e decidir da sua sorte.
Mas, indiferentes à vida vegetativa e indigna que os Cheyennes suportam naquele inferno de areias escaldantes e estéreis, os membros do Congresso brilham pela sua ausência. Depois da morte da morte do velho chefe, as responsabilidades de presidir aos destinos da tribo são confiadas a Little Wolf; que, uma noite, toma a decisão de abandonar clandestinamente, à frente do seu povo, a reserva e de tomar a direcção do noroeste, rumo à terra de origem dos Cheyennes, região onde a erva é sempre verde. Com os fugitivos viaja uma jovem missionária quaker, Deborah Wright, alfabetizadora das crianças da comunidade e fervente defensora da causa dos ameríndios.
No encalço do povo de Little Wolf vai lançar-se uma unidade de cavalaria sob o mando do capitão Tom Archer. Um militar desejoso de cumprir o seu dever de soldado, mas que deseja, ao mesmo tempo, alcançar Deborah, mulher pela qual ele está enamorado e que pretende demover de partilhar o irrealizável sonho libertário dos Cheyennes, etnia que ele sabe ter os seus dias contados.
Os combates entre os militares e os pele-vermelhas estalam e tornam-se o principal assunto de interesse da imprensa do país, que, na sua quase generalidade, levanta a opinião pública contra os fugitivos e contra as parcas pessoas que, nos Estados Unidos da América, ousam tomar a defesa dos perseguidos e clamar por mais justiça a favor de uma comunidade que apenas pretende viver em paz na terra dos seus antepassados.
Depois da cisão dos Cheyennes em dois grupos –um mais radical, que decide prosseguir o seu combate contra a cavalaria e morrer, se necessário, lutando pelos seus direitos e liberdades, e outro que, mais sensível ao sofrimento dos anciãos, das mulheres e das crianças, aceita render-se às autoridades de Forte Robinson- a sorte da tribo parece encaminhar-se para um desfecho trágico e definitivo.
Mas a intervenção do capitão Archer junto do Secretário de Estado do Interior Carl Schurz (que também assume, em Washington, a responsabilidade dos Assuntos Índios) e a sensibilidade deste membro do governo para o drama dos últimos Cheyennes, acaba por salvar «o povo dos verdadeiros homens». Que pode, assim, regressar livre ao território do Wyoming, de onde ele havia sido violentamente desenraizado, depois da derrota militar sofrida diante das tropas do general Miles.
O MEU COMENTÁRIO
Derradeiro western de mestre John Ford, «O Grande Combate» inspirou-se num romance de Mari Sandoz («Cheyenne Autumn»), que relata algumas peripécias dramáticas -e bem reais- da História desse corajoso povo de caçadores e guerreiros da Grande Pradaria.
Os membros da nação Cheyenne –uma das que maiores e mais vis represálias sofreu por parte do exército e da administração dos E.U.A., na sequência das chamadas Guerras Índias- eram tão raros em meados da década de 60 do século XX, que não foi possível à produção de «O Grande Combate» reunir um número suficiente e figurantes procedentes desse grupo étnico. Assim, grande parte dos ameríndios que vemos nesta fita foi recrutada na reserva navajo de Monument Valley, entre gente que já se habituara a trabalhar com o realizador John Ford.
O ilustre cineasta norte-americano (com raízes irlandesas) apreciava a dignidade destes povos do Novo Mundo que, no século XIX, viviam do mesmo modo (ou quase) que os europeus da Idade da Pedra. E que, face a um exército ianque profissionalizado e à sua moderna tecnologia (em matéria de armamento) pouco mais tinham a opor do que a sua extrema coragem e do que a força moral que lhe conferia a causa da defesa dos seus territórios ancestrais e do seu secular modo de vida. «O Grande Combate» é, pois e assim, um filme-homenagem do grande mágico do cinema western àqueles que, durante tanto tempo, foram maltratados por Hollywood, que os reduziu à condição de uma sub-humanidade que, nas pantalhas, apenas servia para colocar em valor a vitalidade, a valentia e outras virtudes (reais ou inventadas) do homem branco.
Sem ser uma das melhoras fitas do género dirigidas por John Ford (longe disso !), «O Grande Combate» é, no entanto, uma das suas películas mais emocionantes, mais autênticas, mas também mais amargas. A fita, que conta com um punhado de bons e conhecidos actores, deve também muito do seu sucesso ao trabalho desenvolvido por Richard Widmark e pelos seus pares.
Para finalizar estas linhas, quero dizer que não apreciei muito aquele ‘intermezzo’ que, despropositadamente, quebra (penso eu) o ritmo dramático da fita, para desviar a atenção dos espectadores para um episódio em que intervêm as mitificadas e inoportunas figuras de Wyatt Earp e de Doc Holliday. Mas a produção lá saberá o porquê dessa incongruência…
(M.M.S.)
Cartaz francês
Deborah Wright (Carroll Baker), uma jovem missionária quaker, acompanha os Cheyennes pelas duras e dolorosas rotas do exílio
Cartaz espanhol
Tom, o militar, e Deborah (a missionária) amam-se, mas os seus caminhos são antagónicos...
Cartaz belga
Deborah Wright (Carroll Baker), Spanish Woman (Dolores del Rio) e Little Wolf (Ricardo Montalban) conversam sobre a situação complicada que aflige a tribo...
Cartaz polaco
O capitão de cavalaria Thomas Archer (Richard Widmark, à direita) encontra-se dividido entre o cumprimento do dever e a a causa da justiça, que está do lado dos índios
Cartaz alemão
O consagrado actor James Stewart (em 1º plano, à esquerda) representa aqui o desnecessário papel de Wyatt Earp
Cartaz italiano
Capa de DVD editado em França
Outro cartaz original
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
FESTIVAL DO CRATO 2011
Começa hoje aquele que é o maior (e melhor) festival -musical, gastronómico e de artesanato- da minha região : o Norte Alentejano. E prolonga-se até sábado dia 27. A qualidade e variedade de espectáculos, petiscos e outras actividades propostas ao público são dignas daquelas que caracterizam este evento há já muitos anos. De modo que «o que é preciso é avisar a malta», para que ela desfrute (nestes tristes tempos em que vivemos) de um pouco da alegria que o Festival do Crato sempre nos transmite e oferece. Por um preço módico. Vamos todos ao Crato !!!
DIZIA PÍO BAROJA...
«A diferença entre a moral e a política está no facto de que, para a moral o homem é um fim, enquanto que para a política ele é um meio. A moral, portanto, nunca pode ser política e a política que for moral deixa de ser política»
Estátua erigida, em Madrid, em honra do grande escritor espanhol (natural de San Sebastián) e uma das grandes figuras da geração de 98. Baroja dizia dos seus compatriotas : «Há sete classes distintas de espanhóis,
1) Os que não sabem;
2) os que não querem saber;
3) os que odeiam o saber;
4) os que sofrem por não saberem;
5) os que aparentam que sabem;
6) os que triunfam sem saber;
7) os que vivem do facto dos outros não saberem.
Estes últimos chama-se a si próprios 'políticos' e, por vezes, até 'intelectuais'
LANCHAS TORPEDEIRAS
Quando se evocam os combates da guerra naval moderna, acodem-nos, infalivelmente, à memoria os confrontos de couraçados da Grande Guerra, como as batalhas de Coronel, das Falkland ou da Jutlândia ou –já durante o segundo conflito generalizado- os combates da guerra do Atlântico ou da guerra do Pacífico, que ganharam uma nova dimensão com a participação activa de um novo e dominador tipo de navios : o porta-aviões. Mas outros navios de (muito) menor dimensão tiveram o ensejo de participar nesses conflitos globalizados e de provocar destruições de monta nas frotas do adversário. Estou a pensar, em particular, nas lanchas torpedeiras da 2ª Guerra Mundial, utilizadas no combate costeiro. As mais famosas dessas rápidas e temidas embarcações foram, sem dúvida, as que as imagens documentam
Construída pela Vosper Ltd (de Portsmouth) esta rapidíssima lancha torpedeira da marinha real britânica deslocava 25 toneladas e podia atingir uma velocidade (o seu principal trunfo) próxima dos 40 nós. A sua tripulação de 13 homens utilizava 4 tubos lança-torpedos e armas AA e de autodefesa. O navio também podia lançar cargas de profundidade contra os submersíveis inimigos. Estes pequenos MTB's ('motor torpedo boat'), com casco em madeira, foram equipados com radar a partir de 1942...
Sensivelmente maior, com perto de 33 metros de comprimento, o 'S-Boot' da marinha hitleriana também era mais veloz do que a sua congénere britânica, já que podia atingir cerca de 44 nós. Além de dispor de tubos lança-torpedos e de uma artilharia ligeira, esta lancha rápida germânica também tinha capacidades de lança-minas. Considerado, pelos especialistas, o melhor navio do seu género da 2ª Guerra Mundial, atribui-se-lhe (à frota de 'S-Boot') o afundamento de 214 728 toneladas de navios mercantes aliados e a destruição de algumas dezenas de navios de guerra de pequeno e médio porte. Disse-se, também, que as minas que largou nas suas áreas de acção foram responsáveis pela perda de 37 mercantes aliados (totalizando mais 148 535 toneladas) e 7 navios militares. Contrariamente à sua rival inglesa, esta lancha rápida tinha o casco em alumínio...
Os E.U.A., a Rússia soviética e a Itália, sobretudo, também utilizaram navios deste tipo
Construída pela Vosper Ltd (de Portsmouth) esta rapidíssima lancha torpedeira da marinha real britânica deslocava 25 toneladas e podia atingir uma velocidade (o seu principal trunfo) próxima dos 40 nós. A sua tripulação de 13 homens utilizava 4 tubos lança-torpedos e armas AA e de autodefesa. O navio também podia lançar cargas de profundidade contra os submersíveis inimigos. Estes pequenos MTB's ('motor torpedo boat'), com casco em madeira, foram equipados com radar a partir de 1942...
Sensivelmente maior, com perto de 33 metros de comprimento, o 'S-Boot' da marinha hitleriana também era mais veloz do que a sua congénere britânica, já que podia atingir cerca de 44 nós. Além de dispor de tubos lança-torpedos e de uma artilharia ligeira, esta lancha rápida germânica também tinha capacidades de lança-minas. Considerado, pelos especialistas, o melhor navio do seu género da 2ª Guerra Mundial, atribui-se-lhe (à frota de 'S-Boot') o afundamento de 214 728 toneladas de navios mercantes aliados e a destruição de algumas dezenas de navios de guerra de pequeno e médio porte. Disse-se, também, que as minas que largou nas suas áreas de acção foram responsáveis pela perda de 37 mercantes aliados (totalizando mais 148 535 toneladas) e 7 navios militares. Contrariamente à sua rival inglesa, esta lancha rápida tinha o casco em alumínio...
Os E.U.A., a Rússia soviética e a Itália, sobretudo, também utilizaram navios deste tipo
domingo, 21 de agosto de 2011
AZEITE
Para além de ser um dos mais importantes produtores de azeite do mundo, Portugal também coloca no mercado da especialidade alguns dos melhores óleos de oliva que actualmente se fabricam. Alguns desses azeites de grande qualidade são elaborados em Trás-os-Montes, nas Beiras, no Ribatejo oriental e no Alentejo
Os azeites aromatizados -com ervas odorantes e/ou especiarias- é um recente segmento do mercado dos azeites, que já tem muita aceitação pública; embora o seu preço seja, obviamente, bastante mais elevado do que o azeite sem essas misturas
sábado, 20 de agosto de 2011
FERRAMENTAS DO WESTERNÓFILO (3)
«Breve Historia de los Cowboys» é um livro da autoria de Gregorio Doval, intelectual espanhol multifacetado, visto interessar-se pela 7ª Arte (devem-se-lhe vários guiões de películas e tratados e guias sobre a História do Cinema), ter escrito biografias de personagens célebres (tais como, por exemplo, o rei Juan Carlos I, o papa João Paulo II ou o presidente Ronald Reagan), ser director de programas de televisão, etc. Nesta colecção 'Breve Historia...', Doval (que é licenciado em Ciências da Informação pela Universidade de Madrid) já publicou o título em apreço, mas, também, «Breve Historia de la Conquista del Oeste», «Breve Historia del Salvaje Oeste : Pistoleros y Forajidos» e «Breve Historia de los Indios Norteamericanos». Tudo temas que muito interessam os amadores do cinema western, desejosos de conhecer o lado verdadeiro da saga. Nomeadamente a dos vaqueiros do século XIX, que foram os heróis de muitas centenas de fitas rodadas para o grande ecrã e outras tantos episódios de séries da TV. Livro interessantíssimo !
O rude quotidiano dos cowboys serviu de tema a muitos westerns. Cito alguns deles a título de pura curiosidade : «Como Nasce Um Bravo» («Cowboy», Delmer Daves, 1958), «Duelo na Lama» («These Thousand Hills», Richard Fleisher, 1958), «Monte Walsh, Um Homem Difícil de Morrer» («Monte Walsh», William A. Franker, 1969), «Sangue, Suor e Pólvora» («The Culpepper Cattle Cº», Dick Richard, 1972). Na TV, as grandes referências são, para mim, «Rawhide», «Bonanza» e «High Chaparral»
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
MÁSCARAS DOS MAIAS
Magnífica peça em jade. Esta máscara é de origem Maia, um povo que se distinguiu dos demais povos précolombinos pelo seu avanço nas artes, mas também nas áreas da matemática, da escrita, da arquitectura, da astronomia, da agricultura, etc
Máscara funerária. O império Maia estendeu-se por parte do México actual e pelo território de diferentes países da América central. Mel Gibson deu-nos uma ideia (realista ou forjada ?) do que foi o povo Maia, no seu filme «Apocalypto»
Máscara (de inspiração Maia) em barro pintado, igual a tantas outras que hoje são vendidas aos turistas que se passeiam pelo México e pela Guatemala
PROCURA-SE : «THE GUN THAT WON THE WEST»
Trata-se de um western de série B -realizado em 1955 por William Castle- que tem por vedeta o actor Dennis Morgan. Nunca tive a oportunidade de ver esta fita, mas sei que não é uma obra-prima do cinema; tenho, no entanto, uma grande curiosidade em visioná-la e pagarei um preço razoável por uma cópia (com a qualidade mínima exigida) dobrada ou legendada em português, francês ou castelhano. Os títulos do filme são : «A Conquista do Oeste» (Brasil), «L'Arme qui Conquit l'Ouest» (França) e desconhecido em Espanha, país onde me parece nunca ter sido -tal como em Portugal- exibido comercialmente. Segundo as raras fontes de informação de que disponho sobre esta fita colorida, trata-se de uma história centrada na guerra entre a cavalaria dos Estados Unidos e os índios da Grande Pradaria; na qual a tropa leva a melhor graças à utilização de espingardas de repetição Springfield...
QUE BELA FRAGATA !
Este bonito desenho representa a chamada fragata «D. Fernando II e Glória», que foi a última nau da carreira da Índia. Reconstruída depois de um tremendo incêndio (ocorrido em 1963) a ter quase destruído inteiramente, a fragata «D. Fernando» é agora uma peça museológica importante do nosso passado marítimo. O desenho que aqui figura foi executado para decorar a caixa contendo a maquete (kit) do navio, comercializada por uma conhecida marca da especialidade
OS FILMES DA MINHA VIDA (66)
«O FANTASMA APAIXONADO»
FICHA TÉCNICA
Título original : «The Ghost and Mrs. Muir»
Origem : E. U. A.
Género : Fantástico
Realização : Joseph L. Mankiewicz
Ano de estreia : 1947
Guião : Philip Dunne
Fotografia (p/b) : Charles Lang
Música : Bernard Herrmann
Montagem : Dorothy Spencer
Produção : Fred Kohlmar
Distribuição : 20th. Century-Fox
Duração : 104 minutos
FICHA ARTÍSTICA
Gene Tierney …………………………………………………….. Lucy Muir
Rex Harrison …………………………………………………….. o fantasma do cap. Gregg
George Sanders ……………………………………………….. Miles Farley
Edna Best …………………………………………………………... Martha
Vanessa Brown ………………………………………………….. Anna (adulta)
Natalie Wood …………………………………………………….. Anna (criança)
Robert Coote ………………………………………………………. sr. Coombe
Isobel Elsom ………………………………………………………. Angelica
Victoria Horne …………………………………………………… Eva
Ana Lee …………………………………………........... senhora Failey
SINOPSE
Depois de ter enviuvado na flor da idade, Lucy Muir abandona a buliçosa cidade de Londres para fixar residência num recanto tranquilo da costa inglesa, onde adquirira uma mansão. Casa que, na região, todos dizem assombrada pelo fantasma de um certo capitão Daniel Gregg, seu antigo proprietário.
Lucy, que vive com Anna, a sua filha de menor idade, começa a aperceber-se que algo de estranho se passa na moradia e que lhe faz entender que ela não é bem-vinda àquele lugar. Trata-se, na verdade, da presença fantasmagórica de Gregg, do qual ela (e só ela) acaba por visualizar os contornos físicos e com o qual Lucy mantém, de início, acesas discussões.
Mas, aquele que vem do outro lado da vida é ‘alguém’ de extremamente fascinante e a viúva Lucy Muir acaba por apaixonar-se por ele. O fantasma, também ele seduzido, vai dar-lhe uma prova do seu amor, ao ditar-lhe as suas memórias; que, depois de escritas e editadas, valem fama e muito dinheiro à proprietária da sua antiga residência.
Na sua condição de mulher célebre, Lucy vai travar conhecimento com um escritor de nome Fairley, ao charme (mais carnal) de quem ela acaba por sucumbir, o que provoca a saída de cena do fantasma apaixonado. A ligação de Mrs. Muir a Farley –que se revelara um aventureiro sem escrúpulos- é de curta duração e Lucy (que, entretanto, casara a filha) vive o resto dos seus dias sozinha em casa, embalada pela doce recordação do ente fantasmagórico que ali conhecera.
Mas, na hora do passamento, o fantasma do capitão Gregg torna a aparecer na mansão do litoral para acompanhar Lucy pelos misteriosos caminhos da eternidade…
O MEU COMENTÁRIO
Este filme (inspirado por um romance de R. A. Dick) que Joseph L. Mankiewicz realizou em 1947 por conta dos estúdios da 20th. Century-Fox, é um conto poético de extraordinária beleza; e uma das películas mais distintas que alguma vez se fizeram em Hollywood sobre fantasmas. Um tema que, finalmente, não é tão raro quanto se pensa. Refiro ainda que, para além de ter sido soberbamente dirigido, «O Fantasma Apaixonado» contou com um elenco de luxo, de onde se destacam, naturalmente, os nomes de Gene Tierney e os dos grandes actores britânicos Rex Harrison e George Sanders.
Esta fita –que combina inteligentemente humor, emoção, ternura- não pode deixar ninguém insensível; até porque, para além da história contada, tem outros trunfos, como, por exemplo, a belíssima música de fundo da autoria de Bernard Herrmann, que foi (lembro) um dos compositores preferidos de Alfred Hitchcock.
Curiosamente, Gene Tierney –que aqui é uma nostálgica e terna Mrs. Muir- já fazia parte da ficha artística do primeiro filme de Mankiewicz, «Dragonwyck», obra que o futuro mestre realizou em 1941. Mas, na memória dos cinéfilos, a imagem de Gene Tierney (1920-1991) fica para sempre associada à personagem principal da película «Laura», que Otto Preminger dirigiu no ano de 1944.
(M.M.S.)
Gene Tierney, a heroína de «O Fantasma Apaixonado», foi uma das mais belas e talentosas 'stars' da Hollywood do seu tempo. Os seus olhos amendoados e as maçãs do rosto salientes davam-lhe um ar exótico e algo enigmático...
Cartaz (britânico ?)
Mrs. Muir (Gene Tierney) e o fantasma do capitão Daniel Gregg (Rex Harrison) são as personagens centrais desta excelente película de Joseph L. Mankiewicz
Cartaz norte-americano
Cartaz belga
A obra ditada pelo fantasma do capitão Gregg deu fama e dinheiro a Mrs. Muir
Capa de DVD editado em Espanha
Mrs. Muir (Gene Tierney) na companhia do 'dandy' Miles Farley (George Sanders). Uma aventura sentimental abortada
Outro cartaz norte-americano
A bela viúva Lucy Muir em plena e profunda meditação. Estará a pensar no fantasma que a abandonou ?
Capa do DVD editado na Grã-Bretanha
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
SEMANA NEGRA
Meia dúzia de dias depois da morte de José Manuel Osório -intérprete e estudioso do fado- eis que nos chega a infausta notícia do passamento de Fontes Rocha, insigne guitarrista e compositor; que faleceu na passada segunda-feira, 15 de Agosto e vai hoje a enterrar. José Fontes Rocha (que ia fazer 85 anos de idade) acompanhou Amália durante quase 12 anos e compôs a música e vários fados do seu reportório, nomeadamente de «Lavava no Rio Lavava», «Tive um Coraçãoe e Perdi-o» e «Trago o Fado nos Sentidos». Mas Fontes Rocha também acompanhou à guitarra muitos dos fadistas actuais, para além de grandes nomes de outrora como Maria Teresa de Noronha,Carlos Ramos, Fernando Farinha, Tristão da Silva, Max ou Fernanda Maria. Com ele perdeu-se «um dos mais importantes e criativos guitarristas da História do Fado», como referiu um dirigente da Sociedade Portuguesa de Autores. Já tenho saudades dele...
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
AUTOCARROS
Nos meus tempos de menino e de adolescente os autocarros tinham este aspecto, que hoje nos parece vetusto; e eram (até por força da rede viária em que circulavam) lentos e desconfortáveis...
Hoje são assim : elegantes, rápidos, confortáveis, com ar condicionado. Alguns deles até têm instalações sanitárias. Mas as viagens longas continuam a ser aborrecidas e fatigantes. Eu que o diga, pois realizei recentemente (por falta de avião) uma viagem até Paris, que durou 24 horas e me aniquilou...